A manhã amanheceu cinzenta sobre o espelho de vidro da sede Corporation, como se o mundo tivesse decidido refletir a mesma exaustão que pesava sobre os ombros de Narelle. O elevador a deixou no último andar antes das oito, enquanto os primeiros funcionários ainda ajeitavam seus crachás e distribuíam planilhas de reuniões.
Ela não tinha dormido. A caixa de madeira com o colar continuava sobre a cômoda do quarto na mansão dos Vorn, como uma lembrança incômoda de tudo o que perdera — e tudo o que ainda insistia em não soltar.
Tentou focar nos relatórios que apertava contra o peito. A previsão de custos das filiais, a renegociação de contratos internacionais, a nova proposta de marketing que Kael insistia em aprovar pessoalmente. Tudo parecia pequeno e irrelevante perto da tormenta que tomava forma por dentro.
Quando a porta de vidro da diretoria se abriu, ela esperou encontrar Rhaek à cabeceira da mesa, dando ordens com aquele tom cortante que fazia a equipe inteira se encolher. Mas el