Capítulo 7

Lorena 

Aí. Aí. É tudo que posso pensar.

Minha cabeça dói, como meu braço direto, e eu abro meus olhos e tento me localizar,  e acabo percebendo que estou em uma van, minhas mãos estão amarradas com algemas.

Eu olho para frente e meu olhar cai em Derek, ele está desacordado e seu rosto está machucado, e sangrando muito, posso notar apesar de toda escuridão aqui dentro.

Meu coração dói só de vê-lo assim tão machucado. E eu seguro o choro, isso não vai ajudar em nada.

– Derek. – Eu sussurro sabendo que ele vai me escutar, mas não falo muito alto para o motorista ouvir. – Por favor, acorda.

– Eu estou acordado. – Ele diz e o alívio toma conta de mim.

– O que está acontecendo? – Eu perguntei, e seguro um gemido quando passamos por um buraco.

– Fomos sequestrados pela CPEO, – ele fala e depois explica quando me ver confusa. – é a mesma organização que te transformou em uma humana de alguma forma.

– Mas por que eles me querem de volta? – Eu falo com medo de está nas mãos desses caras novamente. Não lembro do que sofri, mas sei que deve ser horrível para não lembrar de nada.

– Não sei, mas vou descobrir. – Ele diz, ao se levantar rapidamente, quebrou suas algemas e o motorista nunca o viu chegando. Só escutei o vidro da pequena janela que nos separava da cabine do motorista se quebrando. 

– Quieto. Ou quebrarei seu pescoço. – Ele diz friamente e eu luto para achar uma posição que me faça ver melhor o que ele está fazendo.

– Por favor...

– O que vocês querem com a gente? – Derek rosnou apertando ainda mais o pescoço do cara. – É melhor falar ou ele morrerá, doutora. 

Eu não tinha percebido que tinha outra pessoa na van, mas obviamente tem uma louca que acha certo sequestrar as pessoas, e isso me dá raiva. Tudo que quero é me soltar e atacar essa mulher maluca.

– Nós queríamos ela, não contávamos que um lobo a roubasse. – A mulher fala com a voz trêmula, mas eu não sinto pena dela. Eu tento me mover, mas é difícil. Mas consigo sentar sem ajuda dos meus braços. E me encosto na van.

– Como nos acharam? Espera. Ela tem um rastreador. – Derek diz irritado e eu engulo em seco por saber que eles podem me encontrar em qualquer lugar do mundo. Isso não é nada agradável.

– Sim. Não podemos perdê-la. – A doutora fala e Derek me ajuda com a outra mão que está livre. E quando estou de pé ao seu lado, ele move sua mão para o pescoço da bruxa.

– A verdade, ou o seu pescoço vai começar a ser esmagado. – Derek não está com paciência.

– Em um dos experimentos feito com ela com sangue de outra vampira e um lobo misturados em seu sangue, ela virou humana, ela foi a única, tentamos com os outros e eles morreram. Tentamos colocar sangue vampiro novamente em seu sangue para transformá-la novamente, mas isso, quase a matou. Não podemos perdê-la. – A doutora diz como uma maluca e eu fico com raiva.

– Por que eu estava no leilão? – Eu não consegui me controlar.

– Nós... queríamos engravida-la. Não conseguimos nenhum esperma aptor dos lobos ou vampiros para isso. Então optamos pela a forma natural. – Ela diz. E eu arregalei os olhos, com sua loucura. Elas queriam um bebê meu. Para transformá-la em um rato de laboratório.

– Estrupo não é natural sua vaca! – Eu grito com essa cadela. Como eu queria quebrar seu pescoço e vê-la morrer entre meus dedos.

– Tudo pela ciência. – Ela diz como se isso fosse certo. Que qualquer barbaridade que fizeram com você é pelo um bem maior, mas sabemos que isso não é para o bem.

– Você pode nos matar mas nunca vamos para de procurá-la, ela é um milagre. – Falou a doutora maluca e eu rosno. Acho que conviver com Derek está mexendo comigo.

– A única pessoa que faz milagre é Deus. E você não é ele. Na verdade você vai queimar no inferno – Derek diz irritado e eu concordo com ele.

– Onde está meu rastreador? – Eu perguntei mexendo o meu pulso. E suspiro quando uma sensação familiar cai sobre mim, era como se eu já tivesse passado por essa situação.

– Morrerei sem dizer. – Ela diz, me movo  rapidamente, como eu já tivesse feito isso antes, e vou até ela. Levanto meus braços e coloco sua cabeça entre eles, e quando Derek se mexe para o lado, eu trago as algemas contra sua garganta com toda minha força.

– Pois o milagre vai matá-la. Onde ele está? – Eu digo friamente enquanto aperto ainda mais seu pescoço.

– Não vou.. – não deixo a continuar, eu aperto ainda mais seu pescoço e vejo se contorcer para se libertar.

– Onde? – Eu perguntei novamente, soltando o aperto só um pouco.

– No interior do seu braço esquerdo. Você pode senti-lo bem perto da pele. – Ela diz com a voz rouca.

– Só esse? – Derek pergunta e eu não olho para ele.

– Só. Preciso de ar. – Ela diz levando suas unhas até a pele da minha mão tentando arranhar.

– Você vai encontrar no inferno. – Eu falo usando minha força para quebrar seu pescoço e logo ela é um verdadeiro peso morto.

Eu solto seu corpo e caiu no chão da van e respiro fundo. Espero o pavor e a realidade de matar alguém cai bem em cima de mim, mas não chega, na verdade, o que vem é a sensação que já fiz isso antes.

Minha mente pode não lembrar, mas meu corpo se lembra como eu era antes. E assassinanto não é algo novo para mim. E eu entendo o que está acontecendo.

Eu matei pessoas isso era fácil para mim, e eu não sei como sentir ou reagir, mas respiro fundo e olho para Derek, ele tem o olhar preso no meu, e eu luto para compreender o que estão neles, e quando faço, suspiro de alívio que não tem julgamento ou nada parecido com isso, só preocupação.

Não queria nada dele além de sentimentos bons, não sei de onde veio isso, mas eu sinto no fundo do meu ser, não quero que Derek me veja como algo ruim. As pessoas não ficam com as pessoas más.

– Para onde estamos indo? – Derek pergunta e eu engulo em seco. E Derek joga a chave da algema para mim, onde eu pego facilmente, e me liberto.

– Para o aeroporto. – O motorista responde.

– Onde? Pra onde vai esse avião?! – Eu perguntei ao me levantar. E Derek me segura, quando o motorista virá na estrada, e me faz perder o equilíbrio.

– Não sei. Não tenho essa informação! – O motorista grita por ar, já que Derek está ficando impaciente. E eu entendo, se chegamos no aeroporto estamos ferrados e estaremos sem escapatória.

Eu tenho que tirar esse chip, e é quando a ideia  nasce, não tem outra escolha. Ou isso, ou vou virar mais uma vez um rato de laboratório, posso não ter ideia nenhuma como é isso, mas sei que é ruim.

– Pega a bolsa da médica! – Eu digo já que não consigo alcançar. O motorista faz e passa para mim entre o vidro quebrado.

Eu sento no chão da van, e abro e encontro o que estava procurando um kit médico, e o bisturi, e tudo que preciso para fazer um curativo.

Não olho para Derek, e procuro no meu braço o local que a mulher idiota indicou que estava esse maldito rastreado, respiro fundo e faço o corte, e mordo o meu lábio com a dor, e isso traz sangue na minha boca.

Mas continuo, e quando estou satisfeita com o corte, peguei a pinça e faço malabarismos para encontrar a maldita coisa, dói como inferno, mas eu continuo, e o alívio toma conta de mim quando encontro o chip. O puxo, e olho para o maldito chip, e o culpo de tudo de ruim que causou na minha vida.

Eu entrego a Derek, e olho para o corte, preciso de pontos, pelo menos três, e não vou fazer isso, então faço um curativo e me volto para o meu salvador.

– O que fazemos para sair daqui? – Pergunto realmente preocupada com essa parte do plano que não temos planos.

– Eu vou nos tirar daqui  – Ele diz com tanta certeza que acredito nele, na verdade não tenho motivo para não acreditar, desde que ele me encontrou fez de tudo para me ajudar. 

– Estamos em um comboio?

– Sim. Um carro atrás da van. – O motorista responde.

– Pare agora! – Derek manda e assim o motorista faz e eu caí contra ele. E gemo quando algo bate atrás da van. Mas ele me mantém de pé.

Eu não vejo quando ele empurra a porta com toda sua forma, e cai em cima do carro que bateu na van, eu me viro para o motorista que pegou uma arma com tranquilizantes, eu engulo em seco e olho ele apontando para Derek.

Ele não pode cair, ou nós dois estaríamos perdidos. Então eu me coloco entre o alvo e ele, eu dou um último olhar para Derek, e vejo destruindo os últimos dois homens que saíram do carro, e isso me faz ficar feliz. Ele está lutando.

A dor bate em mim, e eu vejo que o idiota atirou em mim, e eu queria ter mais força, mas a escuridão me leva, e eu estou começando a odiar isso.

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