A porta de ferro se abriu com um rangido grave. Arthur esperava de pé, com as mãos nos bolsos da calça social, o rosto sério, mas o olhar treinado para parecer calmo.
Do outro lado, João Vicentini entrou com um leve sorriso torto no rosto — o tipo de sorriso que não sabia se era ameaça ou ironia.
— Ora, ora. Arthur Villamar. — Ele puxou a cadeira com um gesto lento. — Já não basta seu pai, agora o filho resolveu me visitar também?
Arthur não respondeu de imediato. Esperou que ele sentasse antes de ocupar seu próprio lugar, mantendo o tom controlado.
— Não vim saber do meu pai. Vim conversar sobre a Elize.
Vicentini inclinou levemente o corpo pra frente.
— A menina? Ah, sim. A que me deve uma pequena fortuna. — Ele sorriu de novo, cínico. — Interessante como a vida dá voltas… Agora ela parece bem próxima da sua família. Isso torna tudo mais… pessoal.
— Ela não te deve mais nada.
— Ah, mas deve. — Vicentini recostou na cadeira. — Eu lembro bem da dívida dela. Destruiu mi