Capítulo 212 - Algo que me pertence

A porta de ferro se abriu com um rangido grave. Arthur esperava de pé, com as mãos nos bolsos da calça social, o rosto sério, mas o olhar treinado para parecer calmo.

Do outro lado, João Vicentini entrou com um leve sorriso torto no rosto — o tipo de sorriso que não sabia se era ameaça ou ironia.

— Ora, ora. Arthur Villamar. — Ele puxou a cadeira com um gesto lento. — Já não basta seu pai, agora o filho resolveu me visitar também?

Arthur não respondeu de imediato. Esperou que ele sentasse antes de ocupar seu próprio lugar, mantendo o tom controlado.

— Não vim saber do meu pai. Vim conversar sobre a Elize.

Vicentini inclinou levemente o corpo pra frente.

— A menina? Ah, sim. A que me deve uma pequena fortuna. — Ele sorriu de novo, cínico. — Interessante como a vida dá voltas… Agora ela parece bem próxima da sua família. Isso torna tudo mais… pessoal.

— Ela não te deve mais nada.

— Ah, mas deve. — Vicentini recostou na cadeira. — Eu lembro bem da dívida dela. Destruiu mi
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