02

Não há como fugir do destino.

        

Sentada, encostada a uma árvore, que encontrou com muita dificuldade, Lilian pensava sobre o garoto: – Porque um menino? O que os humanos estão tramando? Será que o desaparecimento do humano está envolvido nisso?

Os vampiros podiam regenerar qualquer parte do corpo, com exceção do coração. Os olhos de Lilian estavam regenerados, mas ela não tinha suas lentes, foram quebradas e as reservas estavam no castelo. Sem saber se já era noite, ela arriscou tirar as mãos dos olhos. O céu estava avermelhado, o sol se pondo e já se podia ver a lua na outra extremidade. A vista ainda embaçada incomodava, mas Lilian levantou-se e procurou o caminho de casa.

Após uma longa caminhada, a lua finalmente era dominante. Os olhos de Lilian estavam cem por cento, perfeitos para a noite. O resto do caminho ela saltitou, alto o suficiente para ultrapassar árvores, subir montanhas e finalmente chegou ao castelo.

– O que houve com seus bloqueadores? – Nicolau perguntou ao ver as lágrimas de sangue da irmã.

– Uma bruxa me atacou – Respondeu ela, furiosa.

– Uma bruxa?

– Sim. Aquela espécie horrenda.

– Mas por quê? Espera o que você fez?

– Porque acha que eu fiz alguma coisa? – Lilian perguntou, virando-se furiosa e encarando o irmão.

– Você está sempre falando sobre tomarmos o poder com nossa força, espero que não tenha tentado isso sozinha.

– Não. Eu não tentei – Lilian desviou o olhar, pensativa – Mas algo me diz que essa tal paz não vai durar muito.

Em seu quarto, ela pensava nos possíveis motivos de os humanos terem entregado um filho macho para o abate. Não que isso importasse para ela, um menino no lugar de centenas de meninas não faria muita diferença, mas a troco de quê?

A curiosidade de Lilian era seu maior defeito e o que sempre a levava a se meter em confusões.

– Isso com certeza é ir contra as regras – Lilian conversava consigo mesma – Ou uma humana teve seu bebê sequestrado ou entregou de livre e espontânea vontade, o que também não é correto. As bruxas só têm permissão para levar as fêmeas, portanto... – Lilian estalou o dedo como se tivesse solucionado um grande mistério – ...Isso foi contra as leis. Uma falha no acordo de paz? – Semicerrou os olhos, pensativa.

        

Por vários dias, Lilian ficou a espionar as bruxas. Ao redor da floresta Poisonous, escondida em cabanas abandonadas nas proximidades do vilarejo, se enfiava até em buracos ou casca de árvore se lhe coubesse, afim de, outro encontro com uma bruxa.

Os olhos estavam sempre atentos, audição concentrada e olfato procurando o cheiro de ervas, o cheiro único das bruxas. Escondida entre a palha do teto do velho celeiro, ela tentava se equilibrar. A construção não era confiável, a qualquer momento poderia desabar, mas ela se manteve firme, tudo para pegar uma bruxa no flagra.

O cheiro familiar lhe chamou a atenção.

– Michele? – Lilian sussurrou esgueirando-se entre a palha procurando a moça.

Mas ela não estava sozinha, Nicolau a conduzia até o celeiro, seu local de encontro. Lilian revirou os olhos ao ver os dois entrarem. Não seria nada agradável ouvir os gemidos daqueles dois, mas ela não poderia abandonar seu esconderijo. Seu pressentimento dizia que logo encontraria uma bruxa. Então ela esperou.

– Você é incrível Michele, nem parece que doou o sangue a pouco tempo – Disse Nicolau, enquanto a moça cavalgava sobre ele.

– Estarei sempre disponível para você – Ela respondeu entre gemidos.

Lilian não desejava ouvir aquilo, mas não podia sequer tapar os ouvidos. Para sua sorte, a transa foi mais rápida do que de costume.

Finalmente ela iria poder se concentrar na bruxa, mas sua atenção foi tomada novamente com o retorno de Michele, caminhando nervosa e olhando aos arredores.

 Caminhando cuidadosamente, e ao mesmo tempo, rapidamente, entrou no celeiro aproximando-se do local onde acabara de praticar o ato sexual com o vampiro e deslizou a mão sobre os fluídos de Nicolau. Ele nunca deixava suas sementes dentro da moça, mas naquele momento Michele acabara de os por na boca.

Lilian franziu a testa observando por um buraco no teto. Estava confusa, queria esperar e pegar uma bruxa no ato, mas também queria saber o porque de Michele ingerir os fluídos de Nicolau e para onde estava indo ao se aproximar da floresta da morte. Seria um risco para ela, principalmente, sendo uma humana frágil. Então Lilian a perseguiu.

Michele caminhava ligeiramente nervosa, nas proximidades da floresta poisonou, já dava para sentir a neblina se aproximar, estava suportando muito bem o veneno, o que era estranho, ela já deveria estar tossindo e se debatendo com os pulmões apodrecendo. Lilian estava em sua cola, mas não pensou em nenhum momento chamá-la a atenção.

A jovem finalmente parou e olhou para trás procurando alguém, Lilian escondeu-se atrás de uma das árvores secas, haviam muitas ali. Quando Michele virou-se novamente a sua frente estava uma bruxa. A moça assustou-se vindo a cair sentada no chão. Lilian observava de longe, mas ainda não pensava em se intrometer, queria ver o que a bruxa faria, queria pegá-la no ato, mesmo que para isso fosse preciso sacrificar seu lanche favorito.        

A bruxa aproximou-se de Michele a encarando de cima, a moça estava tremendo, podia ser medo ou o veneno começando a fazer efeito em seu corpo. Os dedos esverdeados com unhas pontudas se dirigiram na direção dela, a bruxa apontava para Michele sem dizer uma palavra, segundos a encarando e então abriu a mão virando a palma para cima.

– Trouxe o que pedi? – A bruxa perguntou. Sua voz era rouca, mas direta.

– Sim – Michele respondeu.

Levantou-se, ainda receosa e cuspiu na mão da bruxa.

– Aí está. Agora cumpra com a sua parte – Michele disse, tentando parecer firme, mas as pernas trêmulas a entregavam.

– Tolinha, o processo já foi concluído – Disse a bruxa sorrindo.

De imediato, Michele começou a tossir, segurou a roupa sobre o peito com força e logo veio a cair chocando os joelhos com o chão. Ergueu a cabeça encarando a bruxa a sua frente, que mantinha o sorriso nos lábios. Michele revirou os olhos se perguntando o que ela havia feito com seu corpo. Estava a suar frio e sentia cada pêlo se elevar sobre sua pele. As tossidas passaram a jorrar sangue, e foi então que Michele se deu conta de que havia caído em uma armadilha daquela bruxa. Infelizmente era tarde, não havia forças para fugir, nem tinha para onde. Não havia voz para gritar e pedir socorro, nem havia quem a socorresse. Lilian continuava somente a observar, de longe, escondida atrás da árvore.

– Crek!

O barulho de galhos secos pisoteados chamou a atenção da bruxa. Lilian não foi silenciosa o suficiente. Mesmo voltando a se esconder, era tarde demais, a bruxa já havia notado sua presença e de imediato sumiu entre a neblina. Quando Lilian esgueirou a cabeça detrás do tronco só avistou Michele, caída no chão. Nenhum rastro da bruxa.

– Droga – Lilian bufou saindo de seu esconderijo.

Olhou para os lados procurando a bruxa, mas a neblina parecia ficar cada vez mais densa. Seus pulmões logo se inundariam de veneno e ela acabaria como Michele. A moça era um caso perdido, não daria nem para aproveitar o sangue em suas veias, provavelmente estariam envenenados também. Os olhos de Michele ainda permaneciam abertos, porém sem vida, revirados para cima. A boca suja de sangue e as mãos agarradas aos trapos próximas ao peito. A posição em que morrera era agonizante, mas não para Lilian que se preocupou primeiro em salvar sua própria vida deixando o corpo de Michele para trás. Era seu lanche favorito, enquanto viva, morta não lhe servia de nada.

Lilian caminhava rápido para sair da floresta da morte, e a cada passo parecia estar entrando ainda mais, como se a neblina estivesse a empurrando para o centro da floresta.

– Sssaiarrr!

Sussurros invadiram seus ouvidos. Lilian virou-se, mas não viu ninguém. Arregalou os olhos, mas ainda não conseguia ver nada além da neblina densa.

Os sussurros vieram com mais frequência, de todas as direções, então ela apressou o passo. Caminhou ligeiramente, logo se pôs a correr, os pulmões apertaram, a respiração falhava. Lilian pensou em saltar, talvez a neblina não chegasse tão alto. Mas ao pegar impulso, as pernas faltaram forças e não subiu muito. A neblina, mesmo no alto, ainda cobria toda a sua visão. Lilian tossiu e o primeiro rastro de sangue saiu.

– Maldição – Ela sussurrou.

Correu velozmente, mesmo sem forças e com dificuldade. O caminho parecia ser livre, ela não esbarrou em nenhuma árvore, mesmo procurando, as mãos não tocaram em nada. Como se estivesse em um campo aberto, só a neblina cobria sua visão. Lilian começara a pensar que havia chegado ao centro da floresta. Pelo tanto que correra poderia estar agora no covil das bruxas.

Cansada, deixou o ódio tomar o controle, juntou as forças que lhe restara e liberou em um grito formando uma carranca em sua face.

– AH!!!

Um flash de luz surgiu as suas costas, Lilian não o viu, mas sentiu o perigo, desviando-se a tempo.

Como uma flecha de luz, deixando seu rastro.

O caminho para sair da floresta estava bem a sua frente e se fechava lentamente sendo tomado pela neblina. Dava-se para ver a luz do dia ao longe e aos poucos sumindo.

O ódio ainda a dominava, em vez de seguir o rastro de luz e sair com o que ainda lhe restava de vida, ela virou-se dando-lhe as costas. Estava furiosa por ter caído naquela armadilha e queria pegar uma bruxa, seja como fosse. Mesmo perdendo sua própria vida.

Embora a visão estivesse bloqueada, Lilian podia sentir a presença de mais alguém. Ela tinha certeza de que era a bruxa que lhe atacou.

Tomou a adaga em seu quadril e atirou as cegas.

– Vap!

Deu-se para ouvir o objeto se chocar contra algo, ou alguém. Lilian sorriu satisfeita e então virou-se novamente, o caminho ainda estava ali, já quase apagado, era apenas um risco de luz, mas Lilian correu seguindo em linha. A luz a frente aumentou, Lilian finalmente conseguira sair da floresta poisonous, a floresta da morte. Infelizmente o presente que ganhara do irmão, a adaga, ficara para trás, agora pertencia às bruxas.

...

Quando a lua pousava no topo do céu, as bruxas cantarolavam. Era o horário favorito para os experimentos.

No centro da floresta poisonous era onde as bruxas se encontravam. Elas não tinham casas nem abrigos, apenas moravam dentro da floresta.

Se dormiam? Dormiam no chão.

Se banhavam? Era com lama.

Se comiam? Provavelmente era as próprias ervas que utilizavam em feitiços.

Não se sabiam muito sobre as bruxas, apenas que eram feiticeiras e malignas.

A voz rouca desafinada cantarolava em tom alto. A bruxa dançava em torno de uma caldeira. O líquido dentro borbulhava, fazendo saltitar seus ingredientes: Pedaços de animais e membros humanos minúsculos, raízes e provavelmente fluídos de alguma raça.

Compartilhavam entre si experimentos e feitiçarias. Nenhuma bruxa desfrutava sozinha de uma descoberta. As experiências eram feitas ao centro da floresta na presença de todas.

Naquela noite dois lobos adentraram a floresta arriscando suas vidas na neblina e foram de encontro com as bruxas. Poderia ser qualquer uma. Eles só queriam uma porção hanim. O lobo adulto parecia já estar acostumado com o veneno, mas o filhote caminhava com dificuldade.

Os lobos diziam que a porção hanim não só lhes permitiam se manterem na forma animal como também era um passe livre entre a floresta poisonous. Previam que em um futuro não muito distante as bruxas dominariam a ilha com sua magia e queriam estar adaptados aos seus venenos.

Ao sentir a presença dos lobos, pai e filha, a bruxa aproximou-se da pequenina.

– Vejo que chegou sua hora – Disse a bruxa encarando o lobo menor.

As bruxas conseguiam ver a imagem humana dos lobos dentro de seus olhos, e com um toque poderiam dizer o seu futuro. Mas ao estender a mão na direção do filhote lobo, o pai a interrompeu.

– Apenas nos dê a porção.

– Não quer saber o destino da pequena?

– Muitos receberam informações de seu futuro, mas ninguém nunca conseguiu mudar o destino.

– É verdade, mas as coisas se tornam mais fáceis quando sabemos o que vai acontecer.

– Apenas nos dê a porção – Insistiu o lobo.

As bruxas eram obrigadas a colaborar, mas tinham prazer em fazer suas porções. Orgulhavam-se de sua magia e seus experimentos.

O lobo segurou entre os dentes a porção do filhote e virou-se sem agradecer. A pequenina ainda com dificuldade virava-se sem tirar os olhos da bruxa que sorria em sua direção. Em questão de segundos, quando o filhote de lobo retirou a calda de entre as pernas, a bruxa a acariciou e toda a sua vida se passou de diante de seus olhos.

A pequena assustou-se com o toque da bruxa, mas não ousou virar-se. Apressou-se ficando próxima de seu pai e o seguiu, tentando resistir à neblina venenosa.

...

O conflito sobre, o desaparecimento de um humano, ainda era o foco no castelo do Conde Vladmir. Apenas a ilha Lalfheim habitava humanos, o alimento das quatro ilhas de Hideaway. O líder tinha a obrigação de cuidar e garantir o alimento de todos.

– A família Phetrovisck acaba de ancorar na ilha – Nicolau anunciou, após retornar de seu passeio ao vilarejo.

Os Phetrovisck consideravam-se os verdadeiros fundadores de Lalfheim, porém o chefe da família, Conde Claude Phetrovisck, nunca mostrou interesse em obter de volta o título. Vladmir o considerava seu melhor amigo, a quem confiava cegamente. Em nome de tamanha amizade ele nunca foi capaz de mudar as leis e tradições criadas pelo primeiro líder.

– Certamente vieram saber notícias sobre o humano desaparecido – Disse Nicolau, preocupado – O que pretende fazer meu pai?

– Primeiramente, iremos recebê-los.

Os costumes tinham como tradição cumprimentos com beijos no rosto. Seguia-se da seguinte maneira: Os chefes de cada família beijavam-se os rostos e só após os demais membros repetiam o cumprimento. Homens e mulheres que não fossem da mesma família não podiam se tocar. Homens cumprimentavam homens e mulheres cumprimentavam mulheres.

Elegantemente a família Phetrovisk adentrou o castelo. O chefe da família, conde Claude, aproximou-se beijando o rosto de seu velho amigo conde Vladmir.

– Sejam bem vindos – Vladmir os saudou.

Margerita Phetrovisk aproximou-se de Amélia Flowster e beijou-lhe o rosto. Estas eram as esposas.

Victória Phetrovisk aproximou-se de Lilian Flowster e beijou-lhe o rosto. Estas eram as filhas.

Gaspar Phetrovisk aproximou-se de Nicolau Flowster e beijou-lhe o rosto. Estes eram os filhos.

As duas famílias de vampiro mais importantes do continente Hideaway, estavam reunidas em um só cômodo.

Após o cumprimento se entreolharam. Os Flowster pareciam nervosos, já imaginavam o motivo da visita surpresa. Enquanto os Phetrovisk se faziam plenos.

– Perdoe nossa ousadia de nos mostrarmos de repentino – Claude tomou a palavra – Estava com saudades do meu velho amigo. E não nego minhas segundas intenções. Tenho uma proposta para você.

Nisso Nicolau e Lilian se entreolharam, ambos de sobrancelhas franzidas. Pensavam na tal proposta. Poderia ser um acordo para Vladmir abrir mão da liderança e devolvê-la aos Phetrovisk. Contudo, os filhos não podiam opinar em tal decisão, cabia apenas ao conde.

Os dois se trancaram em uma sala, extremamente larga como todos os outros cômodos do castelo, e foram servidos com vinho. Claude se acomodou na poltrona de madeira, levou um gole a boca e logo em seguida suspirou.

– Sem mais delongas amigo, eis o verdadeiro motivo da minha visita – Ele disse.

Todos fora daquela sala estavam curiosos para saberem o assunto que os chefes tratavam, que acordo seria aquele e qual decisão tomaria Vladmir.        

Embora a vontade de ficar com as orelhas presas a parede fosse grande, os demais membros da casa tinham como obrigação fazer sala para as visitas. Amélia e Margerita não eram de prosear, apenas ficavam na sala ao lado sentadas degustando de bebidas enquanto esperavam seus maridos.

Nicolau tinha um imenso gosto em receber Gaspar em sua casa. A amizade dos dois era tão grande quanto a dos pais. Se conheciam desde pequeninos. Costumavam correr por entre as montanhas. Gaspar o tinha como um irmão. Nicolau até dividia seu lanche favorito com ele. Tinham vezes em que Michele retornava pálida para casa de tanto ceder o seu sangue e corpo para os vampiros.

Mas neste dia Nicolau não encontrou a moça. Gaspar e ele não tiveram a diversão de sempre. Os rapazes tiveram de se contentar em passar o dia sem Michele.

Lilian e Victória desde pequenas também eram amigas, mas a diferença entre as duas era enorme. Victória não aceitou as veias de Michele quando a própria lhe ofereceu. Não era amante de treinos e batalhas como Lilian. Era apenas uma moça de casa, obediente aos pais, que baixava a cabeça e concordava com tudo, como era de costumes as mulheres de Hideaway.

Nesse dia em especial, Victória tinha um semblante triste em seu rosto. As duas desfrutavam da vista maravilhosa que a torre mais alta do castelo proporcionava. E ainda assim Victória não parecia feliz.

– Aconteceu alguma coisa em Abaddon? – Lilian perguntou preocupada com a amiga.

Victória balançou a cabeça negando, seus olhos estavam fixados no horizonte. Lilian se pôs em sua frente a tirando do transe.

– Nossos pais irão juntar nossas famílias – Disse Victória.

Lilian a encarava fixamente, precisava saber.

– Quem?

– Papai me proibiu de tocar no assunto – Victória disse, virando-se fugindo do olhar insistente de Lilian.

– Eu preciso saber Victória – Lilian se pôs novamente em frente a ela.

– E o que isso mudaria? Não podemos fugir do nosso destino.

– Eu posso fugir – Lilian arregalou os olhos, aflita.

– Odeia tanto assim meu irmão? – Victória perguntou.

– O problema não é o Gaspar. Sou eu. Eu não quero viver a base de leis que nos privam da liberdade.

– E para onde você iria? – Victória perguntou com um olhar esperançoso.

Lilian não tinha resposta para tal pergunta. Todos conheciam a ilha de ponta a ponta. Não havia lugar para se esconder. Seus olhos baixaram fixando o chão, pensativa.

– Não dá para fugir do nosso destino – Disse Victória.

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