A claridade rarefeita do entardecer tingia o céu com tons de violeta e prata quando o grupo chegou ao coração da floresta, onde o templo os aguardava.
Dessa vez, o Templo da Lua não precisou ser invocado — ele já estava ali, revelado, como se tivesse sentido a presença de Althea antes mesmo de sua chegada. As colunas prateadas pulsavam suavemente, e a névoa mágica que envolvia as escadarias parecia afastar qualquer criatura impura. Ares observava tudo em silêncio, como se absorvesse cada ruído da terra, cada sinal do plano astral se esgueirando pelas frestas da realidade.
Clarice não hesitou.
Com passos firmes, desceu a longa escadaria envolta em luz líquida, atravessando o véu entre os mundos como se aquele lugar a chamasse desde antes de sua primeira memória.
Dessa vez, Ares foi com ela.
— A Deusa me chamou sozinha da última vez… — murmurou ela, olhando para ele.
— E agora? — ele perguntou, os olhos atentos.
Ela olhou adiante, e não houve resistência. O templo aceitava sua presença.