Após 5 anos casada por aliança financeira, ela renasceu
Após 5 anos casada por aliança financeira, ela renasceu
Por: Miss Setembro
Capítulo 1
Nas ruas da Cidade A, o trânsito era intenso.

Eu estava sentada há cerca de duas horas, em uma cafeteria chamada "Meeting", em um canto perto da parede, de frente para o balcão onde uma jovem de avental azul claro estava ocupada preparando diversas bebidas.

Ela tinha cerca de 1,60m de altura, não parecia pesar mais de 45 quilos. Sua pele era clara, ela era bem magra e adorava sorrir. Seus cabelos negros e espessos estavam presos em um rabo de cavalo alto e seus olhos em forma de lua crescente, faziam o sorriso dela parecer contagiante.

- Senhora, gostaria de mais uma xícara? - Ela se aproximou, me perguntando com um sorriso radiante.

Fiquei um pouco constrangida, pois acabei me perdendo observando essa jovem por um momento. Ainda bem que sou mulher, senão poderia ser confundida com um pervertido ou algo do tipo.

- Está bem, mais um café puro. - Respondi com um sorriso educado, minha voz era suave.

Logo, a moça trouxe outra xícara de café amargo para mim. Em vez de ir embora imediatamente, ela hesitou por um momento e começou a se intrometer.

- Senhora, você já bebeu duas xícaras de café puro, embora seja estimulante, o excesso pode ser prejudicial à saúde. Que tal... Vir beber na próxima vez? - Sugeriu a moça.

Ela era gentil e extrovertida, sua voz era clara como um sino, agradável aos ouvidos.

Olhei para a xícara de café na minha mesa e peguei minha bolsa, me levantando.

- Está bem, vou pagar a conta. - Respondi, sem muita emoção.

A garota ficou feliz por eu ter aceitado seu conselho e foi imediatamente para o caixa para fazer o pagamento. Por fim, ela me informou:

- Senhora, o total hoje é de 87 reais. Você prefere pagar em dinheiro ou Pix?

Paguei em silêncio e saí da cafeteria apressadamente.

- Senhora. - Disse Montes, que me encontrou do lado de fora e fez uma reverência respeitosa, abrindo a porta do carro para mim.

- Vamos para casa. - Dei as instruções a ele, sorrindo levemente.

O carro começou a se mover suavemente, e eu fechei os olhos no banco de trás para relaxar. Minha mente sempre voltava à imagem da jovem da cafeteria, com seu rosto jovem e radiante.

Era ela mesmo? A garota que, um ano depois, faria Carlos Oliveira romper com sua família e pagar um preço alto para se divorciar de mim?

Eu mesma nunca pensei que a primeira coisa que faria depois de renascer seria encontrar seu local de trabalho atual e a observar como um stalker pervertido.

Eu estava muito curiosa para saber que tipo de garota havia levado embora o homem que amei por dez anos.

Eu nem mesmo tinha conhecido ela pessoalmente na vida anterior, apenas descobri um nome e algumas fotos. Carlos a protegia como se fosse um tesouro raro, enquanto eu, fui derrotada por um oponente invisível.

Jovem, bonita, inocente, gentil, extrovertida... Todos esses adjetivos positivos se adequavam a essa garota perfeitamente.

Sua única desvantagem era não ter nenhum histórico familiar poderoso, uma grande diferença em relação à posição de Carlos.

- Senhora, hoje é o aniversário de casamento da senhora e do Sr. Carlos. - Carlos me disse, de repente.

Abri os olhos levemente e fiquei momentaneamente atônita.

Calculando, este ano era o nosso quinto aniversário de casamento. Todos os anos, eu passava o dia todo ocupada preparando um jantar à luz de velas e comprando presentes de casamento.

Neste ano, eu tinha 27 anos e ele 29.

- Eu sei. - Eu massageei minha têmpora dolorida. - Não precisa me lembrar.

Provavelmente Montes percebeu que eu estava diferente dos anos anteriores, então ele me lembrou.

Mas por que sempre era eu que me dedicava tanto? Por que eu tinha que amar aquele homem? Na vida passada, pensei nessa pergunta antes de morrer. Por Carlos, acabei perdendo tudo e tive um destino miserável.

Enquanto eu refletia, o carro já estava parado em frente à casa de Carlos. Esta foi a mansão que nossos pais haviam nos dado como presente de casamento, um imóvel luxuoso em uma área valiosa, com mais de mil metros quadrados.

Para minha surpresa, o carro de Carlos também estava estacionado na frente da casa, ele havia voltado.

Meus sentimentos estavam complicados. Como alguém que já morreu uma vez e renasceu, qual expressão seria apropriada ao reencontrar o culpado?

Eu pensei que odiaria Carlos. Por causa de outra mulher, ele forçou sua esposa de cinco anos a um beco sem saída e até mesmo causou danos ao meu pai e minha mãe, que o tratavam extremamente bem. Minha família foi completamente destruída por ele.

Mas quando realmente o vi novamente, descobri que não sentia um ódio intenso, mas sim uma sensação de alívio e aceitação.

Na vida passada, Carlos me deu uma chance, ele propôs um divórcio amigável e a compensação seria que ele me daria uma parte das ações do Grupo Oliveira, o suficiente para eu gastar pelo resto da minha vida. No entanto, eu não quis. Mesmo depois de dez anos, não consegui obter um traço sequer de afeto dele, mas outra mulher conseguiu em apenas um ano, fazendo ele se apaixonar perdidamente e ficar contra o mundo inteiro por ela.

Então, usei todos os meios possíveis para tentar o recuperar, passo a passo, até chegarmos ao ponto de ruptura, um confronto onde seria uma questão de vida ou morte.

Agora, essas coisas ainda não haviam acontecido. Em vez de odiar, eu preferia mudar o resultado que só me traria sofrimento.

- Por que você está parada aí? - Disse Carlos, que estava sentado na sala de estar, com as pernas longas cruzadas casualmente.

A ponta do cigarro tinha queimado completamente e ele a apagou habilmente no cinzeiro. Em seguida, ergueu os olhos para me olhar, indiferente como sempre.

No dia do casamento, Carlos deixou claro que entre nós existia apenas uma relação de cooperação, companheiros de longo prazo, que ele não sentia nada por mim.

- Nada, só não esperava que você estivesse em casa. - Respondi, me curvando para trocar de chinelo, um par de chinelos de marca. Era da cor cinza elefante, de design simples e cor sóbria, além de ser confortável, não parecia ter nada de atraente.

Pensei na garota do avental azul na cafeteria, com um sorriso vermelho bordado no avental, enquanto os outros aventais não tinham.

Em comparação, todas as minhas roupas eram caras e monótonas, com um estilo constantemente simples e entediante.

De repente, eu senti um forte desprezo por esses chinelos, os joguei de lado e entrei descalça na sala de estar.

Carlos me viu se aproximar descalça, franzindo levemente a testa. Um olhar de surpresa passou por seus olhos.

- Você não está usando chinelos?

- É, não estou a fim de usar hoje, então estou descalça. – Respondi, indiferente, me sentando em frente a ele.

- Que raridade. Recebeu algum estímulo hoje? - Perguntou Carlos, em um tom leve, rindo inesperadamente.

Fui abalada pela sua futura alma gêmea, pensei internamente.

Baixei os olhos para olhar meus pés brancos, que estavam um pouco secos devido à magreza excessiva.

Era bem diferente de Celeste. Ela era magra, mas sua pele era firme e cheia de colágeno, ao contrário de mim, tão magra a ponto de ver os ossos sob minha pele.

Cinco anos de um casamento solitário causaram muitos problemas no meu corpo, perdi totalmente o interesse pela comida, então fiquei cada vez mais magra, cada vez mais parecida com um esqueleto.

- Carlos.

- Oi? - Retrucou Carlos, olhando para o celular, sem levantar a cabeça.

Ele usava uma camisa preta e calça social, de excelente qualidade. Seu estilo era impecável, com uma figura esbelta e proporções perfeitas, o que o conferia uma aparência extremamente bonita. Além disso, seu rosto tinha traços suaves e refinados, com olhos profundos e expressivos. Ele poderia ser descrito como o sonho de milhões de garotas.

Retirei meu olhar dos meus pés e encarei o homem à minha frente. Minha voz soou um pouco rouca quando disse:

- Vamos nos divorciar.

Assim que terminei de falar, ouvi o riso debochado de Carlos.

Ele jogou o celular no sofá e me olhou com um olhar familiar e frio, perguntando:

- Samantha, que truque você está tentando usar agora?
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