NARRAÇÃO DE LARA GASPAR...
Fomos declarados marido e mulher sob os aplausos suaves de quem nos amava. O beijo ainda queimava nos meus lábios como uma prece selada com fervor. E, enquanto descíamos do altar de mãos dadas, senti o mundo inteiro se reorganizar ao nosso redor.
Agora éramos nós dois. Não mais promessas, mas realidade. Não mais dúvidas, mas entrega.
A saída da igreja foi como atravessar um portal. As pétalas voavam sobre nossas cabeças, flutuando como bênçãos. E entre sorrisos, abraços e lágrimas felizes, Matias não soltou minha mão por um só instante. Cada gesto seu dizia: “eu te protejo”. Cada olhar dizia: “você é minha agora. E eu sou seu.”
No carro, ele me olhava como se ainda não acreditasse. Seus olhos passeavam pelo meu rosto, pelas mãos sobre o colo, pelos ombros expostos. Ele sorria com ternura, mas havia algo mais — algo silencioso e ardente — que crescia entre nós, como fogo aceso em brasa.
— Está tudo bem? — perguntei, num sussurro.
Ele assentiu, depois me puxo