capítulo 39

JADE

Hoje eu agradeci por ter um cão de guarda. Um de verdade.

Júnior estava do meu lado, firme, braço cruzado, a respiração contida. Mas mesmo assim, eu sentia o medo me roendo por dentro. Um medo que tinha nome, olhar e cheiro: Donatello.

Ele tava parado ali, com aquele jeito calmo demais pra quem carrega veneno no sangue.

Júnior (frio, direto):

— O Ravi sabe que você tá cercando a mulher dele, Donatello?

Donatello (rindo, debochado):

— Cercando? Que drama, Júnior. Eu só esbarrei com ela. Coincidência.

Júnior (duro):

— Coincidência é o caralho. Não tem nenhum parente teu internado aqui. Então repete: o que você tá fazendo nesse hospital?

Donatello:

— Vim buscar uns documentos. Coisa de chefia. Mas você tá nervosinho demais. Tá se doendo por quê? Tá se achando dono da mulher do Ravi agora?

Ele deu um passo à frente e olhou direto pra mim. Senti a pele arrepiar. Sujo. Aquele olhar me deixou enjoada.

— Parece que você virou o cachorrinho dela. Falta só mijar em volta pra marcar territó
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