Cap 3 - Thaynara

            Arregalo os olhos e tento achar uma saída de emergência ou outra rota de fuga, mas ele percebe e começa a sorrir.

- Não precisa ter medo, não farei nada que você não queira. – Ergue as mãos em sinal de rendição. – Queria apenas te conhecer.

- No banheiro? – Minha voz é quase um sussurro, porém ele ouve.

- Você saiu correndo, tive que dar meu jeito. – Estando sem reação, fico apenas olhando-o e percebo que mais uma calcinha foi embora, mesmo com o medo presente, o tesão se sobrepõem. – Sou Enrico e você?

- Thaynara – Respondo no automático.

- Bem, ao menos para mim você disse o nome, para o velho babão não deu abertura. – Seu sorriso agora é mais amplo. – Confesso que achei que você era uma nova conquista, mas sua distância e profissionalismo a denunciaram.

- O senhor fica analisando todas as mulheres que vê em restaurantes ou lanchonetes? – Pergunto, tentando me recuperar do torpor causado pela densa atração entre nós.

- Não, apenas aquelas que decido levar para a minha cama.

            Arregalo os olhos com a audácia dele, porém, tenho que admitir que é admirável sua autoconfiança. Mas, não cheguei aos meus 28 anos virgem, dando abertura para cafajestes e afins.

- Eu não vou para a sua cama senhor Enrico. – Falo firme agora e o olho firme, deixando que a atração fique em segundo plano. – Também tem o hábito de tomar decisões pelos outros?

- Também não, apenas constato um fato. – Seus olhos se estreitam e me analisam descaradamente, fazendo meu clitóris pular em minha calcinha. Que diabos é isso? – Sabe por quê?

- Não tenho ideia. – Olho para meus pés constrangida e quando levanto a cabeça, ele está á minha frente, quase colado a mim. – O que está fazendo?

- Respondendo minha própria pergunta, o fato é que se eu erguer sua saia agora e encostar em sua boceta, sentirei seu núcleo totalmente encharcado e pulsando, pois sua boca fala o que quiser, mas os seus olhos me dizem a verdade.

            Quando dou por mim, estou no meio de um beijo avassalador, onde minha única reação é abrir a boca, dar passagem a sua língua e me deixar ser levada, sem me importar com o local em que estamos ou se vai entrar alguém. Sua boca toma a minha de forma calculadamente lenta, sua língua explora todos os cantos que alcança, fazendo com que minhas pernas fiquem bambas e para não cair, firmo a mão em seus ombros.

            Suas mãos ficam firmes, uma na minha lombar rente ao bumbum e a outra na minha nuca, fazendo com que eu fique totalmente a sua mercê. Depois do que parecem ser horas, seus lábios soltam os meus e seus olhos cheios de luxuria e desejo fixam os meus. E eu faço a única coisa que posso, corro dele como se minha vida dependesse disso.

- Você foi embora e deixou ele sozinho no banheiro sem olhar para trás? – Volto ao presente com a voz do Felipe.

- E o que você queria que eu fizesse, bicha dollface? – Dou de ombros.

- Fosse para a cama com ele e tirasse as teias de aranha daí, uai. – Fala como se fosse simples. – Eu sei que você não tem tabus, que só está virgem ainda por que não sentiu tesão por ninguém e se por ele você sentiu, qual o problema?

- Eu não sei, me apavorei.

- Tudo bem, é apavorante mesmo, pois, se só com as lembranças você ficou assim: - aponta um dedo para mim e percebo que minha pele está quente e que minha respiração está alterada. – Senti o fogo e o tesão daqui. Meu Deus mulher se entrega.

- Me entregar onde, ôh bicha desgovernada? – Fecho a cara para ele. – Se você não percebeu, eu não sei onde ele mora e muito menos quem é. – Solto um suspiro – além do mais, ele não demonstrou muita reciprocidade ontem, não.

- É eu vi mesmo, ele quase me decepou a cabeça por abraçar você, imagino que isso é realmente pouca reciprocidade. – Solta um de seus sorrisos debochados. – Ôh virgem da terceira idade – gesticula com as mãos em minha direção - o cara tá totalmente na sua – aponta o dedo indicador para minhas partes íntimas – então, aproveita! Além do mais, ele é amigo das suas meninas, certo?

- E vou chegar nelas e dizer: - faço sinal de aspas com os dedos – “meninas, eu quero deixar de ser virgem com o amigo de vocês, me apresenta a ele?”

- Seria um começo.

- Tá maluco homem de Deus? Eu não vou fazer nada, ele me chamou de safada, ou você não viu?

- O que eu vi, minha querida, foi um homem possesso de ciúmes e cheio de sensações inomináveis no horário presente. – Sorri de modo desavergonhado – fora que ele é o pedaço de pão, que caiu da mão de Jesus na santa ceia, né?

            Caio na gargalhada, pois meu amigo arruma cada uma, tiradas lá do âmago da sua imaginação. Levanto-me e pego minhas coisas.

- De onde você tira essas coisas? – Pergunto já na porta, sendo seguida por ele.

- Uma coisa aqui, outra ali. – Fala já apertando o botão para chamar o elevador. – Na verdade, vocês, mulheres desse grupo, estão muito bem servidas, um homem melhor que o outro. – Ergue o dedo indicador – Olavo, - outro dedo, - Enrico, - dedo, - Raphael, - dedo, - Bernardo, - dedo, - Rodrigo, - dedo, - Carlos.

- Quem é Carlos?

- O advogado.

- Hum sei, lembrei. – Sorrio ao constatar que meu amigo está totalmente certo. – O pior é que eu preciso concordar. – Olhamos um para o outro e caímos na gargalhada.

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