Bela se arrumava. Em 3 horas teria que chegar no haras . Lá, se encontraria com veterinário que faria um exame de rotina em seus animais. Sua maior paixão, era BONITO seu cavalo preferido. Pelo mesmo , ela seria capaz de dar a sua vida.
Seu marido Patrick não via aquilo com bons olhos, pois, devido á dedicação obsessiva dela pelo trabalho, já pensava em separação.
- Você precisa mesmo ir?
- Sim Patrick você sabe. Quer fazer o favor de não me atrasar? Minha mãe já está me esperando.
Bela se irritou.
- Dona Iolanda é uma irresponsável. sabe que você está grávida e que não pode sofrer emoções. E se eu não estou enganado, você me prometeu que iria trabalhar menos no final da gestação e cuidaria mais desse bebê.
- Mas você sabe que eu não aceito parar. Meu trabalho não tem nada a ver com a minha gravidez.
- Eu não concordo , mas se você pensa assim...
Ela o abraçou tentando vencer a teimosia daquele coração.
- Te amo muito seu bobo. Nunca se esqueça disso. Não vamos mais brigar por bobagens.
- O seu bem estar e a saúde da minha filha não são bobagens.
- Vamos fazer o seguinte, por que não me leva lá? Assim eu não demoro. Afinal, hoje quero ficar mais tempo perto do meu lindo maridinho.
Patrick sorriu sem resistir a tanto amor expresso nos belos olhos castanhos. Beijou-a carinhosa e demoradamente.
- Falta pouco para a nossa Pillar chegar.
- Se Deus quiser daqui a 3 semanas.
- Vamos?
- Agora.
Mesmo contrariado, ele aceitou levá-la ao lugar que inexplicavelmente o deixava muito oprimido e lhe provocava arrepios.
Nada tirava da cabeça que sua esposa corria risco em contato com aqueles animais .Muitos deles selvagens.
A égua parceira de bonito tinha dado um coice violento na dona do haras e o motivo era ciúmes. Segundo o médico, mais alguns minutos sem assistência e o acidente poderia ter sido fatal. Na ocasião Bela estava com três meses de gravidez. Patrick não se cansava de dar conselhos, mas ela não ouvia pois adorava os bichos. Principalmente bonito.
Ela chegou animada e muito sorridente.
- Olá mamãe! Sua benção. Como estão as coisas por aqui?
- Deus te abençoe querida. Alguns cavalos acordaram bastante agitados hoje. É melhor você tomar muito cuidado com bonito.
Uma Nuvem Negra de repente passou pelo rosto de Bela. Patrick enlaçou a esposa pela cintura, acariciando a enorme barriga.
- Tomar cuidado? Ela não vai chegar nem perto.
Ele garantiu e foi contrariado.
- Patrick você veio me acompanhar e não me aborrecer não se intrometa no meu trabalho. O que vai me impedir?
- Seus 9 meses de gestação.
- Patrick tem razão filha.
- Não mamãe. Você me conhece.
E se desvencilhando dele, ela se afastou dirigindo-se até os estábulos.
- Meu Deus. Que mulher teimosa. Dona Iolanda faça alguma coisa. Segura ela.
- Você viu meu genro. Eu vou tentar.
Dona Iolanda também tinha dificuldades em sossegar a filha.
- Estou começando a me preocupar mamãe. Parece que a senhora também acordou de mal humor hoje. Assim como meu marido.
- Escuta querida, por que não leva a sério o pedido de Patrick? Pelo menos por enquanto não quero que se aproxime desse cavalo.
Angustiado , ele as observava de longe.
- Relaxa. Vamos até o escritório tomar um café.
O tempo avançava e Bela fazia de tudo para distrair o marido , mas era inútil.
- Querido desamarra essa cara. Minha Bela acaba de me prometer que a maior parte do seu trabalho aqui , apartir de agora vai ser na administração.
- Tomara. Não esqueço do coice que ela ganhou da égua Brisa. Achei que a perderia.
- Vira essa boca para lá.
- Se ela me deixasse... acho que morreria.
- Ela não vai te deixar. Ela te ama.
Patrick passou a tarde toda no haras acompanhando o trabalho da esposa.
Quando ela se aproximou , ele a abraçou . Adorava sentir o calor daquele corpo sensual.
- Bela, você me ama?
- De todo o meu coração.
Bela declarou , deliciando-se com o sorriso meigo recebido. Retribuiu com um beijo longo e apaixonado.
A grávida passou mal e os dois decidiram ficar na Fazenda.
Ao anoitecer namoravam tranquilamente deitados em uma esteira ao lado da piscina.
- Está com fome?
Ele perguntou solicito.
- Muita meu amor.
- Vou pegar um suco para você.
- Não. Não precisa.
Ela o deteu pelo braço.
- Tem certeza?
- Sim. A única coisa que eu quero é continuar te olhando.
Satisfeito, ele abriu o zíper da blusa de Bela.
- Como meu bebê está enorme.
- Bastante meu amor.
Ela concordou sorrindo. Tentava abraçá-lo. Deitou a cabeça no peito dele , ganhando cafuné. Adorava ser mimada. No dia seguinte ele implorou para que ela não fosse ao Haras country alegando que seria melhor ela esperar chegada do bebê. Mas ela não concordava com isso. Brisa ia parir e ela queria acompanhar de perto todo o processo.Aqueles animais o irritavam. Mas era melhor parar de jogar na cara de Bela a sua aversão por eles, pois isso sempre terminava em discussão.Na manhã seguinte , Bela liga para o seu advogado . Precisava vê-lo com urgência. Depois daquele encontro, teve uma conversa com a mãe. Se sentia muito triste quando era obrigada a agir contra o seu modo de pensar e contra as suas vontades.- Mamãe, É uma pena mas vou ter que me ausentar do Haras Country. Lógico e evidente não era isso qu
Muito tempo se passou até que Patrick estivesse mais calmo. Apesar de desolado , apesar da dor que ele carregaria no coração pelo resto da vida , teve que se acalmar para cuidar da parte burocrática e dar um enterro digno a sua esposa.3 dias depois da morte de Bela ele voltou ao hospital e foi levado ao berçário. Conheceria Pillar , aquele bebê que fora tão desejado , que a mamãe contava os dias para beijar e carregar , aquela chance lhe foi negada e agora a bebê estava condenada a viver sem o calor materno e tudo por culpa de animais selvagens. Sua dor ainda era muito intensa e ele achou que não poderia suportar.- Por que sua mãe foi nos deixar desse jeito Pillar? Lamentou com a pequenininha, beijando
Uma espécie de torpor tomou conta de Patrick desde aquele trágico acidente. Ele tinha a sensação de não estar naquele mundo. Ao reagir, decidiu que aqueles animais infelizes jamais o fariam sofrer novamente. Não deixaria Pillar se aproximar de nenhum deles. Um mês depois ele descobriu a causa morte da esposa. Conversando com um dos empregados , ficou sabendo que Bonito , o cavalo pelo qual ela era aficionada , pisoteou em seu peito. Massacrando-a. Ela realmente não teria chance. Irado , Patrick agindo na força do ódio, invadiu o haras durante a madrugada e atirou em bonito. Não deixaria o animal vivo. Pois o mesmo acabou com a sua vida , para sempre.Mas, Patrick não precisaria se preocupar. Pillar cresceu totalmente diferente.Aos sete anos exigiu que se mudassem para Cidade, pois detestava o rancho. Aos 10 anos se interessava com revistas de moda. Avançada demais para idade dela e aos catorze fez com que Patrick pagasse seus estudos em escola internacionalm
10 horas da noite ele observava pela janela de seu apartamento , ela chegando de mãos dadas com o namorado e segurando uma garrafa de bebida. Ele desceu já tirando o cinto . Iria recepcioná-la lá em baixo. Subiu puxando-a pelos braços e desferindo cintadas, fazendo com que ela proferisse palavras de baixo calão, irritando-o ainda mais. Antes de entrarem em casa ele a esbofeteou na cara. Não poderia aceitar o insulto que sofreu. Ela correu para o seu quarto chorando e trancou a porta.Patrick se desesperou ao perceber que Pillar era um caso gravíssimo e ele não sabia o que fazer. Se Bela estivesse viva, com certeza tudo seria diferente. A menina estava se tornando uma bandida. A turma dela era da pesada. Revoltado ele jogou no chão com força excessiva , a garrafa que ela chegou carregando , derramando álcool por todos os lados.Sem saber o que fazer , foi recorrer a dona Iolanda.-
Nesse tempo que ficou sozinho, ele vasculhou o Haras inteiro, notando assim algumas modificações. As pistas de corrida estavam mais largas e haviam mais cavalos , um em especial lhe chamou atenção, ele estava sendo cuidado por uma mulher, com mais ou menos 1, e 62 de altura, loira, uns 35 anos de idade.- É o filho do bonito? Ele perguntou ao se aproximar. Procurou se mostrar distraído.- Não! Esse é um cavalo que acabou de chegar aqui , mas o filho do Bonito também está no haras. Ela informou gentil.- Se puxou o gênio do pai...- Você o conheceu?- Sim. Minha sogra é dona daqui.- Me desculpe , mas parece que está de
Ao voltar para Cidade encontrou a casa um caos. Pillar estava aos gritos.- Cala a boca pirralho! Vasco de pé , em cima do sofá.- Eu vou contar para o meu pai! Soluçava , pronunciando dentro do seu vocabulário limitado.- O que está acontecendo aqui? Pillar se exaltou e voando até o sofá , tapou a boca do irmão.- Tira esse moleque da minha frente papai. Manda ele ir dormir.- Pillar , deixa o menino. Pare de atormentar seu irmão.Patrick pegou o pequeno no colo que chorava pendurado no seu pescoço. Chorou até dormir. No dia seguinte , ao se inteirar sobre o ocorrido , o pai ficou sabendo que tudo começou qu
Eram 3:30 da manhã Quando o Telefone Toca acordando Patrick. Ele andou devagar para não despertar Vasco, e foi atender.- Alô? Ele já estava assustado.- É o senhor Patrick?- Sim. Sou eu.- Poderia comparecer até o 12º DP aqui no centro? sua filha está detida.- O quê? O choque dele foi enorme. Mas como?- Se envolveu em um acidente de trânsito . Foi presa por excesso de velocidade . Sem contar que ela não poderia estar ao volante. Estava alcoolizada e não possui habilitação. Patrick cerrou os punhos . A ira tomando conta do seu ser.- Você é o policial ?o delegado?- Delegado Quaresm
- Por que não tenta se acalmar um pouco? Sugeriu doce.- Impossível. Ainda não engoli a injustiça que fizeram comigo. Você tem cigarro?- Não fumo.- Eu odeio pessoas caretas. Não quero ter que conviver com nenhuma delas. A menina disparou amarga.- Olha querida...- Por que me chama de querida? Ela interrompeu Taele com impaciencia.- Porque gostei de você. Pillar olhou a mulher com choque , como se estivesse ouvindo aquilo pela primeira vez na vida.- Espero que não mude de ideia quando me conhecer.- Tenho certeza de que não.&n