Capítulo 4

Derek

– Adoraria pagar para dividi-la com o senhor. – Falou o velho, enquanto eu olho para o palco.

– Não divido algo que me pertencer – eu digo ainda focado no palco, pois se olha-lo, vou matá-lo. Isso não ia ajudar muito nesse momento.

– Por essa noite, posso tê-la amanhã. – Falou o velho e eu viro para olhá-lo e coloco toda minha raiva no meu olhar, e fico satisfeito quando o vejo engoli em seco.

Eu estava irritado com a demora, mas eu tinha que parecer relaxado, um idiota que podia compra qualquer coisa, como o idiota do velhote ao meu lado, e o outro idiota que está do outro lado, o senhor Montgomery.

O jantar passa muito lentamente para meu agrado, mas o que me mantém focado é ter minha companheira. E me forço a comer mesmo não sentindo fome, não desse tipo de fome. Mas essa vou sentir por um bom tempo até pode tê-la.

Preciso tirá-la daqui, e levá-la em segurança para minha matilha, onde posso mantê-la segura e depois tomá-la como minha. Tomá-la como minha. Isso com certeza seria uma boa ideia, mas o tempo está contra mim.

Eu me controlo quando a mulher de vermelho chega a nossa mesa com um sorriso malicioso no rosto olhando na minha direção, ela tem um celular. Ela fala com todos como uma boa anfitriã, e depois vem aos negócios.

Eu passo a quantia para sua conta sem nem piscar, e ela sorri ainda mais quando é feita com sucesso, e depois me entrega uma chave com número do quarto que minha companheira se encontra. E eu me seguro para não correr atrás dela.

– Você pode trazê-la ao salão e apresentar ela, se assim quiser, muitos dos convidados amam assistir. Você também pode deixar a porta do quarto aberta para vocês terem espectadores. – A mulher de vermelho que quero matar, fala passando a mão no meu ombro.

– Vou certificar que ela esteja fechada. Não sou um dom que gostar que as pessoas me vejam com minhas submissas – eu digo interpretando um papel de dom, mas isso não me agrada, mesmo sendo mentira.

Idiotas fodidos.

– Adoraria ser uma delas. – Ela diz sorrindo, eu seguro o desejo de quebrar sua mão.

– Vou manter isso em mente quando voltar – eu falo e vejo o brilho de malícia nos seus olhos quando ela sai em direção à outra mesa.

Cadela.

Eu levanto no momento que todos os compradores são informados que estão permitidos ter acesso a suas compras, e eu sigo os idiotas riquinhos que se acham no poder de estuprar e machucar uma mulher.

Todos são culpados e nada vai me dizer o contrário. Adoraria descer a justiça sobre eles, mas esse não é o meu papel. Infelizmente.

– Esteja pronto em uma hora. – Andrew fala e eu sei que é a hora que ele nos tirará desse lugar.

Eu me foco no caminho que estou indo, e encontro alguns guardas, não com armas visíveis, mas ainda tenho certeza que eles as têm, mas isso não me pararia.

Eu respiro fundo e deixo a felicidade chegar até mim, quando posso sentir o cheiro da minha companheira cada vez mais próximo, e isso acalma minha fera.

Passamos por um salão, onde eu vejo várias mulheres semi nuas circulando, e um bar. Tem cadeiras e sofás, onde os clientes podem socializar, e quando passamos por ele, entramos em um local para a prática de BDSM com pessoas exibicionistas.

E enfim somos levados em direção a uma escada no final da sala, e quando chegamos ao topo dela, vimos um corredor com seis portas. E eu olho o número da minha chave, e suspiro.

Seis, é a porta que preciso abrir para encontrá-la.

O seu cheiro me consome quando mais próximo cheguei à porta, e eu abro, e respiro fundo para ter meu controle, não posso assustá-la, ela já está passando por muito.

Tudo que importa é  que ela esteja em segurança.

Eu entro e fecho a porta atrás de mim à chave, mas mesmo assim não me sinto satisfeito, isso não impede das pessoas entrarem. Pelo menos não os administradores desse local.

O quarto está escuro, mas posso vê-la na cama, seus braços estão amarrados contra o metal da cabeceira, como seus tornozelos.

Ela está desmaiada, mas posso sentir que logo ela vai acordar. Tento não olhar para seu corpo, é errado quando ela não me permitiu isso, mas é difícil.

Ela está nua como veio ao mundo, e eu posso ver todas as suas curvas, e como tudo nela me pertencer, como eu  a pertença.

Eu me aproximo da cama, puxei um cobertor fino e cobri seu corpo não quero que ela se sinta mais exposta do que já está, quando acorda e me vê aqui.

Eu me sento em uma cadeira, e espero acordar.

Lorena

Deus. Minha cabeça dói.

Eu abro os olhos e eu quase entro em pânico quando não vejo nada, mas isso não dura muito quando me lembro de tudo. O sequestro, o leilão, depois eu sendo forçada a entrar nesse quarto e em seguida um pano sendo colocado contra o meu nariz e boca. E depois nada.

Eu não consigo ouvir nada, nada além da minha respiração acelerada, o meu coração disparado que parece que vai sair do peito, o medo.

Eu tenho que sair daqui. Tenho que ser firme.

Eu puxo meus pulsos, mas eles estão amarrados no metal da cabeceira da cama, como meus pés. Eles são fortes e não tem como eu sair. Mas mesmo assim, luto contra as amarras e eu não ligo para a dor que está causando.

Prefiro morrer a ser violada. Mas não queria morrer, não, assim. E isso me faz lutar ainda mais, e isso aumenta a pressão contra meus pulsos.

– Pare. – Um rosnado me faz parar de medo. Eu não consigo falar, um nó está sufocando a minha voz. E fecho os olhos quando uma luz é acesa.

Eu não esqueceria essa voz nunca na minha vida, ela vem do homem que me comprou, do homem que lutou contra um velho que estava na mesa ao seu lado. Ele era frio e direto em sua escolha, e essa escolha era eu.

Mesmo sobre os holofotes, eu pude ver seu rosto e essa é outra coisa sobre ele que nunca vou esquecer, ele se parece com um Deus grego, caído direto do Olimpo para terra. Seus cabelos eram escuros como a noite, seu rosto bonito e bem marcado. Seus olhos, Deus, mesmo de longe, eu podia jurar que eram azuis cinzentos.

Eu deixei o choque da sua beleza cair no meu corpo, mas isso logo foi esquecido quando lembrei do motivo que ele estava ali, ele estava me comprando para fazer coisas horríveis comigo.

E isso me fez lutar ainda mais contra as minhas restrições que me mantinha presa, mas isso não me ajudava.

– Pare. – sua voz está mais forte e ela é como gelo, e isso me deixa tensa com medo.

– Eu mandei você para.

– Você não manda em mim, seu pervertido. – Eu falo encontrando minha voz. Mas antes que possa falar mais ou xingá-lo. Sinto que algo se levanta contra mim, ele está em cima de mim, e isso me assusta mais do que qualquer coisa que sofri para está aqui.

– Por favor, não. – Eu digo sentindo minha voz se diminuir até um sussurro.

– Eu mandei para. – Ele diz contra meu ouvido direito, e eu sinto seu nariz, descendo sobre minha pele, e parando no meu pescoço e eu estremeço de medo e de outra emoção que não sei reconhecer.

– Não gosto de sentir seu medo. – Ele rosna e eu salto contra a cama, e eu suspiro de alívio quando seu rosto sai de perto de mim.

– Você me faz ter medo. – Eu sussurro. Movendo minhas mãos novamente.

– Pare. – Diz levando as suas mãos para esta em cima das minhas e eu engulo em seco, quando sinto o contato de suas mãos mais quentes.

– Só me deixa ir – eu digo odiando minha voz.

– Droga. – Ele xinga e eu tremo. Suas mãos vão para as amarras dos meus pulsos, e com um puxão firme ele as rompe. – Você está sangrando.

Eu ainda estou tentando entender, como ele me soltou com sua força, eu não consegui, mas sei que elas eram fortes, nem ele conseguiria. São algemas. Eu engulo em seco, quando ele pega meus pulsos e eu sei que ele pode sentir o pulsar do meu coração.

– Aí – eu digo tentando sair do seu alcance, mas ele me mantém parada.

– Você não está curando. – Ele rosna e eu sinto o medo volta. – Você devia está curando.

– Louco! – Eu digo tentando sair debaixo do seu corpo, mas ele é pesado, mas não chega a me sufocar.

– Sim. Louco. – Ele diz aproximando o rosto do meu, posso sentir sua respiração.

– Me solta! Está doendo! – Eu digo e no segundo depois que minhas palavras saem, ele me solta e eu fico surpresa por ele fazer isso.

– Você é pesado. – Eu tento, sentindo a esperança de fugir cresce em mim. E quando ele sai de cima do meu corpo, eu levanto rapidamente e corro imaginando onde é a porta, mas acabei batendo em uma parede. Ainda estou confusa.

– Você não deve fugir de um perseguido natural. – Ele diz. Seus braços se fecham ao meu redor.

– Quem você é?

– Seu marido.

Não pode ser, ou pode?

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