Capítulo II

Olhei no meu relógio de pulso e nele marcavam 18:27 da tarde. Estávamos parados no sinal vermelho e ouço meu celular tocar no porta-luvas e o atendo.

— Ei, bora aproveitar e correr até lá? — Hector pergunta como um desafio.

— Seu Plymouth Barracuda aguenta? — brinquei.

— Isso é um clássico — ele diz.

— Corinthians e São Paulo também — respondo. — Vamos correr, amigo. — Desligo o telefone e o guardo no porta-luvas.

Faço meu motor cantar, aquele som clássico de um carro antigo. Ouço o motor de Hector também, e isso me deixa extasiado.

— Vamos lá, amigo — falo em murmúrio e olho para ele, do seu carro. Ele faz um sinal de positivo.

O sinal de vermelho passa para verde e nós começamos a correr.

 ...

Hector pegou a dianteira na reta, mas eu logo estava encostado em sua traseira. Estávamos chegando à curva, e quando a fizemos meu carro ultrapassa o dele, e dessa vez, Hector quem via a traseira de meu carro. Estávamos emparelhados, um do lado do outro.

Paramos ao chegar no sinal. Abri a janela do lado do passageiro.

— Isso foi incrível! — exclamei.

— Seu carro é bem mais potente que o meu — disse Hector, mas não parecia estar abalado. — Você já mexeu nele?

— Não, nenhuma vez — respondi e voltamos a andar após o sinal ficar verde.

— Escuta — ele chama — não quer correr um pouco mais? Só que moderado agora.

— Certo — confirmo. — Já que ainda está longe.

Fechei o vidro novamente e ele fez o mesmo.

 ...

Chegamos ao calçadão e nos certificamos de que não estaria muito movimentada. Poucas pessoas passavam por ali. Elas olhavam os carros meu e de Hector, admiradas. Eu nunca fui de chamar muita atenção, eu era mais de boa, mais tranquilo.

— Onde será que eles estão? — saí do carro e me encostei no capô.

— Daqui a pouco eles estão por aí — Hector dá certeza.

Ele se encosta no capô do seu carro, observando as pessoas que passavam do outro lado da rua. Olhamos para a direção de um ronco de motor que se aproximava.

— Parece que ele chegou — disse Hector, olhando para o carro do Kleber.

— Aonde ele conseguiu esse Maserati 150S? — questiono. Aquele clássico era muito bonito.

— Vamos perguntar para ele — ele diz e se aproxima do carro de Kleber que estaciona pouco na frente do meu.

— E aí, rapaziada! — ele nos cumprimenta.

— Onde você conseguiu esse carro? — perguntei a ele, notando o brilho daquela carroceria.

— Meu pai que me deu, saca? — ele diz e nós confirmamos com a cabeça.

— Esse carro é muito bonito, na moral! — admirou Hector, verificando as rodas, os faróis, a carroceria. — Colocou aerofólio? Quando?

Aerofólio em alguns carros ficava muito bacana, mas em outros... nem tanto. Agora no meu carro, ele ficava muito show.

— Ah, faz uma semana — Kleber nos responde. — Então, que horas vai começar a festa? Estou doido para encher a cara.

— Mas você não vai voltar para casa? — indaguei. Não é muito bom beber e dirigir.

— E daí?

— Se você vai voltar para casa, você não pode beber — respondo.

— Relaxa, mané! — diz ele dando um tapinha no meu ombro. — Vamos para o local da festa?

— Vamos — diz Hector entrando no carro. Ele liga o motor novamente, guiando o carro até o local marcado. — Qualquer coisa eles saberão aonde nos encontrar... por causa do som.

 ...

Fomos até a praia e paramos em um lugar quase sem movimentação. Aquele lugar era bom, ótimo lugar para uma festa.

Descemos dos carros e ficamos parados, encostados ao capô do carro, esperando algumas pessoas chegarem para iniciarmos a festa.

— Aí, Alex — Kleber me chamou enquanto abria o porta-malas. — Tem uma gata que vem junto para a festa.

— Sério? — fiquei curioso, imaginando como seria o sorriso dessa linda garota. — Interessante.

Não demorou muito para mais carros aparecerem. Um Corolla 98, um Astra 2009, um Corvette 85, um RX-7 e um Skyline 99. Eram maquinas excelentes, mas o Skyline era belíssimo.

— E aí galera — cumprimentou um garoto que saiu do Skyline. Ele parecia se vestir bem, pois usava calça jeans com uma camiseta preta. — Tudo bem?

— Sim — respondi, cumprimentando ele com um aperto de mão. — Quem é você? Desculpe minha pergunta.

— Relaxa! — ele diz, mostrando um sorriso branco. — Me chamo Cauan.

— Eu sou Alexander. — respondo para ele.

— Muito prazer, Alexander.

— Então — uma garota sai do RX-7. — Vamos começar logo?

A garota era muito bonita, era encantadora. Ela parecia ser séria, pois até agora não havia mostrado um sorriso. Até encontrar meu olhar. E rapidamente desvio meu olhar.

— Alex, lembra da gata que eu mencionei? — olho para Kleber e a garota faz o mesmo. Ela o fuzila com o olhar. Mas ele não pareceu se intimidar. — Essa é Rebeca.

— Então, você é o Alexander? — ela diz me encarando.

— S-Sim — respondi. Eu estava tentando não ficar sem jeito na presença dela. Era um pouco complicado. — Muito prazer Rebeca. — aperto a mão dela.

— O prazer é meu — ela sorri ao retribuir meu cumprimento.

É, realmente ela tinha um sorriso encantador.

— Rebeca — Kleber a chamou. — Quem é a boneca que está com você no seu RX-7?

Olho na direção do carro da garota.

— Aquela é minha irmã — ela responde, apontando para a outra garota que estava saindo do veículo. — Iara.

Outros dois saíram de seus carros. Um rapaz de estatura 1,76 e outro 1,79. Bom, pelo menos foi o que eu deduzi.

— Oi, eu sou Manoel — disse o rapaz do Astra.

— Sou Alexander.

— Como vai Alexander? — outro garoto me cumprimenta.

— Bem, e você? — indago, apertando sua mão.

— Estou bem — ele afirma. — Eu sou João.

— E aí — diz Iara, fechando a porta do lado do motorista. — Que horas começa a festa?

— Vamos começar — Kleber pega a chave de seu carro, e abre o porta-malas. — Agora.

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