JUNINHO
E aí, caralho?
Juninho na área, filho.
Cria da quebrada, agora trampando pra peixe grande.
Sai do morro, vim pra cidade.
Agora eu visto terno… mas por baixo tem ferro. Sempre.
Trabalho pro Ravi.
“Empresário”?
Vai nessa…
Esse filha da puta é mais bandido que muito chefão do morro.
Só que com gravata.
Comendo caviar e metendo bala escondido.
Hoje ele me ligou.
— Busca o moleque da Jade. Leva pra minha casa. —
Seco, sem explicar.
Só mandou.
Eu?
Obedeço.
Não sou besta.
Dinheiro bom, risco maior ainda.
Mas eu gosto.
Sou feito pra isso.
Antes de sair, dei beijo na testa da minha filha.
Minha velha olhou torto.
Jaqueline: — Vai nessa vida até quando, Júnior?
Juninho: — Até o caixão, mãe. Ou até o camburão.
Mas enquanto tiver dinheiro e adrenalina… eu tô no jogo.
Peguei a Glock.
Cintura.
Bora.
Cheguei no endereço.
Casa simples.
Bati na porta.
Uma mina abriu.
Ela: — Pois não?
Juninho: — Vim buscar o Joaquim. Jade pediu. Falou pra levar ele no hospital.
Ela: — Estranho, ela não coment