— Corta! Que fofo! Não estou acreditando! Faça uma descrição completa desse homem, vamos colocar o retrato falado em todas as páginas e encontrá-lo para você! — Exclamou Liliane toda empolgada. — Minha nossa, isso vai dar o que falar! É polêmico! Amei! — Parece que o assunto está bom. — Disse Patrícia. Caroline estava com dois copos de milkshake e se aproximou de mim me entregando um deles. — Mãe, a Eliza está apaixonada! — Disse Liliane agarrando o braço de Patrícia. — Acredita nisso? — É o seu companheiro? — Perguntou Caroline inocentemente para mim. — Você sabe quem é? — Perguntou Liliane se agachando perto de Caroline. — Conta aqui para a tia Lili, quem é esse homem? — Eu já não disse que não sei o nome dele? — Reclamei. — E também não sei como encontrá-lo pessoalmente de novo. Como você acha que Caroline vai saber? — Pensando dessa forma... — Liliane pareceu ponderar por alguns segundos. Antes que ela começasse a expressar suas ideias mirabolantes, resolvi intervir. — Não
Todos já estavam em posição, exceto eu. Patrícia precisou se aproximar e me explicar o motivo pelo qual fizeram isso comigo. — Isso é demais! — Sussurrei para ela. Não queria assustar Caroline, e algo me dizia que eles sabiam disso e se aproveitaram da presença dela para me pressionar. — De forma alguma! Lisa, suas músicas são perfeitas. Todos a quem mostramos pensam o mesmo. Elas não precisam de modificações e de aprovação de mais ninguém. Assim sendo, decidimos em conjunto que não há motivo para prorrogar isso. Hoje daremos início oficialmente à gravação das primeiras músicas do seu novo álbum. Vá lá e arrase como você sempre faz! — Tia, vai mesmo gravar as músicas? Isso é incrível! — Caroline se intrometera na conversa. — Quero muito ouvir! — Sim, é incrível! — Disse Patrícia sorrindo para a garota. — Vamos assistir às gravações da sua tia Lisa ali, tudo bem? Com tantas pessoas colocando expectativas em cima de mim, não havia mais como pensar em dizer não. "Vamos lá, Lisa!" —
As poucas presenças que havia por perto desapareceram assim que o tumulto se intensificou na frente do prédio. Quando a equipe de segurança aparecia e se alinhava, geralmente eles esperavam me ver saindo logo depois. Era uma distração perfeita para atrair toda a atenção para um lado só. — Caroline, não solte minha mão por nada, está bem? Nicolas, fique por perto. Quando entrarmos na calçada, pareceremos apenas uma família caminhando. — Tia Lisa se escondendo é divertido! — Disse Caroline soltando uma risada fofa. — Agora! — Puxei Caroline comigo e, assim que entramos na calçada, comecei a caminhar a passos normais segurando a mão dela. Nicolas andou perto de nós, como pedi. — Tia, para onde estamos indo? — Perguntou Caroline docemente. — Quero levar você e o Nicolas para comermos em um lugar que gosto muito. Caroline, você pode perguntar para ele se ele quer vir conosco? — Primo Nicolas, você vem com a gente? — Como eu recusaria um pedido desses? — Disse ele passando a mão leve
— Eliza, hora de acordar! — A voz de Liliane estava insistente. Era o meu sexto dia em Heington e eu estava tão exausta que não queria nem sair da cama. — Vocês já não sugaram o suficiente da minha vitalidade? Vou morrer cedo assim! — Murmurei, virando-me para o outro lado. — Caroline está te esperando para tomar café. Vai mesmo deixá-la passar fome? — Que covardia! — Falei, sentando-me na cama e me alongando. Com um argumento desses não tinha como eu não me levantar. Bocejei várias vezes enquanto tomava o café. Liliane me descreveu a agenda da manhã, que consistia em gravar mais vídeos de respostas para o ‘Lisa responde’. Eu havia lido centenas de mensagens dos últimos dias para selecionar mais algumas perguntas. As últimas gravações da sessão ‘Lisa responde’ foram feitas com sucesso, e quando comecei a comemorar que isso tinha acabado, Liliane estragou completamente o clima. — O que está fazendo? — Perguntei a ela. Ela pedira para eu desbloquear meu celular e reclamou de não s
— Por que sempre me esqueço? — Sussurrei enquanto bocejava. Caroline já estava acordada ao meu lado, me olhando com curiosidade.— Quem é o senhor fantasma? — Perguntou ela.— De onde você tirou isso? — Perguntei de volta. Não lembrava de ter comentado sobre o senhor fantasma com ela.— Você estava chamando esse nome enquanto dormia. Estava tendo um pesadelo? — Perguntou inocentemente.— Um pesadelo? — Questionei. Ela fez que sim com a cabeça e não pude deixar de sorrir. — Se eu estava sonhando com o senhor fantasma, então não pode ser um pesadelo. Fantasmas costumam ser assustadores, mas o senhor fantasma não é assim.Ela não perguntou mais nada, apenas sorriu docemente. Parecia estar tentando imaginar um fantasma do bem, não que isso fosse fácil. Peguei meu celular para verificar as horas e me surpreendi ao ver que já era quase dez da manhã.— Faz muito tempo que você acordou? — Perguntei para Caroline preocupada. Mais um pouco e estaríamos almoçando em vez de tomar café.— Acordei
— Você não estava com fome? — Perguntei para Caroline. Estávamos olhando para a vitrine da cafeteria do shopping por um tempo, mas ela não fazia esforço algum para escolher o que queria.— Vou pegar o mesmo que a tia. — Disse timidamente.— Certo! Quero o capuccino de chocolate, sanduíche de frango e um pedaço da torta de morango. Tudo em dobro, por favor! — Fiz o pedido no caixa. Assim que eu ia pagar, William se aproximou de mansinho.— Viajei a madrugada toda e cheguei não faz tanto tempo. Também estou com fome. — Sussurrou ele no meu ouvido. — Acho que você me deve depois de me mandar para o inferno e me bloquear.Suas palavras saíram irritadas e em tom de ameaça, e algo me dizia que ele não esqueceria o que aconteceu tão facilmente. Pensando na minha própria sobrevivência, achei que o correto seria ceder naquele momento.— Três de cada, por favor. — Falei para a mulher no caixa. William pareceu ter se dado por satisfeito, já que saiu de perto de mim sorrindo. Ele se sentou numa m
— Eu nunca tinha ido ao cinema antes. É tão legal! — Disse-me ela enquanto saímos do shopping. Ela caminhava de mãos dadas comigo, enquanto me falava das partes que mais tinha gostado do filme. Após isso, fomos direto ao parque. Comprei um passe livre para Caroline ir em todos os brinquedos que quisesse e alguns ingressos individuais para mim. Depois disso, a levei aos brinquedos infantis para que sua primeira experiência com o parque fosse tranquila. Enquanto ela rodava toda feliz no carrossel, tirei o celular da bolsa para tirar algumas fotos dela. Ela acenava a cada vez que passava por nós, rindo e chamando nossos nomes para que olhássemos para ela. — Nem parece minha Caroline. — Comentou William ao meu lado. Ele estava de pé com as duas mãos no bolso da calça. Ele olhava para sua irmã com tanto brilho nos olhos que não pude deixar de sentir um pouco de inveja. Mesmo sendo meu companheiro, ele nunca tinha me olhado assim. É por essas e outras que desisti d
Enquanto eu caminhava a passos rápidos pelo estacionamento, William me parou. — Não vai me apresentar para o seu amigo? — Perguntou William. Parecia estar com raiva. — Ele não é meu amigo, é só um colega de trabalho. — Respondi, descendo Caroline até o chão. — Ele é um modelo também? Não tem perfil para isso. — Não, ele não é modelo! Apenas fez parte da equipe. — E por que está fugindo assim dele? O que está me escondendo? — William se aproximou ficando a poucos centímetros de mim. Toda sua postura corporal, bem como sua expressão, era autoritária e acusadora. — Irmão, é verdade! A tia me apresentou ele no trabalho. — Caroline tentou se colocar em minha defesa. William pegou a chave e destrancou o carro. — Caroline, entra no carro. Eliza e eu precisamos conversar um pouco, tudo bem? — Não vou entrar! Você vai brigar com a tia, posso ver isso. — Caroline se agarrou em mim. Ela estava bem ciente de como William podia ser