Capítulo 4: Veias da escuridão.

Alguns minutos depois, os cientistas liberaram a entrada deles de novo. Eles apresentaram o raio-x de Melanie e lá estava, uma larva no fundo do estômago da garota. Ela estava assustada e não parecia saber de nada. Ela ficou com muito medo. Ela começa a chorar e dizer coisas, mas ninguém entende o que ela diz por causa do choro. Todos ali estavam preocupados com o que fariam. Lívia, ao ver a garotinha naquele estado, lembrou da vez em que matou a mãe dela. A memória que normalmente não fazia muita diferença para ela, agora começava a doer. Ela deixou rolar uma lágrima em seu rosto. Ela sentia pena de Melanie naquele estado, assustada e perdida. Ela não entendia esse sentimento. Não sabia porque se sentia assim. Mesmo assim, não importa como ela se sentia, nada faria o tempo voltar, nada consertaria o que já foi feito.

Bernard também se comoveu com a reação da garotinha, mas não deixou transparecer como se sentia. Tentando manter uma cara firme e séria, ele diz aos cientistas que Melanie deveria ficar contida no laboratório, sem contato com mais ninguém. Melanie chorou mais ainda ao ouvir aquilo. O rosto dela ficou vermelho de tanto chorar.

Lívia se aproximou da garotinha e tentou dizer algo. Nas primeiras tentativas, nada saiu da boca dela. A imagem que ela via ainda feria seu coração aos poucos, então ela tomou coragem e disse:

- Não se preocupe, vamos procurar por uma cura.

Melanie olhou para Lívia com raiva e arranhou o rosto de dela perto do olho esquerdo. Aquele arranhão não causou somente dor física, mas emocional também. Ela sabia que aquele arranhão não era nem a metade do que ela merecia pelo que fez. Os cientistas levaram Melanie para a sala com o espelho falso onde tinham feito os testes com o gás e fecharam a porta. Lívia ainda a observou pelo espelho falso. A garotinha estava de cabeça baixa, tentando ´´engolir o choro``.

Naquele espelho, Lívia também viu um reflexo, mas não um reflexo físico e sim um emocional. Ela se viu como era a não muito tempo. Com aquelas correntes enroladas nos pulsos, manchadas de vermelho. Era como se a imagem que ela via estivesse dizendo:

- Não tente fugir disso.

Ela se virou e saiu do laboratório. Ela chorou e virou o rosto contra o peito de Adam. Ele acariciou a cabeça dela e se sentiu mal por ela. Agora que sabiam mais ou menos o que estava acontecendo, tinham que descobrir o que fazer depois. Todos pareciam confusos, comovidos e surpresos. Steve então teve uma ideia:

- A casa dela! Vamos voltar lá. Talvez encontremos alguma coisa.

- Você acha que pode haver informação lá – perguntou Bernard, curioso.

- Sim. Lá, e talvez no endereço do nosso contratante, o que pediu para mata-los – completa Yumi.

- Então vamos mandar um grupo para investigar estes locais e o resto dos soldados toma conta da base – disse Bernard, decidido a apostar no palpite dos assassinos.

Imediatamente, Bernard reúne soldados para comunicar sobre o que fariam. Ele separa dois grupos, cada um com 10 soldados e dois dos assassinos. Para o resto dos soldados, Bernard explica sobre a larva e lhes diz para ficarem de olho nos civis. Ele então os dispensa e volta a atenção para os grupos que separou. Ele aponta para um dos grupos, no qual estavam Adam e Yumi, e diz:

- Vocês vão para a casa de Melanie, eu vou com vocês.

Logo depois, ele aponta para o outro grupo de soldados, no qual estavam Steve e Lívia, e diz:

- Vocês vão até o endereço do contratante. Serão liderados pelo comandante Richard. – Ele aponta para o comandante, um homem com uma cicatriz na bochecha e traços faciais fortes.

Depois de entenderem o que tinham que fazer e para onde ir, os dois grupos vão para os veículos blindados e saem da base em direção aos seus respectivos destinos. No meio do caminho, Richard pergunta para Steve:

- Como ainda sabem o endereço do contratante?

- Sempre guardávamos o endereço em algum lugar, só por precaução, caso alguém quisesse nos passar a perna. Ainda temos o dele – respondeu Steve.

Eles tentavam guiar o motorista, mesmo com a cidade toda devastada. Depois de algum esforço, conseguiram chegar até o endereço. Era uma mansão abandonada, caindo aos pedaços. Eles desceram do veículo para olhar mais de perto. As portas e janelas estavam fechadas com tábuas de madeira. A mansão parecia estar vazia a muito tempo. Ficava no meio de uma floresta, longe do resto da cidade. O capitão arromba a porta e o resto do grupo entra. O interior da mansão estava intacto. Não parecia ter sinal de luta ali, ou de alguém que tivesse morrido. Somente poeira e móveis antigos. Eles então começam a revirar tudo em busca de informação.

Enquanto isso, o outro grupo vasculha a casa antiga de Melanie, procurando saber mais sobre os pais dela. Eles então acham no armário de um dos quartos, uma mala fechada a código. Bernard pega sua faca e abre a mala, cortando a parte de cima. Dentro da mala, haviam muitos papéis com anotações. Bernard se senta na cama e começa a ler os papéis. Os soldados percebem uma expressão de surpresa no rosto do general. Bernard então começa a ler em voz alta:

- ´´Anotação 1: Nós encontramos hoje um homem muito estranho. Falava de ideias absurdas envolvendo algo científico. Ele parecia velho demais, então achamos melhor não levar muito a sério. Anotação 2: Algumas semanas depois, vimos o homem na frente da nossa casa, falando com a nossa filha enquanto ela brincava. Achamos estranho e a mandamos entrar. O homem olhou para nós com uma cara estranha e foi embora. Achamos estranho vê-lo aqui, pois ele mora um tanto longe``.

A expressão de Bernard fica mais séria e centrada conforme ele lê. As pessoas no quarto ficam confusas, mas continuam ouvindo os relatos naquelas anotações:

- ´´Anotação 3: Achamos estranho a presença daquele homem. Contatamos a polícia mas disseram que ele era um cientista renomado e que era bem conhecido por todos. Disseram que ele não faria mal a uma criança. Ainda assim, decidimos investigar``.

Estas informações estavam em uma folha. Bernard acaba de ler a folha e pega uma outra. Ele então continua a leitura das anotações:

- ´´Anotação 1: Analgésicos duas vezes ao dia e repouso na parte da tarde``. – Ele para a leitura e examina o que estava escrito nesta folha - Ué? Ah, acho que os pais dela eram médicos, ou estavam sob tratamento. Tem anotações médicas misturadas aqui – disse Bernard, jogando de lado aquela folha.

Bernard remexe os papéis procurando por mais informações sobre o cientista misterioso. Ele só acha mais recomendações e anotações médicas. Ele remexeu tudo, mas não encontrou mais informações sobre o cientista. As informações os deixaram um tanto mais confusos. Adam então apontou para um papel que estava debaixo do pé da cama. Bernard o pegou, abriu e leu:

- ´´Anotação 20: Hoje fomos até a casa dele de novo. Ele estava mexendo na terra mais uma vez. Pegou algo como uma minhoca e levou para dentro. Ele já fez isso 15 vezes, isso que nós tenhamos visto. O que será que está fazendo? Uma pesquisa sobre minhocas?

Aquela última anotação pareceu um tanto peculiar. Um cientista velho mexendo na terra? As pessoas naquele quarto começam a teorizar em suas cabeças. Adam pensa que o contratante deles poderia ter algo a ver com o suposto cientista, já que o resto da casa parecia normal. Ele e Yumi trocam um olhar, como se estivessem pensando na mesma coisa. Ainda assim, tudo o que tinham que fazer agora era esperar pelos resultados da busca do outro grupo.

O outro grupo agora já havia revirado metade da mansão, mas não encontraram nada. Olharam na metade que faltava, mas nada suspeito também. Era estranho o estado em que a casa estava, tão conservada, mas os assassinos insistiam de que aquele era o endereço do contratante. Quando estavam prestes a sair da mansão, uma parte do chão se quebra debaixo dos pés de Steve. A perna dele afunda no chão de madeira. Lívia o ajuda a levantar. Ele olha para a perna ralada e acaba por ver que aquele buraco ia além. Parecia que havia um tipo de porão, ou algo mais debaixo da mansão.

Steve se levanta, pega uma das cadeiras antigas que haviam pela casa e golpeia o chão. Os soldados e Lívia olham para ele confusos, sem saber o que ele fazia. Richard então pergunta:

- O que você pensa que está fazendo?

- Tem algo aqui. – Steve continua a golpear o chão.

Aos poucos, o piso de madeira se quebra. Os soldados e Lívia veem a parte de baixo da mansão. Agora que podiam ver melhor, não se parecia com um porão, era algo mais bem elaborado. O que viam pelo buraco aberto por Steve se parecia com um corredor. Ele e Lívia olharam um para o outro e sem pensar duas vezes, pularam lá embaixo. Steve foi primeiro e depois Lívia. Os soldados não viram escolha a não ser seguir os jovens. Chegando lá, viram que realmente era um corredor. Dos dois lados do corredor havia uma porta. O grupo decidiu se separar, 5 iam por uma porta e 5 pela outra. Um grupo foi pela porta da frente, formado só por soldados, este chamado de grupo 1. O outro foi pela porta de trás, formado por 5 soldados, o comandante Richard e Steve e Lívia, sendo este o grupo 2.

Ao passar pela porta, o grupo 2 viu um corredor que dava em muitos outros caminhos, portas e corredores. Decidiram pacientemente procurar em todos os caminhos. Entraram na primeira porta. Era uma sala pequena, com uma estante cheia de medicamentos e substâncias químicas. Havia também uma cama velha na sala. O colchão estava sujo e o metal enferrujado. Haviam alguns rasgos e manchas no colchão e pedaços de unha e fios de cabelo. O rádio transmissor de um dos soldados tocou e ele rapidamente atendeu:

- Grupo dois, na escuta?

- Na escuta – responde Richard.

- Achamos que possam ter inimigos aqui em baixo, zumbis entenderam?

- Entendido grupo um, ficaremos em alerta. Câmbio desligo.

A informação não pareceu surpreender muito os soldados. Eles então apontam as armas para frente e continuam seguindo. Eles abrem outra porta e esta sala estava quase que totalmente vazia, mas no centro havia uma cadeira. Era uma cadeira de madeira, cheia de arranhões e suja. Em volta da cadeira, havia sangue seco e outras secreções corporais não identificáveis, de cor rosada. A sala cheirava mal, então eles saíram logo. Foram para a próxima sala, mas esta não abriu de uma vez. A porta estava emperrada. A porta estava enferrujada e prendendo na parede.

Richard empurrou a porta com o ombro e conseguiu abrir. Esta era uma sala grande e escura. Eles iluminavam-na com as lanternas. Viram uma estante de madeira com vários cadernos e livros. Um dos soldados foi até a estante e deu uma olhada naqueles cadernos. Ele iluminou as páginas com a lanterna e viu anotações científicas e matemáticas complexas. Uma mistura de equações e tipos diferentes de reações químicas, mas era complexo demais para o soldado entender. Ele então checou os outros cadernos e livros, e todos tinham anotações e dados parecidos. Ele mostrou as anotações para os outros e Steve e Lívia ficaram um tanto confusos:

- Ele era algum tipo de cientista? Isso é bem estranho – disse Steve, observando as anotações.

- Parece que sim. Será que foi ele quem desenvolveu a larva? – Lívia pega um dos cadernos e observa as equações.

- Eu aposto que sim! – Richard aponta a lanterna dele para trás dos jovens.

Eles se viram e veem uma outra estante, com vários frascos e potes de vidro cheios de água e com coisas parecidas com larvas ou minhocas dentro. Nos potes haviam papéis colados com uma numeração. Os números dos potes iam de 1 a 25, todos com larvas diferentes. Ao que tudo indicava, o contratante realmente era o responsável por criar as larvas. Richard diz aos soldados que destruam aquilo. Os soldados lançam os frascos e potes no chão. Os potes e frascos se quebram e espalham um líquido transparente. Eles pisam nas larvas. Elas estouram e um líquido amarelo espirra delas. Eles então esfregam o pé no chão para limpar as botas.

O grupo sai da sala e depois de ter examinado todas as salas ali, entram em um outro corredor. No fim deste corredor, tinha uma porta fechada e na parede ao lado um arrombo, como se algo grande ou pesado a tivesse derrubado. Um dos soldados gira a maçaneta da porta, mas um som é ouvido. O som de algo batendo, como se alguém estivesse dando pancadas de leve em um móvel. Os soldados olham em volta procurando a origem do som, mas não veem nada. O rádio comunicador de Richard toca mais uma vez e para antes dele pega-lo.

Ele pega o rádio e tenta retornar o contato, mas não tem resposta. Será que algo tinha acontecido com o grupo 1? Richard fica preocupado, mas decide que o grupo deveria continuar seguindo em frente. Logo que abrem a porta, um odor estranho e ruim é sentido. Richard se sente incomodado:

- Mas que bosta de cheiro é esse? Tem algum retardado aqui que não sabe usar o banheiro?

O corredor no qual entram agora estava com um aspecto diferente. As paredes tinham limo e eram húmidas. O chão tinha manchas de sangue e marcas que pareciam ser de coisas que foram arrastadas. Esse corredor não tinha muitas portas, só uma no final. Eles andam até lá, mas então ouvem o som de batida de novo. Eles se viram para trás mas não veem nada. Continuam olhando para o caminho de onde vieram, procurando na escuridão, mas não veem nada. Quando se viram para a porta, veem que estava aberta. Eles se alertam e começam a procurar em volta, para ver o que tinha saído de lá.

Lívia sente algo bater em seu ombro. Ela aponta a lanterna para trás e não vê nada. Ela aponta a lanterna para o chão e vê pedrinhas com poeira levantada ao redor, como se tivessem caído de algum lugar. Ela então vira a lanterna para cima e localiza o inimigo. Ele estava agarrado no teto. Se parecia humano, mas era magro, de pele acinzentada e olhos totalmente negros. Ele olha para Lívia e dá um grito ensurdecedor e pavoroso. Todos apontam as armas para cima, mas a criatura se move rápido e some da vista deles.

O desespero toma conta do local. Os corações de todos batem forte. Os soldados começam a soar e tremer enquanto apontam as armas para direções diferentes, procurando pelo monstro. Steve percebeu que Lívia estava assustada e segurou a mão dela. Os soldados ouviam o som da criatura se rastejando pelos cantos. Um dos soldados se desespera e atira em uma direção aleatória. Richard se irrita:

- O que você tá fazendo, seu bosta? Acalmem-se, foram treinados para que?

- Para combater humanos senhor – responde um deles, com pavor em sua voz.

- Calem a boca e atirem só quando eu mandar – respondeu Richard, ainda mais irritado.

Um dos soldados é puxado para a escuridão. Todos apontam as armas e Richard dá o sinal para que atirem. Todos disparam na direção para a qual o homem foi arrastado. O homem foi solto e caiu no chão, mas a criatura sumiu de vista. O soldado que foi puxado se desesperou e saiu correndo pelo corredor. Ele saiu pela porta da qual vieram e logo que ele saiu, seu grito de dor e desespero foi ouvido. Ele havia sido pego logo depois de ser salvo, tudo graças ao medo.

Richard olhou para a porta que pretendiam entrar. Talvez fosse melhor fugir e continuar seguindo em frente, mas mesmo assim, uma hora eles teriam que voltar. Richard então diz:

- Essa coisa deve ter sido posta aqui embaixo para proteger algo. Deve ter algo valioso ou importante além daquela porta! Se concentrem! – Richard tenta conter os soldados, tentando evitar que se matem de maneira idiota.

Os soldados tentam se manter calmos, mas ainda soam e tremem. Um deles é puxado pelo pé e cai com a cara no chão. Logo em seguida é puxado para as sombras e sangue espirra na perna dos outros. Mais um soldado a menos, eles agora eram 6. Os outros soldados restantes não se contiveram e voltaram a atirar. Outro deles foi puxado pela cabeça e um som violento foi ouvido. O outro teve a barriga cortada e o último ficou sem munição de tanto atirar. A criatura então o puxou pelo braço. Os soldados já eram, agora era com Richard, Steve e Lívia. Ainda assim, se as coisas continuassem desse jeito, eles morreriam também. Steve então se aproxima de Lívia, e diz ao pé do ouvido dela:

- Desculpe pedir isso, mas você vai ter que fazê-lo. Lembra de quando você matava, podia ouvir para onde a vítima corria, ou de onde os suspiros vinham? É você, você tem que matar a criatura.

A garota olha em volta e vê Richard soando e olhando ao redor, tentando esconder seu pavor. Ela vê Steve ali, ao seu lado. Ela olha para a mão dele, que segurava a mão dela. A Lívia antiga então sussurra ao ouvido dela:

- Parece que vai precisar de mim. Sua parte psicopata e impiedosa estará sempre aqui, porque eu sou você.

Lívia sente seu coração bater rápido. Ela tentava se livrar do que ela era. Mesmo assim, a única forma de ajudar os outros agora era se rendendo mais uma vez para seu lado psicopata. Ela então empunha um revólver que levava, fecha os olhos e se concentra. Ela ouve os arredores. Os sons da criatura se arrastando e respiração pesada a guiam pelo corredor. Ela então, sem abrir os olhos, aponta em uma direção e atira. Um grito horrendo é ouvido. Richard aponta a lanterna para a direção de onde veio o grito e vê a criatura com a cabeça sangrando. Ele então cai e desliza pela parede, sangrando um sangue preto. A criatura estava morta.

Richard apontou a lanterna para Lívia, parecendo assustado com o que ela tinha feito. Ele se recompõe e eles passam por aquela porta. Quando veem o que tem do outro lado, se surpreendem. Era uma sala grande, cheia de armários com papéis e substâncias químicas. O chão era de ladrilho branco. As paredes eram cobertas por monitores. Os monitores estavam ligados e as imagens nele eram de partes diferentes da cidade. Logo à frente havia uma mesa e alguém deitado nela, com um jaleco branco. Richard se aproxima da pessoa, enquanto Lívia e Steve olham os monitores em volta. Ao chegar perto, Richard vê que a pessoa sentada ali com a cabeça deitada na mesa estava morta. Era um homem velho, parecia estar ali a dias. Debaixo da cabeça dele havia um papel com algo escrito. Richard pega o papel e lê o que estava escrito em voz alta:

- ´´Eu obtive sucesso, eureka! Mesmo assim, estou velho demais para isso. Vou deixar isso para o meu garoto. Ele vai levar isso adiante. Agora, posso morrer feliz``. – Ele acaba de ler o papel e o devolve a mesa.

Agora, eles tinham quase certeza de que o homem que estava morto ali era o responsável pelo desenvolvimento das larvas. Ainda assim, algo de mais intrigante estava escrito ali. ´´Meu garoto`` queria dizer que ele tinha um aprendiz? Ou talvez filho dele. E por que será que tinham monitores mostrando partes da cidade, ele estava vigiando a todos ou procurando por alguma coisa? Os três naquela sala tinham muitas perguntas a serem respondidas. Eles saem da sala e voltam pelo corredor de onde vieram. Tinham que voltar para a base e contar tudo para Bernard. Eles novamente tentam contatar a equipe 1 pelo rádio comunicador, mas ainda não tem resposta.

Os três olham um para o outro e ficam divididos. Não sabiam se iam atrás do grupo 1 ou se voltariam para a base. Talvez o grupo 1 ainda estivesse vivo. Richard pergunta aos jovens:

- O que acham que deveríamos fazer?

- A informação que temos é importante demais, não é – respondeu Steve, incomodado com a situação.

- Eu acho que deveríamos ir, não me entenda mal – responde Lívia.

- Acho que estão certos. Ainda assim, eu sirvo com aqueles homens por muito tempo. Não sei se posso ir. Posso confiar em vocês? – Ele olha nos olhos de Steve, depois nos de Lívia.

- Por que pergunta isso – diz Lívia, preocupada.

- Eu vou procurar por eles. Vocês peguem o veículo e vão na frente. Passem a informação para Bernard – disse Richard, em um tom de voz sério.

Richard estava decidido a procurar pelos outros soldados. Ele não os deixaria sem ter certeza de que estavam mortos. Ainda assim, a informação precisava chegar até Bernard. Steve e Lívia trocaram um olhar de preocupação. Os dois olharam aflitos para Richard e sabiam que não o convenceriam de ir com eles. Os dois jovens concordam em levar a informação para Bernard, mesmo que não quisessem abandonar Richard. O comandante então ajuda Steve a subir primeiro, usando as mãos e ombros como apoio para o rapaz subir. Ao chegar lá em cima, Steve estende o braço para baixo para ajudar Lívia a subir. Richard a levanta e ela consegue segurar a mão de Steve. Ele a puxa pra cima.

Os dois olham para Richard e se sentem tristes em ter que deixa-lo. Lívia então olha nos olhos dele e bate continência. Ele faz o mesmo para com os jovens e eles saem da mansão, deixando o homem para trás e indo para o veículo. Eles entram ainda com receio e Steve dá a partida. Eles veem por entre as árvores, alguns zumbis se aproximando. Steve então dá a ré e vira o veículo. Ele dá a arrancada e pede para Lívia ler o mapa pra ele. Com certo esforço, eles conseguem voltar para a base, mas no caminho, percebem que haviam mais zumbis nas ruas. Haviam hordas deles. Eles têm que passar por cima de alguns com o veículo para entrar na base. Eles entram na garagem, esta que é fechada logo depois. Os mortos-vivos batem na porta da garagem, fazendo muito barulho. Lívia e Steve saem do veículo e logo vão para a sala de Bernard.

Eles batem na porta e alguém a destranca. Para a sorte deles, era Bernard. Ele já tinha voltado da casa dos pais de Melanie. Eles entraram na sala dele de imediato, sem pedir licença. Bernard pareceu ansioso para saber o que tinham para falar. Eles relataram ao homem tudo o que descobriram lá. Bernard ficou extremamente intrigado com tudo aquilo. Então o contratante deles tinha algo a ver com as larvas e provavelmente era o criador delas. Mas para que? Ele recebe a notícia e leva um tempo para digerir tudo o que lhe foi dito.

Depois de alguns minutos absorvendo aquela informação, Bernard reparou que os dois voltaram sozinhos. Ele anda até os dois, com uma cara não muito boa. Ele tira o chapéu, põe sobre a mesa, olha para os dois com a mão na cintura e pergunta:

- Cadê os outros?

- Alguns morreram. Tivemos que nos separar em dois grupos lá. Richard escolheu ficar para procurar pelo outro grupo – respondeu Lívia, com medo do que Bernard pensaria.

- Então só os dois voltam e dizem que Richard escolheu ficar. Sério? Escuta, voltem para o seu quartinho, seus outros amigos já estão lá – disse Bernard, de forma áspera.

- Nós estamos falando a verdade, Bernard! Você tem que acreditar – disse Lívia, aflita.

Bernard aponta para a porta da sala e olha para eles com uma cara não muito boa. Ele continua apontando para a porta, até que eles saem de cabeça baixa. Eles voltam para o quartinho e se reúnem com os outros. Eles se sentem aliviados de ver uns aos outros. Lívia e Steve se sentam junto a Yumi e Adam, e os quatro unem as informações que obtiveram. Eles então especulam sobre o que estaria acontecendo:

- Então, os pais de Melanie descobriram sobre o cientista e ele nos contratou para matar eles – diz Steve, dando início a discussão.

- É o que parece. Mas eles o viram uma vez falando com ela na frente de casa. Será que foi ele quem botou aquela larva nela – diz Adam.

- Talvez, mas se estavam só conversando, como será que ele pôs a larva nela – responde Steve, um tanto confuso.

- Se a larva estava no estômago dela, deve ser pela boca – respondeu-lhes Yumi.

O que acontecia ao redor deles se revelava aos poucos. O quanto falta para que eles saibam exatamente o que aconteceu? E onde mais eles têm que procurar? Os quatro discutem por um bom tempo, mas então se cansam e caem no sono. Mais uma noite se passa.

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