Capítulo 2

O som rígido e persistente do despertador adentra em meus ouvidos e, faz com que eu me desperte de imediato.

Adoraria passar o dia na cama me espreguiçando, mas isso não é possível.

Retiro o lençol sobre o meu corpo, me colocando de pé e cautelosamente caminho em direção ao banheiro. Ainda me encontro desnorteada como quem não está satisfeita com o dia. Não sei o que é ter uma boa noite de sono desde os meus catorze anos, bem, dizem que só valorizamos as coisas quando já não as temos.

A água fria percorre pela minha pele, arrepiando o meu pelo, e neste instante um grito escapa da minha boca me afastando de imediato do chuveiro.

Agora me encontro totalmente acordada, a água fria tratou disso, e isto acontece todas as manhãs.

Suspiro fustrada e sem opções volto a me colocar por debaixo do chuveiro. Em murmúrios termino o banho e rapidamente me enrolo na toalha. Penteio os meus cabelos enquanto me encarro na frente do espelho, e logo em seguida caminho em direção ao guarda roupas para pegar o meu vestido ombro a ombro estampado por girassóis.

Apreensiva me visto e assim que término me retiro do quarto.

"Miguelito, Pedrito, está na hora de se levantarem, não quero que se atrasem ao colégio outra vez." grito enquanto passo pelo corredor do quarto de ambos." Vou preparar o café, lhes do apenas cinco minutos." adiciono caminhando em direção a cozinha.

Preparo sanduíche como o de costume. Isto é tudo que podemos comer até que eu trabalhe o resto da noite, só assim podemos comer alguma comida diferente. As coisas eram mais fáceis quando os meus pais estavam por perto.

Uso o liquidificador e preparo um suco verde e rapidamente não tardo a ver os meus dois irmão prontos.

"Odeio o café da manhã." pedro resmunga e se senta.

"Eu prometo que amanhã irei preparar uma coisa diferente." digo para anima-lo.

"Bom dia Dayane." miguel me cumprimenta e me agacho para que os seus lábios alcancem a minha bochecha. Ele é o mais calmo, ao contrário do Pedro.

"Fizeram os deveres de casa?." questiono e bebo um gole do suco.

"Sim." ambos respondem em uníssono.

"Não se esqueceram de nada?." tento me certificar.

"Eu não." disse o miguel.

"Eu também não." disse o pedro em seguida.

"Por favor Pedro não arrume encrenca hoje, e Miguel, fique de olho no seu irmão." digo.

"O que pretende?, Fazer com que a escola inteira se ria de mim? Não vou deixar que um nérde se aproxime de mim." pedro diz em negação.

"Não fale assim do seu irmão." é tudo que digo.

"Está tudo bem Dayane." miguel diz e me mostra o seu sorriso doce.

"Acho melhor se apressarem não quero que percam o ônibus." arrumo a minha bolsa.

Aguardo ambos que não tardam a tomar o café e assim que terminam tranco a porta do prédio, e caminhamos em direção a rua de ponto. Aguardo os meus irmãos entrarem no ônibus escolar e assim que me certifico, chamo por um táxi.

Estou meia hora atrasada sem dúvidas que a Úrsula irá berrar.

Quando chego ao clube pago o taxista e me retiro do carro. Caminho com cautela em direção a porta de entrada enquanto fecho a minha bolsa, e neste instante ouço gritos.

"Por favor alguém me ajude, este homem acaba de me roubar, não o deixem escapar!." a pobre idosa grita euforica e vejo um homem correndo desesperado na minha direção. Olho para o homem que aparenta ter uns vinte e cinco anos, com uma bolsa em seu ombro e um canivete na mão. Seus cabelos são longos, olho para o seu rosto e mal posso acreditar que ele seja capaz disto. Nota-se que o homem está nervoso, mais ele aparenta ser um profissional.

Na tentativa de para-lò, tento lhe tirar a bolsa em um movimento falho, pós no mesmo instante o homem cai sobre mim e sinto o peso do seu corpo em cima do meu.

"Não devias se meter aonde não deves princesa!." o homem diz num tom tranquilo, e sorri torto. Seu olhar me imobiliza, e as palavras não saíem da minha boca, observo o seu rosto e, os meus olhos paralisam nos seus lábios, e nos seus traços surreais, naquele mesmo instante meus olhos encontram os seus braços fortes, suas mãos grandes e os seus dedos longos.

Balanço a minha cabeça na tentativa de espantar os meus pensamentos, quando por deslize a minha mente é tomada por pensamentos inapropriados, e o calor entre as minhas pernas se torna intenso.

O homem se levanta apreensivo e desata a correr.

"Está tudo bem senhorita?." a idosa que gritava há alguns segundos atrás questiona preocupada.

"Sim, eu..eu estou bem." digo e a mesma me ajuda a se levantar.

"Eu lamento senhorita! Por minha culpa o homem acaba de roubar a sua bolsa." a idosa diz cabisbaixa, com a cabeça erguida, e só neste instante me apercebo que estou sem a minha bolsa.

Desgraçado.

"Não se preocupe senhora, está tudo bem, lhe asseguro que iremos recuperar as nossas bolsas, basta prestar queixa." digo e seguro nas suas mãos.

A multidão fica imensa, e acho engraçado por ninguém ter nos ajudado quando realmente precisávamos.

"Dayane?." meu nome é citado por uma voz feminina, e os meus olhos a encontram de imediato." Por quê está neste estado?, além de chegar atrasada está suja." Úrsula questiona num tom de repugnância.

"Houve um assalto agora pouco." me justifico.

"Tentou bancar de heroína?."

"Estava apenas tentando ajudar a está pobre idosa." acrescento.

"Por acaso está idosa irá da-la um novo emprego quando perder este?." ela diz e me deixa sem palavras.

"Me desculpe senhorita eu..."

"Fique tranquila senhora." tento tranquiliza-lá.

Pobre idosa.

"Entre agora mesmo e se troque, trate de ficar impecável." Úrsula adiciona antes de dar as costas para a multidão e se retirar.

"A senhora tem algum dinheiro para o ônibus?." pergunto para idosa.

"Não minha querida eu.."

"Por favor, alguém poderia dar algum dinheiro para o táxi a senhora?." pergunto para a multidão e recebo o silêncio.

"Eu posso ajudar." um homem se oferece e surge entre a multidão.

"Obrigada senhor." digo com gratidão.

Aguardo a pobre idosa entrar no táxi e de seguida entro no clube. O local está calmo pós não há nenhum cliente, e o volume da música está baixo.

"Como sempre se acha a rainha deste lugar." natasha diz assim que me vê.

"E ela não é?." samantha diz e para ao meu lado com as mãos sobre os meus ombros." O que foi natasha? Quando irá aceitar que todos prefiram a ela?."

"Cale a boca vagabunda!" natasha rosna entre os dentes, totalmente alterada.

"Não sou a única vadia aqui, ou já se esqueceu?." samantha diz num tom de deboche.

"É uma incompétente, como sempre precisa que a defendam, não serve para nada Dayane."

"É uma pena que pense desta forma, e para apenas recordá-la, nada do que diz, é o mesmo que os clientes dizem." digo antes de da-la as costas e me retirar a passos largos.

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