O som do telefone na sala de Luna interrompeu sua concentração sobre os relatórios trimestrais. Ela atendeu com um leve suspiro, esperando mais uma solicitação da diretoria. Mas a voz do outro lado fez o ar em seus pulmões congelar.
— Luna... sou eu. Leonel.
Ela ficou em silêncio por um segundo que pareceu uma eternidade. O nome dele, esquecido e enterrado em um passado turbulento, voltava como um raio em céu claro.
— Leonel? — Sua voz saiu baixa, incrédula. — Isso é algum tipo de brincadeira?
— Eu não brincaria com você. Estou em São Paulo. Preciso te ver. É urgente.
Luna fechou os olhos por um instante, lutando para manter o controle. Ela não via Leonel desde a noite em que tudo desmoronou anos atrás — traições, segredos, dor. Ele havia desaparecido sem deixar rastros, como se nunca tivesse existido. Agora, retornava assim, com uma ligação fria e direta.
— Por que agora? — ela perguntou, já se levantando da cadeira, o coração acelerado.
— Porque você está em perigo. E eu também. E,