Adiei minha volta para Minas o quanto pude. Tentei me enganar dizendo que era por causa do trabalho, mas no fundo eu sabia — era por causa dela. A Laura.
Sempre foi por causa dela.
Fiz de tudo para prolongar minha estadia em Porto Alegre, mesmo que os dias estivessem se tornando cada vez mais difíceis de suportar. Mas chegou um ponto em que já não fazia mais sentido adiar o inevitável.
Só que, no exato momento em que eu começava a aceitar que talvez fosse hora de voltar pra casa, a Sara — funcionária da vinícola — se aproximou, perguntando se poderia conhecer a fazenda.
Ela disse que queria mudar de ares, aprender mais sobre a rotina fora da produção e se oferecer para ajudar diretamente comigo na administração rural. Foi espontânea, sincera. E eu aceitei. Talvez porque fosse uma boa ideia profissionalmente. Talvez porque, de algum modo, eu precisasse desesperadamente de uma distração.
A Sara era simpática, eficiente, e muito bonita. E o melhor: não me lembrava a Laura.
Ela não