Meu Professor Irresistível
Meu Professor Irresistível
Por: Ester
CAPÍTULO 1

Helena

Hoje é um dia extremamente especial pra mim, um dia muito esperado e que tem me causado muita, mas muita ansiedade... Hoje eu finalmente iniciarei a minha faculdade de medicina e mesmo sabendo que isso é real, eu ainda não consigo acreditar que eu, Helena Alves, irei dar o primeiro passo pra um sonho tão lindo, o meu sonho de ser médica pediatra.

Eu estou muito, mas muito feliz com essa nova fase da minha vida, mas ao mesmo tempo, me sinto triste... O maior sonho da vida do meu pai era me ver entrar em uma faculdade, de me tornar "doutora", e ter o meu diploma, é muito triste pra mim saber que esse momento tão esperado finalmente chegou e que ele não estará aqui para me ver viver algo tão lindo assim... Mas eu sei, eu sei que ele está olhando por mim lá do céu e que ele está muito, mas muito feliz por mim.

- HELENA! HELENA! Você está surda, garota?- A voz da minha tia soou em alto e bom e no segundo seguinte a porta do meu quarto foi aberta bruscamente.

Eu já estava terminando de me aprontar para o meu primeiro dia de aula, mas levei um grande susto ao ouvir os seus gritos e ao ver a porta do quarto sendo aberta daquela forma.

- Tia, mas que susto! Está tudo bem? A senhora precisa de alguma coisa?- Eu logo a questionei ao vê-la adentrar pelo quarto com uma cara de poucos amigos.

- Não, Helena... Não está tudo bem! Você pode me dizer aonde colocou as roupas da Laura? Porque elas não estão no closet dela, e nada me tira da cabeça que você as pegou ou roubou, tanto faz.- A Patrícia, minha tia, me acusou me assustando.

Ela está insinuando que eu roubei as roupas da minha própria prima? Mas eu jamais faria isso... Eu sou muito grata pela minha tia e toda a sua família terem aberto a porta dessa casa pra mim, eu jamais faria algo para prejudica-los... Jamais!

- Calma, tia... Calma! Eu não roubei nada! Fica tranquila. Você me pediu para lavar as roupas da casa e eu as lavei, está tudo lá no armário do corredor... Eu não tive tempo para guardar, porque estava preparando tudo para o meu primeiro dia de aula, mas está tudo lá, pode conferir.- A avisei para acalma-la.

Bom, desde que o meu pai se foi, a minha tia abriu a porta da sua casa para mim e é aqui que eu tenho morado desde então... A minha mãe nunca quis saber de mim, eu a vi apenas três vezes em toda a minha vida, então a minha tia era tudo que eu tinha e ela não pensou nem duas vezes para me acolher aqui e eu sou tão grata a ela por isso... Se não fosse por ela, eu com certeza estaria na rua, então eu nunca, nunca vou me esquecer do que ela e toda a sua família fizeram por mim.

A minha tia tem o seu jeito de ser, assim como toda a sua família... Ela costuma ser bruta e agressiva com as suas palavras, mas eu sei que ela tem um bom coração, bem lá no fundo, mas bem lá no fundo, mas ela tem um bom coração.

- Pode deixar, eu vou conferir mesmo e caso esteja faltando uma calcinha se quer, você pagará caro por isso! Lembre-se que você mora de baixo do MEU teto, que sou eu que te alimento e te sustento, não tente me passar pra trás ou você irá parar bem lá no olho da rua.- Ela me ameaçou com seus olhos escuros sobre mim.

Eu me sinto mal toda vez que a minha tia me diz algo assim, sinto que esse não é meu lar, e que eu não pertenço a esse lugar, mas eu não tenho outro lugar pra ir... Esse é o único lugar que eu tenho, a minha tia foi a única pessoa que me acolheu, então toda vez eu me calo e tento não deixar que essas palavras entrem em meu coração.

- Você me entendeu?- Ela me questionou olhando bem lá no fundo dos meus olhos.

- Uhum!- A respondi sentindo um bolo descer pela minha garganta.

Eu tento não deixar que as duas palavras não entrem em meu coração, mas as vezes é difícil e as vezes as suas palavras doem mais do que um tapa no rosto... Eu tento não me abalar, mas é difícil, as vezes até mesmo impossível.

- Ótimo! Agora vê se termina logo de se aprontar e vá até a cozinha, tem uma louça de ontem na pia, acho que você deve ter se esquecido de lavar tudo antes de dormir.- Ela disse por fim e em seguida saiu do meu quarto me deixando novamente a sós.

Eu me apressei e logo terminar de me arrumar, corri até a cozinha para lavar toda a louça e não me atrasar logo para o meu primeiro dia de aula... É meu primeiro dia, quero chegar mais cedo, conhecer toda a minha turma e aproveitar cada segundo.

- Animada para o seu primeiro dia, Leninha?- A voz da minha prima soou atrás de mim e eu imediatamente me virei dando de cara com ela.

Laura estava parada logo atrás de mim e tinha um sorriso encantador em seu rosto.

A Laura é a minha prima e também é a minha melhor amiga, ela tem todo o seu jeito de ser, as vezes é grossa e um pouco arrogante, mas eu gosto dela e gosto da sua amizade... Mesmo com o seu jeito de ser, ela tem sido uma boa prima e amiga pra mim.

- Eu estou muito, mas muito animada, prima! Você não faz ideia... Eu ainda não consigo acreditar que eu realmente estou dando o meu primeiro passo para ser uma médica.- Disse sem conseguir conter o meu sorriso.

- Eu também ainda não consigo acreditar que você realmente conseguiu passar para medicina... Nem eu consegui, e olha que eu estudei nós melhores colégios da cidade, as vezes fico pensando como VOCÊ conseguiu. - Laura disse enquanto me encarava.

- É, só pode ter sido da mão de Deus, sabe? Creio que essa tenha sido a vontade Dele e creio que o meu pai tenha me ajudado lá de cima.- Disse realmente sendo sincera.

Eu sei que o meu pai não está mais aqui, mas sei que lá do céu ele tem me ajudado, eu tenho fé nisso e creio que isso é real.

Laura começou a gargalhar ao me ouvir falar e aquilo me deixou confusa... Do que ela está rindo? Eu não entendo!

- Aí, Helena! Você é tão engraçada! O seu pai morreu, bobinha! Ele MORREU e nós nem sabemos se ele está mesmo no céu.- Ela disse ainda rindo e as suas palavras me feriram.

Eu não me importo quando elas falam alguma coisa sobre mim, eu realmente não me importo, mas me machuca muito, mas muito mesmo, quando elas dizem alguma sobre o meu pai... O meu paizinho era um homem muito bom e ele cuidou de mim até o seu último segundo de vida, então ele merece ser motivo de chacota.

- Eu estou brincando, Leninha! Eu estou brincando, relaxa! Não precisa ficar com essa cara enjoada.- Ela disse passando por mim enquanto ainda ria da situação.

Eu engoli seco ao ouvir tudo aquilo, e mesmo ela dizendo que se tratava de uma brincadeira, as suas palavras acertaram o meu peito feito uma bala de revólver e me machucaram, e muito.

- Laura, meu bem! Você está pronta? A mamãe está indo para o escritório agora. Você quer uma carona para a faculdade?- A minha tia entrou na cozinha falando.

- Eu estou pronta, mãe! Só vou pegar a minha bolsa e volto em um segundo, tá?- Laura disse e em seguida saiu em direção aos quartos.

Eu vi toda a situação, presumi que ela também me daria uma carona, já que a Laura e eu vamos estudar no mesmo local, e comecei a caminhar em direção ao meu quarto para pegar a minha bolsa.

- Helena, acho melhor você se apressar para não perder a hora da sua primeira aula... Os ônibus estão demorando muito a passar e eu não quero que você se atrase logo no seu primeiro dia de aula, minha sobrinha querida.- Ela falou e aquilo me fez paralisar.

Virei-me em sua direção confusa e não entendi porque ela não poderia me dar uma carona... Nós vamos para o mesmo lugar, será que o carro vai cheio? Só pode ser isso!

- Me desculpa perguntar, tia, mas o seu carro está cheio? Eu pensei que a senhora iria me dar uma carona, mas o seu carro estiver cheio, tudo bem! Eu vou de ônibus.- Disse a ela.

- O carro não está cheio, Helena. Não me leve a mal, minha sobrinha querida, mas eu me preocupo com a reputação da minha filha e vai pegar mal pra ela se alguém vê-la chegando com alguém igual a você lá na faculdade.- Ela falou e aquilo me deixou ainda mais confusa.

- Alguém como eu?- A questionei totalmente perdida.

Ela me olhou de cima a baixo com um sorriso totalmente irônico em seu rosto e naquele momento eu entendi bem o que ela queria dizer com o seu comentário... Ela tem vergonha de mim, vergonha do eu sou, das roupas que eu visto e da cor da minha pele.

- Tá bom! Tá tudo bem!- Disse sem me aprofundar naquele assunto e dei as costas a ela saindo dali sem olhar para trás.

Eu não vou implorar para estar ao lado dela... Por muito tempo eu fiz de tudo para ser bem tratada pela minha tia, mas eu já não me importo mais. Eu já não vou mais implorar para ter o carinho, o afeto dela e muito menos para estar ao lado dela.

Passei em meu quarto apenas para pegar minha bolsa e saí de casa as pressas para pegar o ônibus... Eu creio que eu já estou um pouco atrasada nesse momento e isso me deixa um pouco nervosa... Eu não quero me atrasar logo no meu primeiro dia!

O trajeto até a faculdade foi um pouco demorado e para piorar, o primeiro ônibus estragou bem no meio do caminho e isso me fez atrasar, bem pouco, mas acabei me atrasando... A primeira aula deu início as sete e meia da manhã, mas eu entrei na faculdade as sete e quarenta e corri direito para a minha sala.

Hoje é apenas o primeiro dia de aula, acredito que seja quem for o professor (a), não irá se incomodar com dez minutinhos de atraso.

Parei em frente a porta da minha turma, bati na mesma por três vezes e em seguida entrei na sala me deparando com a minha turma e com alguém virado em direção a lousa, creio que seja o professor.

- Bom dia! Me desculpa pelo atraso, eu acabei tendo um probleminha com o meu primeiro ônibus e isso me fez atrasar.- Eu me justifiquei já entrando na sala e aquele homem se virou em minha direção ao ouvir o som da minha voz.

Aquele professor olhou diretamente e fixamente para mim e o seu olhar me fez petrificar... Eu não sei como e nem porque, mas não consegui ao menos me mover ou falar mais alguma coisa... Apenas fiquei parada com os seus olhos presos a aquele homem.

- Garota, não me venha com desculpas esfarrapadas... Eu não quero saber se o seu ônibus estragou ou se abriu uma cratera na avenida Paulista, a minha aula da início as sete e meia da manhã em ponto e qualquer pessoa que chega após esse horário não assiste a minha aula... Agora de meia volta e saía da minha frente.- Aquele homem falou comigo com a maior grosseria do mundo.

- Mas...- Eu até tentei me justificar, mas ele não me deixou nem finalizar.

- Sem mas, garota! Não atrapalhe ainda mais a minha aula! Vá, saia logo daqui!- Ele disse em alto e bom som e em seguida deu as costas pra mim.

Eu fiquei parada alí na porta daquela sala por alguns segundos e quando percebi que ele realmente falava sério, dei meia volta e saí dali sem olhar para trás.

- Imbecil!- Falei sozinha sentindo uma raiva absurda daquele homem.

Custava ele me deixar entrar? Pelo visto, sim!

Eu achei que eu teria um ano tranquilo e que me daria bem com todos meus colegas de classe e professores, mas pelo visto, as coisas não serão como eu imaginei e eu já vejo uma grande pedra no meu sapato... Eu não me darei bem com esse homem e isso já está mais que claro.

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