3- Entregando o filho ao pai

Alice respira fundo e toca a campainha. Ao longe se ouve passos se aproximando rapidamente. Um homem alto, loiro de olhos cor de avelã abre a porta. Ela sente um arrepio quando olha para ele e ao mesmo tempo fica fascinada pelos seus traços perfeitamente esculpidos. Porém, quando ele vê Alice ali parada o encarando quase de boca aberta, fica furioso:

-Quem é você? Como te deixaram entrar no condomínio? Pago por segurança e primeiro meu filho some e depois alguém que não conheço b**e em minha porta.

Alice dá um passo pra trás com medo do que ele possa fazer e se arrependeu de ter um coração bom e querer ajudar o garoto. Ela suspira e depois toma coragem de falar.

- Desculpe incomodá-lo, senhor. Eu encontrei um garoto que disse morar aqui e o trouxe. – Falando isso ela tira João Pedro de trás dela.

O homem olha para o garoto e o abraça com tanta força que o garoto parece sufocar. Enche ele de beijos e o pega no colo. 

- Eu estava louco atrás de você! Ainda bem que você está aqui. Você está bem?

- Sim, pai, estou bem. A moça aí me encontrou e cuidou de mim.

Depois de mais alguns abraços e beijos o homem finalmente resolveu largar o garoto de seu abraço e simplesmente o segurou pela mão. A primeira impressão que causou um pouco de medo em Alice se transformou em dever cumprido.

-Acho que te devo um pedido de desculpas, não é? – Ele falou com cara de arrependido, olhando pela primeira vez para Alice. - Desculpa, te tratei tão mal. Eu deveria te agradecer por trazer meu filho de volta.

-Você não precisa agradecer. Ele é uma criança adorável, eu quis ajudá-lo.

- Se não fosse você eu ainda estaria desesperado para encontrá-lo. Obrigado. Quer entrar e tomar um café? É o mínimo que eu poderia fazer por você. Ah, esqueci sou Arthur Starck!

- Alice Miller, prazer em conhecê-lo, senhor Starck. Infelizmente não posso ficar, tenho que encontrar um lugar para passar a noite. - Ela disse enquanto erguia a mala para mostrar- Por falar nisso, você conhece algum lugar? De preferência que eu não vá gastar todas as minhas economias por uma noite.

-Entre, eu posso ajudá-la com isso. É o mínimo que posso fazer.

Ao entrar na casa Alice arregala os olhos e olha tudo com atenção e admiração. As escadas que levam ao segundo andar parecem ter sido feitas de ouro, o sofá muito mais confortável do que a cama que dormia na sua antiga casa, sem falar que a casa parece ser muito maior do que vista por fora.

- Desculpa estar olhando para tudo assim, acontece que só vi casas assim em filmes e novelas. – Disse Alice envergonhada e ao mesmo tempo curiosa com tanto luxo.

- Fique à vontade. Vou pedir para a empregada dar um banho em João Pedro enquanto combinamos a sua estadia. -Disse Arthur sorrindo e subindo as escadas.

Alice ficou sozinha por alguns minutos e aproveitou para olhar mais algumas coisas da casa luxuosa. No canto da sala, um piano de calda chama sua atenção e no móvel atrás dele algumas fotos em molduras douradas. Ela olha cada uma delas e reconhece Arthur e João Pedro. Logo depara com a foto de uma mulher loira de olhos azuis muito bonita e pensa: 

-Deve ser a mãe de João Pedro. Mas, ninguém tocou no nome dela ainda.

Um celular começa a tocar e Alice percebe que é o seu, mas como a tela está um pouco quebrada não dá para identificar quem está querendo falar com ela. Ela espera um pouco e decide atender.

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