Acordei com uma dor de cabeça terrível. Não tenho costume de beber assim e ontem bebi mais do que deveria. Vejo-me sozinha no sofá coberta com um lençol. Minha cabeça grita para levantar, mas meu corpo impõe que eu continue deitada sem realizar um movimento sequer.

— Allan? — O chamo logo após me sentar.

Não obtive resposta alguma, me levanto indo direto para o banheiro fazer minhas higienes diárias. Aproveito esse tempo para tomar um banho. Visto um short jeans preto com uma t-shirt deixando o cabelo solto. Ao sair do quarto vejo que já são 11:56.

Pego meu celular conectado no carregador. Deve ter sido Allan que o colocou para mim. Sento-me no sofá e disco o número de minha tia, que me atente no segundo toque.

- Bom dia, sol! - sorri

- Bom dia, tia! A senhora está bem? -

- Estou sim… está trabalhando hoje? -

- Não, não... Tô com saudades meu amor -

- Não há um dia que eu não sinta sua falta menina. Nossa - Ouço ela sorrindo.

Ficamos ali conversando, ela me atualizando sobre tudo o que está acontecendo em Boston. Amo conversar com minha tia, além de ser minha única família é a melhor amiga que posso ter.

Minha tia tem 49 anos e de irmã, tinha apenas minha mãe. Tia Kaline é solteira, mas já foi casada infelizmente não deu muito certo. Mora em Boston sozinha e é dona de uma cafeteria bem frequentada.

Nicole Lee, minha mãe. Meu amor que se foi. Uma mulher de sorriso fácil e de uma alegria contagiante. Depois que moramos com minha tia, minha mãe costumava trabalhar na cafeteria e amava fazer isso.

Ouço a porta abrindo e logo Allan entra e sorrir para mim.

- Tia preciso ir. Depois ligo viu? - Fico em pé indo para cozinha atrás de Allan.

- Tudo bem, tenha um bom dia minha pequena. -

- Para senhora também. Te amo! -

- Te amo solzinho - Sorrio de saudades.

— Saiu cedo — Me sento na cadeira observando o Allan.

— Tive… — Ergue as mãos mostrando algumas sacolas — Acordou faz tempo? — O vejo começando a retirar as coisas para guardar nos armários.

— Na verdade, não. Acordei quase agora — Ele sorriu e volta sua atenção para o que estar fazendo — Vamos almoçar fora hoje?

— Vamos! — Concorda virando para a geladeira para guarda o leite e outras coisas.

— Só vou me arrumar e nós vamos — Me levanto e corro para o banheiro.

Hoje meu cabelo não acordou de bem comigo. Fiz um coque alto deixando um pouco do meu franjão solto. Passo apenas um pó no rosto e saio já vendo Allan encostado no braço do sofá mexendo no celular.

— Vamos? — Me olha.

— Vamos — Diz pegando a chave da moto e guardando seu celular e carteira no bolso de sua calça jeans.

__________________

Estar com ele é bom demais, me faz rir e esquecer de todos os problemas possíveis. Ele é daquele tipo de pessoa que você ama ter por perto, ama conversar e sabe que, não importa o momento ele sempre terá tempo para você. Comemos em um restaurante onde a comida é um espetáculo e agora estamos no Central Park andando entre as árvores.

— Então estar gostando do emprego? — Estou segurando no braço de Allan enquanto ele está com as mãos no bolso olhando para o chão.

— É... Estou!  — O parque como sempre está cheio, sol que faz hoje ainda ajuda a trazer mais pessoas. Tem gente deitada na grama, correndo, outros sentados em bancos e por aí vai, o que mais está presente é a diversidade — É cansativo cuidar de bebê — Digo por fim.

— Mas você tem ideia de quanto tempo ficará lá? — Sentamos em um dos bancos — Digo, não acredito que planeje trabalhar lá por anos. — 

— Não tem nem uma semana! — Rio — Mas você está certo. Não penso em ficar lá por anos — Nós encaramos.

— Então o que pensa? — 

— Sei lá… — Desvio meu olhar para o chão e logo depois para minha frente, vendo assim um casal de senhores sentados no banco. A senhora com a cabeça encostada no ombro do senhor e de mãos dadas, ambos conversam e sorriem — Há quem diga que o amor não existe — Allan parece demorar a entender o que digo, mas logo olha para o casal.

— Imagina o tanto de coisa que ambos tiveram que enfrentar para encontrar a felicidade — Sorri e volto a olhar para ele.

— A felicidade não é uma coisa que se encontra, mas sim uma questão de sentimentos singelos — Ele me observa — Digo, a felicidade está em todo lugar só temos que parar e sentir. Corremos tanto contra o tempo, mesmo sabendo que ele não parará, então chega em um momento que você observa o tanto de coisa que você deixou passar na sua vida sem desfrutar daquilo. — 

— Você é incrível! — Diz e sorri.

— E você é um bobão — Levando e puxo Allan pela mão — Vamos, você pagará um milkshake — Continuo o puxando e ouço sua risada.

— Você tem um buraco negro nessa barriga — Olho para trás e sorrio com ele.

Chegamos à casa por volta de 18:40, depois do milkshake ficamos andando pela cidade e depois formos para praia ver o pôr do sol. Jogo-me no sofá e Allan faz o mesmo. 

— Estou morto — Diz por fim.

— Estamos — Digo fechando os olhos me entregando ao cansaço.

— Faremos o que agora? — Me olha.

— Filme e algo para comer? — Ele ri quando abro apenas um olho para o encarar.

— Vai escolhendo o filme que pedirei algo. —

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