Isabel dirigia pelas ruas de Porto Cristal, o sol da manhã já alto no céu, mas seu mundo interior ainda mergulhado em uma névoa de confusão e vergonha. A imagem da noite com Patrick, as palavras do pai e a falência da Rollsbrook S.A. giravam em sua mente como um turbilhão. Ela estava a caminho do apartamento de Amélia, buscando refúgio e um momento para respirar. Um "ding" no celular, pousado no console, anunciou uma nova mensagem. Era de seu pai, Victor. O coração dela disparou. Ela parou no sinal vermelho, as mãos apertando o volante, e abriu a mensagem com os dedos trêmulos. A cada palavra lida, um choque gelado percorria seu corpo. "Isabel, você é uma incompetente! Não serviu para nada! Não vou mais apoiar alguém inútil como você. Você é uma vergonha para a família."

As palavras de Victor eram um golpe brutal, mais doloroso do que qualquer tapa. Incompetente. Vergonha. A ironia queimou fundo no coração dela, desde a morte de sua mãe, quando era uma menina, já tinham afastado pai