4. Alexia

Acordei cedo, o que não era o meu costume, mas se eu for assumir a empresa, terei que me acostumar em fazer isso. Abri a janela e vi que hoje o dia está nublado. Que droga! Parece que vai chover, odeio dias chuvosos. Fui para o banheiro, tomei banho e fiz minhas higienes pessoais. Arrumei o meu cabelo, prendendo em um coque. Fiz uma maquiagem leve, algo não muito chamativo, vesti uma roupa social e sapatos que combine com a roupa. Coloquei algumas joias, mas principalmente, o meu pingente porta retrato, da qual nunca tiro, a não ser, para tomar banho. Fui para a sala de jantar, vi a Sara e meu pai tomando café.

— Bom dia! — falei estranhando a Sara logo cedo em nossa casa. — Caiu da cama, Sara? Chegou cedo. — Eu me sentei à mesa e a empregada me serviu.

— Eu dormir aqui — ela falou sem jeito, enquanto dei uma mordida no meu croissant recheado.

É o meu favorito!

— Oh! — Olhei para o meu pai, surpresa com sua audácia.

— Eu não queria perder tempo levando-a para casa, a reunião terminou muito tarde.

— Eu imagino. — Olhei para a Sara que parecia desconfortável. — E a mamãe? — falei tomando o meu café.

— Eu não sei, não dormir no quarto. — Quase me engasguei.

— Oh! — Olhei novamente para Sara e agora a coitada estava morrendo de vergonha. — O senhor volta de viagem quando? — perguntei para mudar o foco do assunto.

— Hoje à noite, por quê?

— Nada não, só para ter certeza que horas tenho que encerrar a festa. — Ele parou de mastigar e me olhou. — É brincadeira! Não vou fazer nenhuma festa. — Ele voltou mastigar novamente. — Não uma festa grande.

Terminamos o nosso café em silêncio, meu pai saiu para sua viagem levando a coitada da Sara. Eu subi para o quarto da minha mãe e verifiquei como ela estava, por mais que ela não mereça, mas eu me importava com ela. Sua cama estava arrumada, isso quer dizer que ela não dormiu em casa. E eu aqui, me importando com ela...

— Eu, é que não vou me preocupar.

Fui para meu quarto, peguei minha bolsa e fui para a empresa. Quero mostrar para o meu pai, o que ele estava perdendo em não me colocar para trabalhar com ele. No caminho, liguei para a Patrícia para ela vir me ajudar e juntas mostrar para nosso pai, que ele não precisava ser filho homem para ser competente.

Cheguei primeiro na empresa e fui direto para o refeitório da chefia, só os diretores e gerentes tomavam café lá. Nem pensar que me misturo com os empregados, tenho que mostrar para eles onde são os seus lugares.

Logo de cara, vi o Conrado. Droga! Prometi dar uma resposta para ele, precisava de uma desculpa para enrolá-lo mais um pouco, pelo menos, até meu pai aceitar que eu trabalhe com ele, ou até eu arrumar uma desculpa para terminar o namoro.

— Oi, amor! — ele falou parecendo feliz em me ver.

— Oi! — Sorri sem mostrar os dentes.

O Conrado é um cara lindo, apesar de ser péssimo na cama, não sei como fiquei tanto tempo com ele. Estudamos em juntos em Londres, e apesar de estarmos juntos, eu sempre tinha um namorico por fora, para compensar o seu fracasso na cama, ele nunca descobriu. Ele tem vinte e cinco anos, um metro e oitenta e cinco centímetros de altura, olhos e cabelos castanhos, sempre barbeado, era uma das coisas que eu gostava nele. Odeio homem relaxado que não se cuida, esse era um ponto positivo para eu ter ficado com ele.

— O que faz aqui? Pensei que você não acordasse antes do meio dia. — Ok! Ele me chamou de preguiçosa na cara dura.

— Eu quero mostrar trabalho para o meu pai, já que ele está viajando.

— Você, mostrar trabalho? Você deveria estar fazendo compras e não trabalhando. — Agora ele me chamou de inútil.

— E quem é que vai assumir a presidência.

— Depois que nos casarmos, você não vai precisar se preocupar com isso.

— Isso quer dizer que você só está comigo por interesse?

— Não! Não é isso linda, você sabe que eu te amo. — Ele tentou me beijar, mas eu virei a cara.

— Não parece! Cadê o Antony?

— Ele ainda não apareceu.

— E o Robson?

— Ele não vem hoje. Ele tem outro cliente que precisa dele.

— Uma coisa eu tenho certeza, quando eu assumir a empresa, essas mordomias de vocês vão acabar. — Ele sorriu com cara de bobo e tocou no meu queixo.

— Você fica linda brava, sabia? — Tirei sua mão de mim e saí andando. — Para onde você vai?

— Fazer algo que vocês não estão fazendo, trabalhar.

Eu peguei o elevador e subi para o andar da presidência e me surpreendi quando vi Sara na recepção.

— Eu pensei que tivesse ido com meu pai! — falei entrando na sala da presidência e ela me seguia.

— Ele resolveu me dar uma folga.

— Do trabalho, ou das suas aventuras sexuais?

— Das aventuras. — Pelo menos, ela é sincera.

— Me passa a agenda dele de hoje.

— Ele sabe que você está aqui?

— Não, eu quero mostrar para ele que eu posso fazer isso.

— Ok!

— Quando a Patrícia chegar, manda ela entrar e não precisa avisar.

— Sim, senhora!

— Não precisa me chamar de senhora, afinal, você dorme com meu pai. — Ela deu um sorriso amarelo e saiu da sala.

Ainda tenho que conversar com ela, pelo fato de não ter me informado sobre os problemas que a empresa está passando, mas primeiro quero poder mostrar para o meu pai que eu posso trabalhar aqui.

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