Capítulo Sete

Letícia

— Quem você pensa que é para pedir para a minha irmãzinha ir em um presídio para visitar o seu irmão, Cobra? Não, não, não! - afirmo.

— É ela quem tem que decidir isso, coração, e não a gente. - ele fala com a voz suave, tentando me convencer.

— Cobra, não. Eu não vou deixar... Isso é muita humilhação por um cara que sequer merece. - cruzo os braços e o encaro completamente decidida. — O Victor a traiu. Isso foi uma puta de uma sacanagem.

— Me deixem a sós com a minha irmã, por favor. - Isabella pede com educação. — Nós vamos nos entender sozinhas. Não precisamos de interferência de outras pessoas.

— Beleza, então. - Cobra e KJ respondem juntos e saem do quarto.

— Você quer ir? - pergunto quando tenho certeza de que estamos sozinhas no cômodo.

— Eu não sei. Por um lado, sim. Por outro lado, não. A verdade é que eu não sei o que fazer da minha vida. Eu o amo tanto que dói, mas ele foi tão filho da puta. - Isa fala e começa a chorar.

— Amor, vem cá. - me aproximo da minha irmã caçula e a puxo para um abraço apertado.

— Me desculpa por ser tão fraca e querer ir vê-lo mesmo depois da traição. - ela pede, claramente envergonhada. — Eu não sou tão forte como você.

Claramente a Isabella me ver melhor do que eu realmente sou.

A verdade é que eu jamais julgaria a minha irmã, porque nem moral eu tenho para isso. O Cobra me fez de idiota várias vezes e eu sempre voltava para o mesmo. Se ela quiser voltar com o Victor, eu vou entender e respeitar a sua decisão, porque o amor tem dessas coisas. Nenhum relacionamento é perfeito e eu não vou ser obstáculo na vida de casal nenhum.

— Eu vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar. Só não quero que você vá ver o Victor, porque se sente obrigada, sabe? Você não tem obrigação nenhuma com ele. - sussurro com carinho próximo ao seu ouvido.

— Você não vai ficar brava comigo? - Isabella pergunta com uma voz tão meiga que parecia uma criança de oito anos, me fazendo rir.

— Prometo que não vou ficar chateada, só quero que me prometa que se você for visitar o Victor, você vai por vontade própria e não porque o Cobra e o KJ estão te manipulando, ok? Eles são legais, porém não deixam de serem homens e um homem protege o outro e nós, que somos mulheres, temos que apoiar uma a outra.

— Eu sei disso, Letícia. E sim, prometo, não vou deixar ninguém me manipular. Vou pensar melhor e decidir por conta própria. Obrigada por entender o meu lado.

— Tudo bem, meu amorzinho. Fica bem, viu? - dou um beijo em sua bochecha. — Qualquer coisa, estou no quarto ao lado. - minha irmã assente e eu decido deixá-la sozinha. 

Saio do quarto da Isabella e ouço um barulho vindo do primeiro andar. Resolvo descer as escadas e encontro o Cobra comendo churrasco sentado na mesa da cozinha.

— De zero a dez quanto tu tá brava comigo? - ele pergunta ao me ver.

— Zero. - respondo rindo. — Eu sei que você tentou ajudar, mas a Isa é muito nova. Ela tem a mesma idade que eu tinha quando te conheci e não quero que ela cometa os mesmos erros que eu.

— Eu sou um erro na sua vida, Letícia?

— Eu não disse isso, Cobra. Não coloque palavras na minha boca, coloque sua rola. - brinco e ele me olha malicioso.

— Na sua boca, na sua boceta, no seu cu, onde tu quiser, safada. - sua voz soa tão safada que eu sinto um leve formigamento entre as minhas pernas.

— Vocês precisam parar de falar isso na frente do bebê. - KJ entra na cozinha e eu olho ao redor procurando o Júnior.

— Achei que o Júnior estava na avó. - falo me referindo a mãe do Cobra.

— Oxe, e ele tá. - KJ fala.

— Que bebê você está falando? - pergunto.

— Eu, ué. - ele responde rindo e o Cobra começa a gargalhar da minha cara.

Às vezes, eu sou tão lerda que perco a piada.


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