Cap.4: Primeira Noite

 

 

 

 

 

 

          Luiza:  

     Depois de terminamos de comer o nosso lanche, fomos andando até o Mundo á  Vapor, localizado na Avenida Don Luiz Guanella, no bairro Carniel da cidade de Canela e somente a três quadras do mini ‘shopping’ Grupo Castro, onde eu estava prestes a começar a trabalhar. Fiquei muito encantada e surpresa, ao ver a preocupação de Lucas que, para eu não precisar caminhar três quadras apenas, já estava prestes a chamar um carro. Expliquei a ele, que não me prejudicaria por caminhar; pelo contrário, estando com a Bota Ortopédica, fazer uma caminhada até me faz bem. Se não estivesse com a bota ortopédica, daí, sim, causaria desconforto na coluna por ficar mancando muito. 

   — Se você diz… Disse ele, fazendo menção com o braço para eu me apoiar nele. Por impulso, eu acabei me apoiando nele, mesmo não precisando. E percebi que ele sorriu. 

     No meio do caminho, paramos em frente a um quiosque onde vendia sorvetes. 

   — Dois cascões, sabor chocolate… Lucas pediu. 

   — Prefiro casquinha, para o meu. Falei. 

   — Se for pelo preço, deixe de bobagem... 

   — Não mesmo, gosto mais das casquinhas, pois são mais crocantes. Eu afirmei, não o deixando terminar de falar. 

 

          Lucas:  

     Pelo visto, Luiza é uma mulher de argumentos e com opinião própria. Enquanto eu comprava sorvete para nós, ela afirmou gostar mais de casquinha do que de cascão, e eu só pude ficar surpreso com esse seu argumento e até tive que rir. Por assim ser, além de tudo, ela me pareceu ser simples em seus gostos e preferencias. 

Caminhávamos tranquilamente pela rua, passando do pôr do sol e já escurecendo o céu acima de nós… e conversávamos sobre os nossos gostos para comidas, nossos pratos preferidos e o que não gostamos de comer. Até que, chegamos no nosso destino. 

   — Vamos andar? Convidou, ela.  

   — Certo. Mas, você não tem medo?  

    — Medo de quê? A vida é uma só! Assim Luiza respondeu. 

E ela foi direto para a fila, para comprar os ingressos para andarmos, e eu fiquei parado há, cerca de três metros, bem atrás dela e, como um bobo, só a admirando. Estava encantado com ela. Droga, Lucas! O que deu em você?  

Com os ingressos já em suas mãos, Luiza me pegou pela mão e me puxou junto dela para a entrada.  

    — Já andou, não? Eu não. Eu disse.  

E ela fez que não com a cabeça. Sorrindo.   

   — Nem parece vir, para esta cidade, bem seguida. Ela falou. 

Ela tinha razão, mas, sinceramente, eu não costumava ir frequentemente a lugares públicos ‐ e, também, em pontos turísticos como este.   

 

          Luiza:   

Enquanto andávamos no trem, eu quis gritar, mas peguei o punho de Lucas e o apertei. Ele riu, então me abraçou. E consegui sentir os nossos corpos se estremeceram juntos. Este passeio é incrível. 

    — Estaria mentindo, se dissesse que não me deu uma adrenalina. Falei, quando estávamos indo embora. E ele só sorria e me olhava, constantemente. Ele realmente tem um lindo sorriso, é um homem muito charmoso. 

     Vários sinais, que, até agora, eu havia notado, como: o brilho nos olhos de Lucas, cada vez que encontram os meus olhos; a iniciativa e prontidão dele em sair e conversar, nem que seja trocando mensagens, comigo; o fato de ele sempre procurar contato físico e visual comigo e como ele sorri para mim; enfim, a preocupação e o cuidado de Lucas comigo... foram o suficiente para indicar que Lucas estava a fim de mim. Muito além de suas atitudes de um gentil cavalheiro, o qual abre e segura a porta do carro para eu entrar, puxa as cadeiras e fica segurando até eu me sentar nelas... não deve estar querendo apenas ser educado, até porque, se fosse o caso, seria muito forçado. Eu sou observadora, só me fingia, em certos momentos, de desatenta. Talvez, deve ser só uma ilusão minha. Ou ele não percebeu que este sentimento é recíproco, ainda? 

Minha mãe sempre me pede para não ser tão racional, tentar também seguir o meu coração. Não estou acostumada a dar o primeiro passo, mas tentarei. Se não der certo, ao menos, eu tentei... afinal, estamos em pleno século XXI ‐ o qual as mulheres também podem tomar atitudes primeiro que o homem. 

 

          Lucas:   

     Luiza pode até ter deficiência, mas ela realmente é tão linda a ponto de, qualquer homem, que não fosse preconceituoso, ficar loucamente com ela. E comigo, por que diferiria? Não há como... e ela também, muito além de sua beleza exterior, tem as suas qualidades e particularidades. Por exemplo, é autentica, espontânea, carismática, bem-educada... e quero descobrir, cada vez mais, a respeito de sua beleza interior. E, já até havia demonstrado o quanto estava a fim dela. Mas, fora ela ter reconsiderado o meu convite para sairmos, não me dava mais nenhum sinal demonstrando sentir por mim, o mesmo que eu estava sentindo por ela. Ou ela não notou? Não é possível! Deixei claro, até demais. ‘Será que não é devido à nossa diferença de idade?’, pensei, mas ela tinha falado que tem preferência por homens mais velhos. Portanto, estou disposto a esperar. E, se for preciso, tento conquistá-la.  

     Por falar nisso, até hoje, todas as mulheres, com quem já fiquei, nunca sequer passaram de uma única noite comigo, sempre foi só sexo casual. Mas, desta vez e com esta mulher, era apenas a primeira noite, de muitas das quais ainda quero viver ao lado dela. 

Estava absorto em meus pensamentos, quando senti o olhar de Luiza sobre mim, olhei para ela e os nossos olhos se encontraram e, por alguns longos instantes, ficamos assim. 

 

          Luiza:  

     É agora! Fiquei olhando intensamente para Lucas, olho a olho com ele, e acho que ele entendeu o que eu tentava expressar com o olhar. Fiquei somente com as pontas dos meus pés no chão para alcançar a bochecha dele e beijei rapidamente. Em seguida, ao me virar para ir embora, Lucas agiu mais rápido e me surpreendeu. Ele me pegou pelo braço e, quando olhei para ele, então me puxou pela nuca e, tão profundamente, me beijou. Após alguns segundos do beijo, eu o soltei. 

   — O que foi? Ele perguntou. 

   — Nada! Respondi, com um sorriso, e o beijei de novo. A verdade é que, parecia mesmo um sonho. 

Logo em seguida, entrei no carro. E ele ficou parado e perplexo, me olhando, através do vidro do carro, enquanto o carro só se afastava. 

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