Perfeição Imperfeita
Perfeição Imperfeita
Por: Antónia Rosa
Prólogo

Klaus Vodmont 

Saio do meu quarto irritado com alguma merda em minha mente.

No corredor já começo a notar a agitação de servos no Castelo. Hoje é um grande dia para o Reino. 

Uma grande esperança para todos. 

Todos têm esperança que a gente volte com a princesa perdida.

Minha tia foi levada ainda bebê e hoje dezanove anos depois, estamos indo em uma missão no mundo imundo dos humanos. 

Procuramos por ela em todo canto, vasculhamos cada reino, cada cidade e não obtivemos sucesso. 

Mas meus tios tem a conexão de gêmeos com ela, já que minha avó teve trigemeos. 

A cada ano a conexão aumentava e esse ano a conexão deles conseguiu dizer em que cidade ela se encontra, somente isso.

E já é muito para nós e acho que o suficiente. Não podíamos esperar mais que isso, minha avó está a cada dia mais triste e ela não aguentaria mais um ano longe da filha.

Por isso o Rei que já é meu pai desde um ano atrás decidiu com o meu avô o antigo Rei preparar uma missão.

Missão essa que só a nova geração Vodmont fará parte.

Não preciso nem dizer que todos os meus primos, irmãos e tios ficaram felizes. 

Todos estão precisando de um pouco de aventura. 

E eu estou precisando de novidades, estou precisando derramar sangue. 

Caminho até a sala do trono onde estão todos reunidos e assim que entro tudo fica em silêncio. 

Caralho...

É sempre a mesma coisa, eles primeiro avaliam o meu humor para saber como prosseguir a conversa. 

Acredite ninguém gosta de me ver muito irritado.

__Você está lindo meu amor- diz mamãe quebrando o silêncio é caminhando até mim__Eu juro que ainda não acredito que fui eu que fiz algo tão bonito. 

Sorrio para mamãe e a abraço. 

Eu gosto muito de receber o carinho de mamãe e gosto mais ainda de retribuir o seu carinho. 

__É só para você mamãe, a senhora é muito linda- digo e ela sorri, beijo sua testa e me afasto__Perdi muita coisa? 

__Claro que não!, mamãe não deixou a reunião começar até você chegar- diz Fanel de cara fechada__Oque você tanto vê em Klaus?, eu também quero ser mimada. 

__Pare de birra Fanel, você sabe que mamãe está zangada contigo- digo a irritando, eu gosto de atingir seu limite.

__Foda-se- grita me mostrando seu dedo do meio. 

__Eu corto esse dedo Fanel, se controle- digo e isso a deixa mais irritada me aproximo dela e a abraço, mesmo relutante ela retribui. 

__Podemos começar a porra da reunião?- pergunta papai já de mau humor. 

__Acho que papai não gozou hoje, ele está chato- comenta Fanel.

__Eu ouvi isso Fanel, trate de controlar essa boca- diz e todos libertam suas risadas.

__Ele não gozou mesmo e não vai até aceitar o que eu pedi- diz mamãe piscando para Fanel. 

Sinto algo estranho em meu peito e uma raiva cresce em mim, isso foi o suficiente para saber que o meu bom humor já foi. 

É sempre assim, não sei muito bem o que acontece. Só sei que a minha mente e barulhenta demais, cheia demais e isso me deixa várias vezes confuso, sem contar na minha bipolaridade. 

A discussão entre meus pais continuou por mais alguns segundos e depois a reunião começou. Não falei nada durante algumas horas da reunião e só fiquei observando cada pessoa naquela sala vendo se tem algo de estranho nelas. 

Um soldado parece nervoso demais, ele está transpirando muito e o que me faz ter a certeza de que tem algo de muito errado com ele é a forma que ele segura o seu escudo. 

O escudo está torto e não está o segurando com firmeza, é como se não estivesse acostumado com o peso do escudo. 

Me levanto da mesa onde estão todos sentados para discutir sobre a missão e isso chama atenção deles que se calam. 

Me aproximo do soldado que fica mais nervoso quando percebe que estou indo em sua direção. 

__Nem tente fugir- digo quando vejo que ele está para dar um passo__Só quero o seu escudo emprestado- digo e vejo ele respirar ar aliviado e me entrega para escudo. 

Esse foi o último teste e ele reprovou, nunca empreste o seu escudo. Ele é como se fosse sua proteção. 

E se alguém da realeza o pede, o soldado tem de ajoelhar para o entregar, porque ele está honrado em o emprestar a alguém da realeza mas também está entregando sua proteção a alguém, como se estivesse entregando sua vida. 

E ele não sabe nada disso, não é por acaso que é difícil se tornar um soldado de Vod, nós temos códigos em tudo e isso sempre nos faz achar os intrusos. 

Mas para ele ter chegado até a sala do trono sem ser descoberto é porque alguém o treinou e disse quase tudo que ele deve fazer. 

Pego seu escudo e bato com força contra seu peito o lançando contra a parede provocando um grande barulho. 

__Que merda é essa Klaus?- pergunta papai e o ignoro caminhando até o falso guarda. 

Deixo o escudo de lado e levo sua espada. O faço ficar de joelhos, seguro sua cabeça e deixo a espada em seu pescoço. 

__Começe a falar antes que eu fique realmente irritado- sussuro em seu ouvido. 

__Ele não fez nada Klaus, solte ele- diz Kane e eu simplesmente ignoro todos eles. 

A primeira e grande missão que tenho é proteger minha família. 

E eu não falho, nunca...

__Nós somos foragidos da cadeia do norte de Vod, a minha missão é atrair um dos Vodmont até o teatro abandonado e depois íamos pedir um bom dinheiro em troca. 

__Onde vocês estão escondidos?- pergunto. 

__No teatro abandonado. 

__Obrigado por não ter me feito perder tempo- digo passando a espada pelo seu pescoço e arrancando a cabeça__Limpem essa merda. 

__Klaus você precisa controlar essa impulsividade Caralho- diz Papai nervoso demais. 

__Uma merda- digo irritado__Esses soldados são seus e tinham um infiltrado nessa porra, a culpa é de quem?. O senhor que deve ter cuidado com a merda de falhas como essa porque eu não vou para a porra de uma missão sem ter a certeza de que minha mãe está segura. 

__Você está dizendo que não consigo proteger sua mãe?- diz papai se aproximando.

__É isso mesmo que estou dizendo, não se esqueça pai que o primeiro de tudo é a proteção da nossa família e depois o resto- digo e isso parece o irritar mais. 

__Eu não esqueci isso, se lembre que eu é que te ensinei isso. 

__Não parece pai, porque hoje um de nós teria caído naquela armadilha, imagine se fosse a Fanel ou até mesmo a mamãe, ou até quem sabe a vovó e tudo isso por sua culpa. Você está esquecendo sua família desde que o seu rabo tocou aquele trono- digo o dando as costas prestes a sair da sala.

__Para onde você vai?- pergunta mamãe com a voz tensa. 

__Vou limpar o lixo que o seu marido deixou aparecer- digo saindo da sala. 

__VOLTE IMEDIATAMENTE, KLAUS VODMONT. 

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