Capítulo 7

Ainda com dificuldade em respirar Sara colocou os dedos nos lábios e olhou para a porta. Céus!!! Nunca na vida tinha sido beijada assim com tanta luxuria, desejo. Sentou-se um pouco com esperança que o seu corpo voltasse ao normal. Ela continuava tremente com a estimulação, ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. "Seria possível que Rafael estivesse interessado nela? Os sentidos exaltaram, só de imaginar as possibilidades.

Já andava agitada com o desejo que crescia dentro dela desde que o conheceu. Mas a reação do seu corpo foi surpreendente, ele somente a tinha beijado. Ela jamais tinha ficado excitada daquela forma.

Quando Rafael a beijou, o choque a manteve imóvel até que se derreteu e se deixou levar. Depois do primeiro toque dos lábios dele na sua boca, ela não podia ter parado mesmo se quisesse. Ele arrebatou-a e afogou-a em sensações maravilhosas.

Bolas! Aquilo simplesmente a tinha descontrolado totalmente. Saber que nunca poderia satisfazer os desejos que aquele beijo despertou, não fazia nada para aliviar os sentimentos que surgiram. Desejo! Luxúria ! Amor!

__ Amor?

Sara perplexa quase grita a palavra no silencio da sala. "Não...não era amor!!!! "Ela já não acreditava em amor. Luxuria ...desejo selvagem... isso sim.

Há muito que não sentia algo assim por um homem, talvez fosse possível viverem uma grande paixão sem que ninguém saísse magoado no processo. Normalmente era sonhadora. Algo que recentemente tinha deixado de ser, devido aos últimos acontecimentos da sua vida. Raramente perdia a noção daquilo que era fantasia e o que era real. Mas hoje tinha perdido.

O que Rafael fez ameaçava fazê-la cair de joelhos e fantasiar mais além. Mas sabia que nunca iria funcionar, haveria sempre danos sentimentais, pelo menos para ela. Então porque diabo estava a pensar nisso? Eles só se tinham conhecido no dia anterior. Ela só tinha que esquecer isto. Certo. Esquecer ou este novo começo de vida , teria fim antes mesmo de começar.

__ Pára com isso, Sara. - Murmurou varias vezes tentando interiorizar o pensamento de que um homem daqueles era areia demais para a sua camioneta, se ocupando com alguns documentos do escritório que precisavam ser organizados e arquivados no devido lugar.

Ela já tinha arquivado a maior parte dos documentos mais importantes, quando Berta a chamou para o almoço. Como ambas estavam sozinhas nesse dia , aproveitou para a conhecer melhor. Almoçaram juntas e falaram sobre as suas vidas. Depois do almoço Sara retomou o ritmo e continuou o trabalho, animada por se sentir util. Depois de algum tempo ouviu uma batida na porta, levantou a cabeça e ficou de queixo caído.

O homem era espetacular com seu espesso cabelo louro e seus vibrantes olhos verdes. Nunca tinha visto tantos homens atraentes como naquela cidade. Seria da comida , bebida ou somente dos genes?

__ Olá! - O homem sorriu mostrando uma fileira de dentes brancos. _ Posso entrar?

__ Claro! Por favor, entre. – Acenando Sara sorriu de volta. __Marco e Rafael não estão. Mas se eu puder ajudar?

__ Eu não vim ver o Rafael, vim ver-te a ti... Sara.

Ela de imediato arqueou uma sobrancelha, estava ali há umas horas na cidade.

_ A mim? Mas eu nem o conheço? - Perguntou perplexa. __ E como é que sabe o meu nome?

__ Oh! Perdoa-me. - Aproximou-se, estendendo a mão, forte e bem cuidada. __ Meu nome é Gaspar. Aqui as notícias correm depressa. É uma comunidade muito pequena, então... já todos sabemos que anda uma moça bonita por aqui á solta...pronta para ser caçada. - Declarou com um olhar predatório e um sorriso irónico.

Ficando séria Sara movimentou a cabeça descrente pela forma como ele falava sobre ela.

__ Isso é uma maneira um pouco estranha de se referirem a mim, eu não sou nenhum animal para ser caçado.

Gaspar encolheu os ombros, mas seu olhar era enigmático.

__ E só uma maneira de falar.

__ Então o que posso fazer por si? - Sara insistiu com ar cauteloso, sua nuca se arrepiava com o olhar daquele estranho.

__ Oh... por onde deveria começar ?

__ O quê? - Sara clareou a garganta apreensiva . __ Talvez seja melhor começar do inicio mesmo !

Gaspar jogou a cabeça para trás e riu divertido, mesmo Sara não percebendo onde estaria a piada.

__Eu tinha a intenção de passar mais cedo. Tinha que ter a certeza de que o Rafael não estava ele não ia gostar muito de me ver por aqui. Mas queria ter um vislumbre teu e estou contente por ter conseguido.

__ Então talvez seja melhor ir embora, Rafael pode aparecer a qualquer momento. Eu não quero problemas no meu primeiro dia de trabalho. - Sara implorou, apavorada. Não podia perder aquela paz e tranquilidade.

__ Não me rejeites já, doçura? - Ele agitou a cabeça. __ Sei que não me conheces, mas quero que penses em mim como um... Amigo. - Gaspar se aproximou e pegou a mão dela, a beijando com lentidão propositada, sem desviar de seu olhar. Ficando um pouco constrangida pela demora, Sara subtilmente puxa a mão..

__ Desculpe, Sr. Gaspar. Ainda não percebi em que posso ajudá-lo!!! - Ela já estava a ficar impaciente.

__ Escuta, só quero que sejamos amigos. - Ele suspirou. __ Gostaria de sair contigo um dia destes.

__ Então veio só para me convidar para sair? - Incrédula Sara ofegou, não pelo pedido , pois Gaspar não tinha feito uma pergunta e sim declarado algo que desejava.

__ Sim. Existem coisas sobre a cidade que eu poderia explicar. Até fazer uma visita guiada á nossa floresta. - Gaspar esboçou um sorriso, mas este não acompanhava seu olhar, uma expressão fria cruzou seu rosto num segundo.__ Não existe nada que eu desejasse mais nesse momento...que te acompanhar num passeio. Na verdade... existem animais selvagens por aqui...melhor mesmo que não andes sozinha na floresta ...ou o lobo mau ...pode te comer.

__ Animais selvagens? - Sara sustentou a respiração , não tinha ideia de algo assim, a cidade parecia segura. __ Neste momento quem me está a assustar é o senhor!

__Sim! Estou a ver. - Gaspar inalou o ar, sorrindo com vontade.__ Agora... preciso ir antes que os irmãos cheguem. Nos veremos novamente, doçura... é uma promessa.

Enquanto Sara via aquele homem bonito mas extremamente estranho a sair num carro desportivo vermelho, ela simplesmente arqueou a sobrancelha, não seria difícil de o encontrar, aquele carro saltava a vista em qualquer lugar que estivesse.

Depois daquele incidente ao meio da tarde, Sara conseguiu colocar todo o arquivo em dia. O final de tarde indicava que estava quase na hora de jantar e ela simplesmente se espreguiçou satisfeita no alpendre, olhando a lua a querer aparecer. Durante todo o dia Sara não viu sinais de Rafael ou Marco e após a visita estranha de Gaspar não pensou mais no beijo que tinham trocado, o que era bom. Assim dirigiu-se á cozinha, ajudando Berta na preparação do jantar, cuidou da mesa e quando olhou para a comida esfregou as mãos, parecia delicioso.

Sara estava sentada esperando pelos donos da casa quando ouviu a porta da entrada bater na parede. O estrondo era audível por todo lado o que a fez sobressaltar. Rafael e Marco pareciam preocupados quando entraram a passos largos diretamente para a cozinha. Marco deslizou na cadeira próximo a ela e Rafael sentou-se na frente. Completamente perplexa, se manteve quieta e calada. Talvez o dia lhes tivesse corrido mal , sabia que não tinha feito nada para provocar tais reações, mas quando Rafael a encara nervoso, todo o seu corpo tremeu.

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