A água fria do chuveiro ajudou Patrick a dissipar os últimos vestígios da bebedeira e do torpor do sono. Saiu do banheiro com uma toalha na cintura, o corpo ainda sentindo o eco da noite. Mas o alívio deu lugar a uma nova onda de pensamentos inquietantes.
Agora, sozinho no amplo apartamento, Patrick tentava processar tudo o que sabia – ou achava que sabia – sobre Isabel. Ela fazia oficinas de pintura, Amélia, a amiga dela, a ajudava com isso. Mas como ela se mantinha? A pergunta o corroía. Ele sabia que Isabel não usava o dinheiro que ele, legalmente seu marido, poderia oferecer, nem o dinheiro da família dela, que ele sabia estar em apuros. A Rollsbrook S.A. estava à beira do abismo, e ainda assim, Isabel parecia estar se sustentando por conta própria. Aquilo não fazia sentido para a lógica de Patrick. Como uma mulher com seu estilo de vida, conseguia se manter apenas com "oficinas de pintura"? A incongruência o incomodava.
No meio de seus pensamentos, o toque seco e insistente d