Giovanni
Eu não sei exatamente o que me levou até o quarto dela naquela madrugada.
Cansaço? Saudade? Culpa?
Talvez tudo isso e mais um pouco.
Meus dedos carregavam o calor dela. O gosto de sua pele parecia tatuado na minha boca. E os olhos... ah, os olhos de Aurora naquela penumbra suave do corredor — tristes, famintos, solitários — me desmontaram por inteiro.
Eu a segui para dentro como se não tivesse escolha. Como se ela fosse o ímã e eu, ferro. E quando fechei a porta atrás de nós, o silêncio do quarto se preencheu de uma tensão densa, elétrica, que me fez prender o fôlego.
Ela estava de costas para mim. A luz fraca do abajur desenhava curvas suaves em seu corpo, marcadas pela camisola fina que grudava em sua pele como uma segunda camada de desejo. O tecido leve se colava ao quadril, às coxas, às costas nuas. A fenda lateral revelava o contorno tentador de uma perna.
Aproximei-me devagar. Como um predador que teme assustar sua presa. Mas ela não fugiu. Não recuou. Pelo contrário, s