Entrelaces de SanguePT

     Passados 10 anos eu já era uma mulher, morava afastada a beira do rio Mississipi em uma cabana, eu não era a única, vivia com irmãos do coração, amigos e companheiros da lavoura, trabalhávamos do nascer ao pôr do sol e éramos vigiados constantemente, nossos ritos eram proibidos perto da casa grande, diziam que poderia fazer mal aos senhores e senhoras, mas eu sei que o que os incomoda realmente somos nós, nossa cor, nosso modo de falar, andar, eu sinto sua antipatia, nos olham como olham ao fumo já mascado preso em suas botas, mas se fosse somente olhar eu não me importaria, nos tratam tão mal quanto a um cão abandonado na rua, os dias são sempre difíceis, mas eu não me permitiria ceder a nada disso, não era meu destino e eu não estava sozinha, de noite eu me comunicava com meus protetores, pediam conselhos e força para continuar, jamais fora abandonada e eu jamais abandoaria minhas crenças, minhas raízes como alguns pensavam em fazer, eu possuia colegas que trab

     Na beira do rio eu deixei minhas vestes e entrei nas águas escuras, os sons da mata me acalmavam e focada me deixo ouvir e ser ouvida por aqueles que busco.      A casa haviam me deixado de cabeça cheia, muitas conversas e muitas pessoas, amanhã haveriam ainda mais, eu buscava me acalmar nessa caminhada, a noite era úmida e quente, mas era melhor do que ficar lá, vi algo se mover em meio aos arbustos e curioso fui atrás, se houvesse perigo eu poderia usar minha arma, fui cautelosamente e vi a calda de uma cobra completamente preta, eu a segui e ao sair do meio dos arbustos me deparo com a visão mais bela de toda a minha vida, na minha frente uma mulher com longos cabelos cacheados, negros como as asas de um corvo, parada bem no meio do rio, sua pele como chocolate parecia ser a definição perfeita de maciez, me vi parado admirando tal beleza até que ela coloca

     Dentro da casa era abafado com a um forno, além disso os vestidos dados a nós eram de mangas compridas, como se para esconder nossa cor ou o resultado do que faziam a nós, ver nossas cicatrizes os deixava nauseados, como se tivéssemos escolhido tê-las em nossos corpos, eu já comessáva a odiar cada segundo alí, os convidados chegavam a todo momento, para mim era apenas mais um quarto para arrumar, mais um para me dar ordens ou atrapalhar meu caminho. Como o de costume nós empregadas da casa ficávamos sempre de olhar baixo e andar rápido, cada segundo contava, não deveríamos falar com ninguém a não ser que algo fosse perguntado, felizmente eu não possuia uma aura convidativa e procurava seguir por corredores mais vazios, assim evitava encontrar alguém, andava depressa com uma cesta de lençóis a serem lavados, uma montanha que tapava pa