Invocação

Ela queria um companheiro, que estivesse ao seu lado a todo momento, porém seu caráter não proporcionava uma companhia, havia iniciado na adolescência, assuntos sobre ciências ocultas, satanismo, encontrou um manual de evocação para um servo sexual, mistura seu sangue com sal grosso, empala um boneco como gostaria que fosse, uma espécie de vodoo, alto, forte, loiro, olhos azuis, o ritual é consumido por chamas, a meia noite, da sexta para o sábado, na lua nova.

Olha ao seu redor, nada acontece.

- Que besteira, esse ritual, perdi meu tempo. Pensa dessa forma.

Retorna a sua casa, andando, depois de estar em uma encruzilhada na zona rural, parecia que ela era invisível aos homens, podia andar alta madrugada, que nem os drogados davam em cima dela, ela não era feia fisicamente e não um asco de pessoa.

- Morrerei solitária. São essas suas conclusões.

Ao chegar perto de sua casa, nota uma luz acessa, da parte de fora, a luz da cozinha, o cheiro de comida sendo preparada, tudo indica que o alimento estava sendo feito em sua casa, consumida por uma ansiedade, abre a porta rapidamente trêmula.

- Olá meu amor, preparei carne de porco assada.

Olha atentamente aquele rapaz, o mesmo vislumbrando no ritual, meu demônio apareceu, meu companheiro.

Indagativa, resolve perguntar sobre suas origens:

- De ondes tu surgiu?

- Como assim, nos casamos há muito tempo, temos três filhos.

Nesse instante, a porta é aberta aparecem três crianças com a miscigenação do demônio sexual com a solitária.

Sem compreender, parece que sua vida havia mudado de uma hora para outra, em um segundo, no instante que retornava a sua casa.

Ela ainda tonta, sem compreender, ou querer entender, bebe um copo de água com açúcar, observa as crianças novamente, o rapaz, emociona-se, sinceramente.

O tempo passou, eles ficaram juntos por anos e mais anos, até a velhice, ela havia até esquecido do ritual que praticara para obter sua família, mas até seus vizinhos confirmaram a história sobre o casamento, já em sua velhice, depois de seu marido ter falecido em um acidente de trânsito, sem puder enterrar o corpo, devido ao estado e o tempo para descobrir a genética, os filhos já bem sucedidos, o anjo da morte visita-a, ela tinha fixado sua visão em um ponto escuro da parede, este ponto fora aumentando, até sair um esqueleto com trajes negros, com um rapaz ao lado, o loiro vindo dos inferno afirma.

- Vamos meu amor, tive que ir até a Terra, para te ver feliz, agora venha até aqui, para minha felicidade.

Ela não teve escolha, ao chegar no tormento eterno percebeu, que era uma entre muitas, solitárias que o demônio roubou a existência.

Invocação, parte II

Julia, ela a mulher mais cobiçada da pacata cidade, no Sul do país, todos os concursos de Beleza, ganhava em primeiro lugar, o ganhava junto, era inúmeras cartas de admiradores secretos, de pessoas humildes de coração, a milionários excêntricos.

Sua beleza, fez a tornar uma pessoa narcisista, pensar somente nela, mais ninguém, não dava o braço a torcer aos outros, só ela possuía a certeza.

Queria se aventurar na capital, sair da rotina, daquela pequena cidade, em que os homens pareciam babar em uma assadeira de frango, onde ela era o animal, que todos ficavam olhando deslumbrante.

Conheceu, Dogoh, um excêntrico que fez perder o senso comum, os princípios sortidos que havia cultivado, ele, tinha uma forte linhagem na magia negra, fazia rituais e mais rituais para as pessoas obterem, fama, sucesso, dinheiro, tudo que Júlia queria, não pensava nem um pouco, em constituir família, só queria ter o pão de cada dia, de maneira luxuosa.

Dogoh, se ofereceu perante o relatório da recém conhecida, dela afirma um pacto com as forças obscuras, apesar da atual situação financeira ser desfavorável, não possuía o suficiente nem de pagar o encarregado do pacto, relatou o problema, ele de forma brutal, mencionou.

- Se tu és virgem, o ritual terá mais efeito.

Ela era virgem, de tudo que se resguardava, aquilo que ela guardava, era o mais puro dela, então ofereceu sua virgindade no pacto.

O hímem rompido por Dogoh, no templo de Belzebu, caíram gotas de sangue, naquele lugar sagrado para o satanista, o demônio aceitou a oferta do encarregado, e proferiu a fama, o sucesso para a mulher, que no outro dia, recebeu uma mensagem de um agente de moda, que vira suas fotografias em um jornal tempo atrás, conseguindo seu contato, finalmente, ela parte em busca de seu sonhos, entre uma foto e outra, o agente flerta ela, promete maior visibilidade, caso tenham relação, ela que já aceitou uma vez, aceita novamente, ela se tornou famosa, porém fora a zona da prostituição, se tornou uma acompanhante de luxo, aos quais só deputados poderiam se dar o desfrute de ter ela por uma hora, teve o pão, no momento certo e não faltou e de forma luxuosa.

Mas aquelas prisões de sua vida, a sufocava, evitou tanto os homens, que pareciam ser bem intencionados, para se tornar uma pessoa mau intencionada, aquela falta de ar em sua vida a sufoca, já não cumpre mais seus compromissos, viciara em aplicar heroína, em um dessas viagens pelo uso do narcótico, aparece Belzebu, o demônio com vestimenta de bode, entra pela sua porta, falando.

- Eis que chegou a hora de te levar, deliciosa mulher.

O pênis do demônio fica ereto, do tamanho de um caprino.

Apesar de ser um bairro luxuoso, as pessoas serem reservados, não atrapalharam aquela gritaria que vinha daquela misteriosa mulher, que só aparecia com os figurões da televisão, ela estava sendo brutalmente assassinada sexualmente por um demônio, o mesmo que ofertou alimento, luxo e fama, três dias depois de um frenesi, o delírio ou a realidade acaba, Júlia, faleceu por exaustão de atividade sexual, esse fora o relatório da perícia policial.

Marta Oliveira

Marta acordou do pesadelo em que vivera os últimos anos, seu marido a espancava brutalmente.

- Como ele pôde tornar meu marido? Inquiria.

Aquele homem bruto, desde um comentário indelicado, cinco dias após a lua de mel, a empurrou contra parede, chamando de – Escrava. Ela assim que sentia, ele fora um doce de pessoa ao começar namorar com ela até se casar, mas no cartório quando assinou o documento, seus olhares mudaram de expressão, uma escuridão o envolvera, passou despercebida, essas palavras iniciais afetaram as conclusões de Marta, moça da alta sociedade, com formação em Jornalismo, se vira em uma relação de abuso, de violência contra mulheres, pensou ser apenas um desatino do marido, mas toda vez que ele se aproximava, ela tremia, com medo de algo pior acontecer.

Certa vez, na cama, o marido depois de passar noites e mais noites chegando embriagado, e ela sendo usada sexualmente, decidiu dar um basta, disse que não teria mais relações, a forma que ele encarava o mundo a perturbava. A bomba estourou de uma hora para outro, Isaque, começou a espancar ela, por horas e horas, depois fez sexo contra sua vontade, ela chorava irrisoriamente, no que estava se tornando, que destino o dela, a felicidade se tornou crueldade.

Qualquer motivo eram agressões, não saía mais de casa, vivia pelos cantos, até que em um anúncio na internet sobre mulheres violentadas, despertou o motivo de esperança de luta, discou para Central, fora bem atendida, prenderam seu marido, se separaram, aceitou a quantia do divórcio, que ele construiu, por ela viver a sombra em um canto sendo espancada, entrava no ônibus, havia vinte um dias que tratava de hematomas, um rapaz chama a atenção de Marta, que belo senhor, acaba sentando ao seu lado.

Os dois conversaram a viagem inteira, ela não se sentia seguro de contar a respeito do que aconteceu, mas Marta se sentiu viva de uma forma, que não conseguia descrever, o senhor o elogiou várias vezes, quem diria, ainda sou atraente, pensava, onde seu campo psicológico estava em uma verdadeira guerra, não iria se envolver com homens tão cedo, até certeza das atitudes, sempre lembra de atitudes grosseiras, uns toques despercebido do seu ex, Isaque, terá certeza quando for abrir o coração ao alguém.

Tantas martas que vivem em nossa sociedade, que não merecem ser silenciadas, o amor está repleto de bons fluídos universais elevado ao divino, mas existem também aqueles, que nos conecta com forças cruéis em nossa personalidade, as martas precisam existir, sobreviver, não culpemos, o destino, o livre arbítrio ou as escolhas, entender o Peso de nossa Cruz, já é por demais árduo, imagine ter que persuadir uma explicação ao sofrimento do próximo. Enquanto aos isaques, são esses os homens carrascos que habitam no Planeta, com o dever do maléfico, de tentar destruir uma verdadeira beleza, através de seus dilemas não interpretados, vivem em prol do imediatismo, de aparência, enquanto ao senhor, sempre existirá, senhores e senhoras, em nossas vidas que irá nos reerguer nosso ânimo, acreditarmos na existência da sociedade, apalpar o bem, em sua forma afetuosa, enquanto a esses dilemas, não precisamos resolver, pois eles caminham em busca da Luz, da Sabedoria, os senhores e as senhoras, são aqueles que compreenderam o sentido da vida, em sua mais intima explicação.

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