Capítulo 5

O silêncio paira, indicando que o ponto de metro está vazio, não me surpreendo pós já é muito tarde para se estar na rua. Tudo que posso ouvir é a minha ofegancia e o som da respiração do homem a minha trás.

"Tem algo que me pertence, e eu exijo que me devolva." digo num tom firme, e tento de todos os modos não demonstrar o medo que se apodera do meu corpo.

"E por isto está me seguindo? Por causa de uma bolsa que se quer contia uma boa quantia?." ele diz e se ri.

"Pode até não ter valido muito para o senhor, mas para mim valia." digo e desfiro um chute no meio das suas pernas.

Imobilizado o homem solta o canivete e leva a atenção a ele.

"Desgraçada." rosna.

"Quem está no comando agora?." digo vitoriosa com o canivete apontado em seu rosto.

"Eu joguei a bolsa fora." disse gemendo de dor.

"Devolva o meu dinheiro." digo entre os dentes e perfuro levemente a sua pele facial.

"Está tudo bem, não me machuque." pede." Pegue no meu bolso." adiciona.

Olho para ele pela última vez e quando ergo a mão até o seu bolso o homem a segura e a coloca para trás das minhas costas.

"Regra número um, jamais confie num assaltante. Agora quem está no controle princesa?." ele susura ao pé do meu ouvido e desliza a língua no meu pescoço.

"Me solta." grito em movimentos bruscos.

"Irá parar de se meter no meu trabalho?." 

"Chama aquilo de trabalho?." rio e tento me soltar.

"Claro, isto é descriminação sabia?." disse com sarcasmo.

"Não tarda e um novo metro irá chegar e eu juro que nesse momento irei denúncia-lò."

"Por favor senhorita, eu posso mata-lá agora mesmo e abandonar o seu corpo."

"Se quisesse me matar já teria o feito há muito tempo." 

"A senhorita não me conhece, agradeça que estou de bom humor, se não eu já teria lhe cortado a língua." ele diz e me solta" A propósito, acho que devia se valorizar mais, acha que o dinheiro que lhe roubei vale mais que a sua vida?." ele diz sorrindo torto antes de me dar as costas e começar por caminhar.

"Imbecil." grito massageando o meu pulso.

"Não tem de quê princesa!." ele pisca para mim e prossegue com os passos.

Quando penso em segui-lò novamente o outro metro chega. Olho novamente para direção do homem e os meus olhos não o encontram, ele havia desaparecido.

Confusa entro no metro e a porta a minha frente se fecha.

Não demoro a chegar no clube embora esteja atrasada pela pequena paragem que dei para seguir aquele homem, dentro de minutos já estava na frente do prédio.

Suspiro antes de caminhar em direção a porta de entrada. Já posso escutar os seus sermões mesmo antes de entrar.

Úrsula irá grita comigo.

Assim que entro no camarim me deparo com algumas garotas se arrumando e neste instante uma das mesmas se pronuncia.

"A Úrsula deu as ordens para que fosse até o seu escritório antes de se arrumar." uma das garotas diz e não hesito em dar a volta até o escritório da mesma.

Meu coração acelera mais do que o normal. Eu sei que não devia me preocupar com isto, mas não saberia o que fazer se a mesma reclamasse pelo meu atraso diário, e provavelmente ameaça os meus irmãos.

Nervosa bato na porta a minha frente e não tardo a escutar a sua autorização para minha entrada.

"Mandou me chamar?." questiono parada em frente a porta.

"Outra vez chegou atrasada?." ela diz séria.

"Me desculpe eu juro que isto não...."

"Poupe as suas desculpas, não é para isto que a chamei até aqui." disse se levantando da cadeira." Fez um ótimo trabalho ontem, graças a você o cliente virá para o clube com frequência, e irá indica-lò aos seus sócios." ela diz com um sorriso entre os lábios enquanto caminha na minha direção." Mais há uma condição para isto." suspira e para a minha frente." Estará disponível quando ele precisar dos seus serviços, e irá satisfaze-lò toda vez que ele a solicitar." ela diz e sorri com deboche.

Enquanto a mesma diz as palavras que estou impedida de contrária, as lembranças do ocorrido de ontem invadem a minha cabeça, e sinto vontade de vomitar. Eu sei que como uma prostituta não devo ter náuseas pelo trabalho que faço, mas não posso evitar, por isto dizem que sou diferente das outras. Não foi a primeira vez que me deitei com um velho, pelo contrário, já estive com vários, mais penso que estou farta de fazê-lo.

"Como quiser senhora." é tudo que digo com a cabeça erguida.

"Gosto quando é assim, obediente." ela diz entre gargalhadas e da leves espalmadas na minha bochecha.

As vezes tenho vontade de enforca-là e fugir do país, mas não posso, pelos meus irmãos.

"Pelo bom comportamento e por ter feito um ótimo trabalho ontem, hoje poderá apenas entreter os homens no palco, as outras meninas iram se encarregar de satisfaze-lòs." ela me dá as costas e caminha até sua mesa.

"Com licença." digo prestes a me retirar.

"Espere!." ela me para enquanto abre uma das gavetas.

Úrsula me dá as costas e assim que fecha a gaveta novamente se vira para minha direção e os meus olhos encontram um rolo de dólares na sua mão.

"Compre roupas novas, precisa estar bonita, e use alguma parte do dinheiro para comprar alguns brinquedos para os seus irmãos. A propósito como eles estão?." me surpreende que ela esteja perguntando por eles.

"Eles estão bem, e obrigada senhora." digo e recebo o dinheiro.

"É tudo, ja pode se retirar." disse com a sua pose de superioridade e logo volta a se sentar.

Sem me pronunciar caminho em direção a porta e de imediato me retiro.

Úrsula me fez jurar que jamais mencionaria a noite que a vi assassinar os meus país.

E depois de anos essa é a primeira vez que recebo algum dinheiro da sua parte. Úrsula não me paga como paga as outras garotas. O dinheiro que consigo para sustentar os meus irmãos é sempre alguma gorjeta que os clientes que se deitam comigo me oferecem. Tudo que a Úrsula faz é pagar as contas da casa e quem sabe talvez comprar alguma comida, mais isso não acontece com frequência, ela sempre me diz que o dinheiro do meu salário é o que ela usa para pagar as contas da casa.

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