Um Tenente Para chamar de Meu
Um Tenente Para chamar de Meu
Por: Camila Nunes
Prólogo

Outro dia começava na minha rotina para o quartel, dividindo meu tempo entre meu filho e o trabalho. Passei pelos portões e cumprimentei meu amigo Érico, que estava de serviço na sentinela! Vi Klaus e Laura discutindo feio quando estava próximo ao estacionamento. Ela parece desesperada ao informá-lo sobre a gravidez, mas ele não reage nem fica empolgado.

— Como será, Klaus? Estou esperando um filho seu. O que planeja fazer a esse respeito?

— Agora faço-te uma pergunta? Como posso ter certeza de que este filho é meu? Você tem relações com a maioria dos soldados deste quartel, não tenho tanta certeza se este bebê é meu! — Laura o fita, indignada. Acerta-lhe um tapa e responde com raiva.

— Você é mesmo um imbecil! Esse é o seu filho, quer você queira ou não. Você já esqueceu que da última vez que fizemos sexo, você não usou camisinha? — Klaus ri enquanto a observa de cima a baixo e responde de braços cruzados.

— Laura, pare de mentir! Sempre uso preservativo, pois sei que não sou o único na sua vida. Não tenho a intenção de cometer um erro desses. Nem reconhecerei este filho como meu, pois não assumirei uma criança que não seja minha… 

— Você não se recorda, pois estava totalmente embriagado! Transamos sem camisinha, Klaus! — observava tudo desacreditada e começava a julgar mesmo que essa soldada tinha inveja de mim, para decidir até mesmo ter um filho dele só para me provocar. Klaus responde com um sorriso debochado e o que disse chega a me machucar.

— Ouve só, Laura? Já disse que não crio um filho que não é meu! Não se compare com Luísa, Arthur Kelvin é meu filho, mas também tive dúvidas no passado se era realmente meu. Sempre uso preservativo, mas, para ter certeza, fiz um teste de 'DNA' sem ela saber. Acidentes, claro, acontecem. Provavelmente a camisinha deve ter estourado, mas, neste caso com você, não seria tão descuidado! Procure o pai biológico do seu filho…  

Aquelas palavras, saindo da boca dele, doeram muito. Klaus havia sido cruel, jamais pensei que faria aquilo comigo. Ele desconfiava que Arthur não era seu filho? Como se eu tivesse pedido para engravidar desse cretino, não consegui-me conter e respondi me defendendo.

— Como se eu pedisse para engravidar de você! Ouvir isso da sua boca Klaus foi demais, dessa forma cada vez mais percebo o quão podre você consegue ser! — ao notar que eu estava ouvindo tudo ali em silêncio, ele tenta se justificar, me observando incrédulo.

— Luísa! Não foi isso que eu quis dizer, está vendo o que você causou Laura? Sempre me prejudicando com a mãe do meu filho.

— Tenho certeza do que ouvi! Não estou surda… Você realmente é um babaca, filha da puta! Sabe que, se eu tivesse escolha, não queria que você fosse o pai do Arthur? Fui uma otária de engravidar de um cara como você. Não a culpe por ser uma pessoa sem caráter e sem vergonha. — sinto tanta raiva dele que seguro as lágrimas para não desabar na frente dele, posso até chorar, mas não na sua presença me virei de imediato para sair dali.

— Ei, espera! Não está entendendo, Luísa. Nunca me arrependi do nosso filho. Deixe-me explicar melhor, por favor?! — Klaus segurou meu pulso para me impedir de me afastar, mas puxei meu braço com força e acertei um tapa nele, dizendo e apontando o dedo na sua cara.

— Não ouse! Não quero que você se aproxime mais de mim para contar outras mentiras. Desde que me envolvi com você, Klaus… Sabia que não era o homem certo para mim, você me dá nojo!

— Não se dirija a mim dessa forma! Sei que errei demais, mas estou mudando por sua causa. — respondi amargamente, dando um passo atrás.

— Pensa que eu desejava ficar grávida sendo tão jovem? Ainda por cima de um Tenente, o mais mulherengo desse quartel, saiba que não… No entanto, não me arrependo de ter tido meu filho, e você também não precisa se sentir culpado por isso. Aliás, nem tinha a intenção de te revelar qualquer coisa, mas, infelizmente, o seu amigo descobriu e me ameaçou. Se fosse por mim, nem teria conhecimento da existência do Arthur…

— Está me dizendo que me afastaria do meu filho? Se Cortez não tivesse descoberto, não acharia que seria muito cruel da sua parte? — soltei uma gargalhada sarcástica e respondi o encarando!

— Acredito que pouparia meu filho desse desgosto de ter você como pai dele, quem pensa que é, Klaus? Julgar que eu te daria o golpe da barriga?! Dessa vez você se superou ao me humilhar com um exame de DNA! E quanto a você, garota não se iluda mais com esse cara, é apenas um brinquedo que ele usa e abusa e quando enjoa te trata como uma verdadeira merda, porém se ele duvida deixe que faça o teste de paternidade. Assim esclarece todas as suas dúvidas, ah!? Além disso, Klaus não se intrometa mais na minha vida, pois eu não permito. Quero ficar longe de você.

— Não fala assim, sabe que o nosso relacionamento é diferente! Laura é só uma ficante, um passatempo. — balancei a cabeça, me recusando ao ouvir suas desculpas.

— Nossa história? Você é um total mentiroso, Klaus. Nunca houve nada entre nós dois. Sempre fui um brinquedo para você se divertir, saciar a fome e, em seguida, descartar em troca de outro. No entanto, quero que você saiba uma coisa! Mesmo que eu vivesse milhões de vidas, não te perdoaria pelo que você me fez… Só queria ter tido a sorte de conhecer o capitão William antes de você. Teria a certeza de que não estaria sozinha na pior fase da minha vida e isso é inesquecível. Agora me dá um tempo, preciso trabalhar!

Ele apenas me observa enquanto lhe dou as costas. Sinto meus olhos se enchendo de lágrimas. É doloroso amar alguém e ver essa pessoa destruir o que há de mais bonito. Mas não vou me enganar. Klaus demonstrou ser o tipo de homem que eu nunca quero como companheiro, apesar de ser o pai de meu filho!

Minha amiga Helena, teve um final feliz, entretanto existe uma diferença entre ele e Cortez, que era um homem completamente destruído por pessoas que amou. Já Klaus é um, galinha, por natureza e não se pode mudar algo que nasce assim.

Andava pelos corredores do quartel completamente, destruída pela decepção e tristeza. Precisava chegar à sala de administração. Tinha muita coisa para fazer e ocupar a cabeça me faria bem, pois, Helena até agora estava curtindo a licença maternidade com Cortez. Dobrei no corredor e cruzei com o Capitão William. Limpei o rosto para não parecer triste, mas ele percebeu e perguntou.

— Luísa, nossa, pensei que você passaria mais tempo nas suas férias! Você não parece bem? — disfarcei, passando a mão no nariz, e respondi, afastando o cabelo atrás da orelha.

— Não se preocupe, estou bem! Só descobri algo que era melhor não saber! Bom, preciso trabalhar… — ele respondeu, segurando meu ombro e me olhando preocupado.

— Você tem certeza? Se precisar desabafar, pode fazê-lo comigo. Vai te fazer bem e parece que você realmente precisa. Não fique com nada guardado, nunca é bom guardar mágoas e ressentimentos, e especialmente coisas ruins. Isso pode acabar afetando nosso estado mental!

Suspirei profundamente ao encarar William. Ele falava comigo tranquilamente, como se fosse um bom ouvinte, e demonstrava estar disposto a me ajudar no que precisasse. Aqueles seus olhos azuis me davam uma sensação de aconchego, não sabia explicar, era como um alívio, então acabei chorando e confessando.

— Acabei escutando coisas horríveis! Que nem uma mulher deveria ouvir, por favor me dê um abraço? Já me ajuda muito... 

— E claro! Seja qual for o problema, fique sabendo que estou aqui para o que você precisar. Não vou a lugar nenhum! — William me envolveu com seus braços fortes e musculosos. Não consegui conter as lágrimas. Klaus não tinha o direito de me ofender e, ainda por cima, falar aquela coisa tão íntima para uma subordinada. Com toda certeza, ela vai espalhar para todos no quartel amanhã ou hoje mesmo. Mais uma vez, ele conseguiu ser um cretino de primeira.

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