Capítulo-4- Sangue

Pov- Mirabel.

Mirabel- Eu olhava para aquelas ela sem saber o que fazer porque nunca tinha visto isso acontecer em toda minha vida, como ele teve coragem de fazer isso consigo mesmo? Eu neguei com a cabeça enquanto corria na sua direção e olhava para o seu corpo que estava caído de lado na cadeira da presidência, ele estava com os olhos abertos e olhava diretamente para o meu rosto quando me aproximei e olhei para sua barriga, um pequeno canivete estava travado ali e havia outros cortes pelos seus braços e principalmente pela barriga como se ele tivesse feito isso várias e várias vezes.

Olhei para o seu rosto quando ele simplesmente deixou que sua cabeça pudesse pender para o lado apoiando no meu ombro, sua mão ensanguentada veio para o meu rosto e fiz carinho perto do meu maxilar, isso fez com que eu pudesse fechar meus olhos enquanto pegava o paletó que ele havia tirado do corpo e pressionei sobre o ferimento olhando para todo aquele sangue que estava no chão, uma de suas mãos estava caída no chão e eu podia ver uma posto de sangue e isso fez com que  pudesse me assustar ainda mais.

Hillel- me perdoe, me deixe dizer o meu lado da história - eu neguei com a cabeça até porque tinha certeza absoluta de que nada de bom poderia acontecer se ele pudesse continuar falando, então respirei fundo ainda pressionando ferimento quando eu levantei a minha outra mão pegando o telefone que estava em cima da mesa, coloquei no meu ouvido e rezei para que alguém pudesse atender o mais depressa possível, coloquei justamente no número nos primeiros socorros, queria que pelo menos uma ambulância poder chegar mais depressa possível na empresa.

Ligação On:

Mirabel - alô por favor, preciso de uma ambulância e de primeiros socorros o mais depressa possível na nova empresa Santorini, o presidente acabou tentando se matar ele está sangrando muito, por favor Será que alguém pode vir o mais depressa possível?- eu perguntei para a enfermeira que atendeu o telefone porque queria que ela pudesse vir o mais depressa possível.

Enfermeira- já recolhemos o endereço, por favor continue pressionando o ferimento até que nós possamos chegar para que possa dar tempo de fazer uma leve cirurgia até que ele possa ser transferido para um hospital já estamos a caminho já tem uma ambulância aí por perto, por favor espera dentro da sala da presidência e não se desespere para não fazer nenhum tipo de alarde, isso pode fazer mal para ele - Então ela desligou antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa O que foi completamente assustador porque eu não fazia a menor ideia do que poderia estar passando pela cabeça dele.

Ligação Off:

Hillel - eu fui enganado - ele ainda estava com a cabeça no meu ombro então simplesmente fiquei em silêncio deixando que ele pudesse falar, pressionei o ferimento ou mais forte que podia para que o sangue não pudesse continuar jorrando mas era meio impossível, meu corpo já estava basicamente todo cheio de sangue e minhas mãos estavam tremendo muito - Eu juro que jamais teria feito aquilo para você - sua outra mão tocou no meu rosto novamente e logo em seguida pude sentir que ele estava quase fechando os olhos fazendo com que eu pudesse me sentir mais desesperada ainda.

Mirabel- se você fizer isso de novo, eu juro que vou te colocar na cadeia - rosnei fazendo com que ele pudesse abrir seus olhos novamente e olhar para mim, era completamente desesperado ver o que ele fez e por isso eu estava completamente apavorada Não podia simplesmente ficar pensando muitas coisas mas aquele ferimento poderia estar doendo muito e ainda assim ele estava agindo como se já estivesse acostumado, meus olhos estavam completamente banhados em lágrimas porque mesmo que houvesse dito aquelas palavras, eu jamais iria querer que ele pudesse fazer isso - por que fez isso? Por que?

Hillel- porque eu quero seu perdão - ele estava falando tão baixo aqui estava me dando muito medo, estava com medo de uma hora para outra e acabar morrendo na minha frente e o pior é que eu não sabia o que fazer com Maribel depois disso, porque eu tinha certeza absoluta de que ela vai crescer ele vai perguntar do pai, não quero que ela possa acreditar que eu sou uma assassina - me perdoe - antes que eu pudesse abrir a boca para responder, os paramédicos acabaram entrando na sala fazendo com que eu pudesse me sentir mais aliviada.

Paramédico 1- por favor senhorita continue pressionando ferimento até que nós possamos terminar de arrumar as coisas para começar o atendimento dos primeiros socorros - eu afirmei com a cabeça mas estava sendo difícil porque ele ainda estava com a cabeça no meu pescoço mas o seu corpo estava pesando muito, ele parecia que estava muito mais pesado do que antes, como se estivesse na academia o tempo todo. - aqui - quando ele se aproximou junto com outros dois paramédicos, eu me afastei mais depressa que podia para que eles pudessem começar os primeiros socorros, então pela primeira vez eu olhei para frente vendo um espelho que refletia a cidade olhei para mim mesma vendo o meu rosto e o meu corpo completamente cheios de sangue quando olhei para mim mesma chorando por medo.

Paramédico 2- senhorita Fernandes - ele me chamou fazendo com que eu pudesse olhar nos seus olhos e os outros dois ainda estavam fazendo a cirurgia em Hillel - Vamos cuidar dele, Será que a senhorita pode enviar uma mensagem para a família contando o que está acontecendo e dizendo que vamos enviar ele para o hospital principal do centro da cidade? - eu afirmei com a cabeça então eu corri para o lado de fora entrando na minha sala novamente, respirei fundo e sentado na cadeira e logo encontrei o e-mail da família Santorini, escreveu que realmente aconteceu e que ele tentou se matar e que os paramédicos estavam cuidando dele e também o endereço do Hospital, mas também logo em seguida eu simplesmente desliguei o computador porque não iria adiantar muito ficar trabalhando agora, eu tenho certeza absoluta de que isso não iria adorar e também faltava cerca de Quase 10 minutos para que eu pudesse ir embora, quando eu voltei para sala da presidência Eles já estavam colocando em uma maca e trazendo para o lado de fora, afirmaram com a cabeça na minha direção e logo em seguida entraram dentro do elevador de serviço.

Peguei a minha bolsa olhando para meu corpo completamente cheio de sangue, eu teria que passar em casa o mais depressa que podia parar conseguir trocar de roupa e voltar para buscar Maribel na escola primária , não é só porque ele tentou suicídio que vou perdoá-lo pelo que fez, não sou idiota suficiente para cair nesse tipo de golpe mas eu me senti culpada, porque foi eu quem disse aquelas palavras para ele mas ainda assim eu não vou perdoá-lo, seria fácil demais.

Eu entrei no elevador do serviço quando percebi que ele estava livre Então fiquei cinco minutos tentando olhar para meu reflexo vendo que estava sujo o suficiente para que as pessoas na rua pudesse olhar para mim então peguei a blusa de frio que havia trazido junto comigo porque já estávamos começando entrar no solstício de inverno o que é quando começa a colheita das uvas, mas ainda assim não era frio porém coloquei no meu corpo do mesmo jeito para cobrir as manchas de sangue, quando levantei meus olhos olhando para o reflexo pude perceber que meu corpo não estava cheio de sangue como antes, a blusa acabou cobrindo tudo então  teria tempo suficiente para pegar minha filha e ir para casa.

Demorei cerca de Quase 10 minutos até que eu pudesse chegar na frente da escola primária, minhas mãos ainda estavam sujas mas ainda assim as pessoas não estavam olhando diretamente para mim e sim para as crianças, minha filha veio correndo mas ao seu lado estava uma criança, um menino loiro de olhos azuis mas parecia ter a mesma idade que ela.

Maribel - Oi mamãe, Esse é meu amiguinho - olhei para o menino que sorriu para mim -

Lucas.

Mirabel- Oi Lucas - ele sorriu mostrando uma fileira de dentes branquinhos e pequenos e eu deixei um sorriso aparecer quando ouvi uma voz atrás de mim falando o meu nome o que é completamente estranho porque eu não conhecia muitas pessoas aqui.

XXX- Mirabel Fernandes?- Olhei para trás vendo uma mulher morena e alta ela olhou para mim o que parecia ser gentileza aí Piedade e eu não fazia a menor ideia Se isso era uma coisa muito boa porque não gostava que as pessoas pudessem sentir pena e piedade de mim - o meu nome é Karina Santorini - Então ela olhou para Maribel que estava agarrada em minhas pernas mas suas mãozinhas estavam dadas junto com Lucas - parece que você fez uma nova amiguinha não é mesmo meu menino?- Lucas afirmou com a cabeça sorrindo para a própria mãe - essa menina, ela tem 2 anos de idade não é mesmo?

Mirabel- vamos Maribel - antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa a minha filha abraçou o menino e logo em seguida acabei saindo puxando suas mãos, andei apressada pelas ruas deixando aquela mulher para trás porque não queria falar com ninguém que fazia parte dessa família, eles tendem a serem os reis do mundo e eu não queria ser culpada principalmente pelo que aconteceu com aquele cara, se bem que foram as minhas palavras que o colocou em uma mesa cirúrgica no hospital.

Maribel- a senhora vai me dar um suco de uvinha ?- Ela perguntou assim que nós chegamos perto do prédio onde nós estávamos morando, então suspirei olhando para seu rosto deixando um sorriso aparecer, me esforcei ao máximo para aparecer ser um sorriso de verdade e não com sorriso forçado ao qual estava sendo obrigada a mostrar agora.

Mirabel- sim meu bem, eu vou te dar um pedaço de bolo bem grande e um copo de suco de uva - ela estava saltitante enquanto ficava feliz com a resposta que de, então subimos a escadaria chegando no nosso apartamento, preparei tudo que ela precisava para comer e logo coloquei na mesinha de centro Para que pudesse comer enquanto assiste os seus desenhos, logo depois corri para o banheiro tirando a roupa ensanguentada do meu corpo e entrando debaixo da água, precisava tirar do meu corpo o sangue daquele homem para que não pudesse me sentir culpada do que aconteceu, mas as lembranças do seu sangue quente nas minhas mãos, seu corpo desfalecido ao meu lado fez com que pudesse tremer debaixo da água - não pode ter sido a minha culpa - eu falei para mim mesma olhando para o ralo do banheiro vendo o sangue escorrendo junto com a água que estava passando pelo meu corpo, fechei meus olhos durante alguns segundos olhando meus cabelos e meu rosto, tudo isso vai passar e ele vai ficar bem, vamos continuar trabalhando na empresa e fingir que nada daquilo aconteceu, ou nesse exato momento eu vou começar a m****r o meu currículo para trabalhar em qualquer outra empresa, eu só preciso de um lugar onde eu possa cuidar da minha filha sem ser suficiente para acreditar que nunca mais vou ver Hillel Santorini na minha vida, eu só não queria que ele pudesse se aproximar da minha filha e souber da sua existência, tudo vai dar certo no final das contas, tem que dar.

Depois de tomar um banho eu coloquei uma calça de moletom porque o vento já estava começando a soprar frio do lado de fora, uma camiseta e um par de meias nos pés e logo em seguida fiz exatamente a mesma coisa com Maribel quando percebi que já havia terminado de tomar o seu café da manhã e estava pronta para dormir, Ainda é muito cedo para que ela pudesse realmente pegar no sono mas ela gostava de deitar no sofá e ficar assistindo desenho até que pudesse cair no sono, eu me sentei no sofá suspirando de alívio quando ela começou assistir Bob esponja e eu finalmente apoiei as minhas costas no sofá olhando para o teto.

Fiquei assim durante alguns minutos mas era impossível de conseguir dormir, eu olhei para o lado percebendo que minha filha ainda estava acordada e assistindo seu desenho, acho que estava tão animada porque finalmente arrumou um amigo que ela não via a maldade em ninguém, nunca pensei que durante tanto tempo na minha vida fugindo da família Santorini , Maribel pudesse simplesmente arrumar amizade com um deles, com o próprio primo e não pudesse saber disso, mas ainda assim eu estava fazendo pelo bem dela, Maribel não pode saber disso e também não pode saber que aquele homem é seu pai biológico, enquanto estivermos longe daquela família vamos estar seguras.

Maribel- mamãe, eu não tenho papai?...

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