PREFÁCIO

Quem dera o nosso próprio destino pudéssemos comandar, somos donos, mas não de todo, várias são as vezes em que nos é provado que o futuro não nos pertence. Os trajectos que dominam a nossa caminhada nesta vida em busca de um tal desconhecido, costumam ser os mais diversos e inesperados. Em busca de formação, trabalho, sossego ou por conta de sermos levados a seguir ainda os trajectos de outrem (nossos pais); vamos a todo o lado, conhecemos pessoas diferentes, nos apegamos, nos desavimos, escrevemos história, enfim…

Em Mulher Amada, o autor atreve-se a embarcar numa viagem exuberante pelos mais genuínos símbolos do quotidiano de uma juventude que em ambiente frenético ainda conserva os valores da amizade verdadeira, companheirismo, preocupação com o próximo. E como que de uma rocha de tremenda dureza nascesse a mais doce e perfumada rosa; numa cidade nova, num clima adverso, numa localização geográfica cujos pontos cardeais ainda precisavam ser definidos pelos transeuntes, sucede o melhor dos acontecimentos: o nascer de uma amizade, uma paixão, o nascer de um amor. O calor “infernal” trouxe para a terra o paraíso.

Ao caminhar pelo Mulher Amada temos a soberba oportunidade de visitar as Cacheiras do Binga e assistir ao cinematográfico beijo que demorado acontece entre as Grutas do N´zenzu e da Serra-da-Leba. Neste romance a beleza estonteante das Grutas da Sassa, da Baía Farta, do Lago Dilolo, das Fendas da Tundavala, das Quedas de Kalandula e do Morro-do-Môco é-nos apresentada nas idas e vindas, nos encontros e desencontros dos personagens que o autor se atreveu a criar.

Ao ler Mulher Amada toma-se um verdadeiro duche beleza, charme, graciosidade… jorra sobre o leitor a mais refrescante combinação de paixão amor e carinho. Entra-se em um mundo do qual ter-se-á muito pouca vontade de sair, de tão sublime que ele é.

Laurindo Chambula Ladeira

21 de Novembro de 2018

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