Capitulo 2

Sem dúvida era a voz de Eduardo elogiando um bom trabalho, tudo estaria bem se o macho em questão não tivesse agradecido, acrescentando que Olson não tinha percebido de onde o golpe tinha surgido, depois do veneno o ter limitado.

Oh Meu Deus !!!! Levo a mão a boca quando os soluços começam , junto com as lágrimas correndo em meu rosto, me deixo cair de joelhos em choque , meu corpo paralisa , mesmo quando percebo que o silencio se instala no ar e a porta se abre ainda mais. Queria correr , fugir para longe ,mas meu corpo não obedecia aos meus comandos, uma sombra se aproxima, sabia quem poderia ser e não queria encara-lo, não agora , não tinha forças para isso. Eduardo se ajoelha na minha frente , levantando meu queixo coloca um dedo nos meus lábios para que permanecesse em silencio e as ameaças surgiram logo depois. Na verdade , a quem podia falar?Alguem acreditaria em mim?

Uma simples mestiça , aceite por pena, sem qualquer estatuto dentro do clã. Seria a minha palavra contra a dele e pior... eu era seu maldito álibi. Seu odor ainda permanecia em meu corpo, uma prova que ele necessitava para que todos os vampiros não duvidassem de sua defesa . Tinha sido um peão num jogo macabro , onde ele planeara me usar, me deixar presa as suas vontades e suas ordens.

Mas eu não lhe pertencia , nem mesmo pertencia ao clã Camarilla, e fora dali poderia tentar provar que ele era um assassino cruel.

Enquanto faziam o luto por meu Mestre, observei que era impossível continuar a viver nessa casa. Eduardo não me dava tréguas , me assediando como se lhe pertencesse, me ameaçando e isso tinha que acabar. Minhas lágrimas teriam que cessar, minha atitude de zombie caminhando pelos corredores daquela mansão sem saber que lugar ocupava, cumprindo ordens de alguém que eu abominada , tinha que terminar. Eduardo tinha conhecido a moça ingénua e burra naquela noite , ele pensava que podia me forçar em sua cama sempre que quisesse , mas estava enganado ,agora lhe daria a conhecer a mulher determinada e capaz de vingar a morte de seu mestre. Sem qualquer dúvida , ele iria pagar , não importava como, mas ia.

E o começo da minha jornada começava aqui, uma manhã onde o sol brilhava intensamente , aquecendo minha pele gelada. Pois é, sou uma Damphir, metade humana, metade vampiro. Ando á luz do dia, preciso de comida, não tenho presas e não bebo sangue. Mas tenho força de vampiro e mais alguns extras que meu sangue misto me proporciona. A vantagem de andar á luz do dia enquanto eles tinham que se proteger era uma boa margem para fazer o que devia ter feito logo após aquela noite. Meu luto se sobrepôs á vontade de agir mas agora estava pronta para seguir em frente. Mesmo que significasse estar longe de alguns dos meus amigos e todos aqueles que considerava família por causa de um vampiro traidor com a mania da grandeza.

Pego a mochila e corro em direção a uma vasta floresta, algo que escondia nossa localização dos olhares humanos, depois de uma hora sem parar , dou com a visão da cidade. Finalmente poderia relaxar, mas não muito, apesar da esperança de encontrar a morada Independentes antes do anoitecer, devia continuar alerta.

Os Independentes, vampiros com uma forte lealdade para com os de sua raça, entre eles havia uma busca pela liberdade individual. Todas as actividades dos Independentes se centravam na lealdade e cumprimento da lei entre eles. Existiam para estragar os planos de alguns antigos, ou mesmo impedir líderes recentes de espalhar sua dominação sobre os outros.

Assim foi criado um clã, vampiros suficientemente fortes para se defenderem deles e defenderem aqueles que não conseguiam lutar contra a opressão. Um clã formado para aplicar as leis, e as fazerem cumprir. Vampiros sem clãs se juntavam ou pediam asilo quando a razão era válida e justificável devido a crimes ou abusos.

Respirando fundo várias vezes ajeito o cabelo depois da correria, tentando passar despercebida entre os pedestres que enchiam as calçadas. Humanos concentrados nas suas rotinas diárias , não se preocupando com uma ameaça latente entre eles , apesar das regras que proibiam os vampiros de se alimentarem sem consentimento, ainda existiam renegados que não respeitavam a vida humana, apesar do castigo ser a morte , muitos arriscavam pelo prazer da caça. No fundo estar sob a proteção desses defensores da lei era um meio eficaz de afastar Eduardo até poder ter provas para o acusar e o fazer pagar por seu crime.

Olhando ao redor procuro a marca que indica os estabelecimentos geridos por simpatizantes de vampiros , conseguindo uma informação válida sobre os defensores dos mais fracos, depois de várias que não deram frutos e somente me fizeram perder um tempo precioso . Para meu alivio ainda tinha algumas horas até ao anoitecer , talvez Eduardo dentro da sua própria insanidade me esquecesse por um tempo, afinal ele pensava que eu seria uma menina obediente aos seus desejos, assim estaria relaxado , não imaginando que eu desaparecera nessa noite .

Bastardo! Que vontade de arrancar suas presas uma a uma enquanto o observava se engasgar em seu próprio sangue.

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