Helen

Fiquei confusa com Mason e sua atitude, achei que nossa conversa estava indo bem, mas de repente, ele mudou de humor e quase que me pediu para sair, ele tentou ser delicado, mas eu percebi o seu humor, sei que não deve ser fácil pra ele, estar na cadeira de rodas, mas ele precisa pensar além dela, ele tem uma vida, e acho mesmo que podemos ser felizes juntos, mas isso vai depender muito dele, sei que não seremos um casal convencional, mas não me importo com isso, desde que sejamos honestos um com o outro, e que haja respeito e amor mútuo, tudo vai se encaixar, mentalizo isso para dizer a ele assim que tiver oportunidade, e logo adormeço.

Mason

Na manhã seguinte, a chamo para tomar café comigo no quarto em que estou hospedado e ela logo aparece, timida ela me dá bom dia lançando um sorriso meigo que me deixa bobo, ela se senta e nos servimos, ela me pergunta: "Como é a sua rotina na matilha?" e apenas digo: "Faço todo o trabalho burocrático como Beta já que não posso sair muito então, fico mais no escritório da matilha", ela ouve tudo, mas não diz nada.

Após alguns minutos do nosso café, eu a sigo para o sofá, ela se senta e eu me aproximo colocando novamente minha mão na sua, já estava ansioso por seu toque, a lembro que amanhã iremos embora e ela me olha com tristeza e sei que é por deixar seu pai, mas nossas matilhas são vizinhas, ela sempre vai poder visitá-lo.

Logo a hora do almoço chega, almoçamos juntos e passamos uma parte da tarde conversando, até que sinto de novo que preciso trocar a bendita fralda, e meu humor muda novamente, fico sério e ela percebe, "_O que houve?" ela diz e eu respondo rápido "_Nada, apenas preciso me recolher por um momento" eu digo e ela fica séria, "_Mason tudo bem, se você precisar de alguma coisa eu posso te ajudar" "_Não!" eu falo rápido e ela arqueia a sobrancelha "_Não trouxe você aqui para ficar como minha cuidadora também, você é minha companheira" mas ela me interrompe "_Companheiros são pra isso Mason, na saúde e na doença, eu já disse que não me importo" "_Eu já disse que não, não vou fazer você me trocar, ou me dar banho ou algo do tipo, isso está fora de cogitação" ela bufa frustrada, meu cuidador entra e sigo para o quarto, alguns minutos depois de me trocar olho em volta e vejo que ela não está, sinto que a chateei de novo, mas não posso evitar, não quero ela me vendo tão vulnerável assim, não sou nenhum coitadinho que precisa sempre de ajuda, quero ela como minha companheira, mesmo sabendo que nunca vou tocá-la ou estar com ela como ela merece, mas fazê-la me trocar, já é demais.

Passo o resto da tarde sozinho, e a noite também, decido não chamá-la, apesar de estar doido para fazer isso, deixo ela sozinha um pouco, para pensar, querendo e não querendo que ela apenas desista agora enquanto ela pode.