Capítulo 2.1

— Não queria me pegar? Aqui estou! Você mexeu com a pessoa errada, querido Nikolay, o policial do momento. — Recebo um soco no maxilar que me faz gemer.

— Faça o que quiser comigo só deixe minha esposa ir embora. — Suplico sem nenhuma vergonha, pois faria qualquer coisa por ela.

— Não teria graça se as coisas fossem assim, não é mesmo? Eu perdi muito mais do que 15 homens há um ano atrás, você só perderá sua esposa. — Desfere tapas pesados em meu rosto.

— Mate-me, ela não tem nada a ver com o meu trabalho, é apenas uma mulher inocente, eu farei o que quiser, mas deixe-a ir. — Tento ao máximo convencê-lo.

— Não, eu não nasci para ser bondoso. — Desfere um soco em minhas costelas fazendo o ar dos meus pulmões faltarem. — Deveria ter pensado antes de mexer comigo e com os meus homens, foi avisado, mas ignorou o aviso.

Com um movimento rápido chama alguns de seus homens com pressa.

— Podem levá-los. — Ordena.

— Não, Nikolay, não... — Lana grita se debatendo. — Por favor.

— Ela não, Jacob, eu faço tudo o que quiser, eu trabalho para você, entrego meu distintivo, apago todas as informações que tenho, mas deixe-a. — Imploro vendo minha mulher ser arrastada pelo chão como um objeto qualquer enquanto seus braços estão acorrentados.

— Tarde demais. — Ele gargalha friamente.

Da mesma maneira me levam para uma outra sala fazendo com que eu me ajoelhe diante de Lana que se encontra assustada, trêmula, completamente perdida e desesperada, encosto minha testa na dela dando um suave beijo em seu rosto.

— Perdão, meu amor. — Deixo as lágrimas escorrer pelo meu rosto. — Perdão.

Suplico aos céus que alguém sinta a nossa falta e venha ao nosso encontro, mas quem seria?

Ninguém sabe onde estamos e Brendo e Bernardo já não podem ser considerados uma opção, muito pelo contrário, eles entregaram minha mulher para Jacob, foram eles e isso faz o ódio me dominar.

— Durval, eu te amo, sempre vou te amar. — Ela sussurra entre lágrimas.

Esfrego meu rosto no seu, sentindo seu cheiro doce misturado a sangue seco, deixo um beijo em seus lábios quando sinto meus cabelos serem puxados com força me separando dela com brutalidade. Minhas mãos são algemadas em um ferro, me impedindo de chegar até ela.

— Brendo e Bernardo, façam o serviço final como combinado diante dos olhos desse homem que tentou nos atingir. — Diz com desdém saindo da sala.

— Por que fizeram isso? — Pergunto indignado.

— Você estava ameaçando nossa carreira como policiais, além do nosso serviço extra. Achou mesmo que se tudo saísse do nosso controle e pegassem Jacob, nós sairíamos impune? É claro que não, Diones mandou você ficar longe, mas você insistiu em continuar.

— Diones, também sabe? — Pergunto incrédulo.

— É claro, ele está acima de nós aqui dentro, é praticamente um subchefe. — Diz rindo.

— Oh meu Deus... — Lana chora copiosamente.

— Calada vadia. — Eles chutam seu estômago a fazendo gemer e tossir de dor.

— Não toquem nela. — Grito puxando minhas mãos sentindo meus punhos serem pressionados pelas algemas.

— Fique quietinho aí enquanto aproveito o belíssimo corpo da sua esposa. — Brendo diz cobiçando-a com os olhos.

— Eu sempre tive curiosidade de saber como é estar dentro dela. Olha esse corpo, é uma verdadeira perfeição. — Bernardo puxa sua saia a rasgando.

— Não! — Lana grita se debatendo tentando chutá-lo.

— Lana! — Grito seu nome puxando minhas mãos.

Quero me soltar, preciso me soltar, eles não podem machucá-la a tal ponto, ela é inocente.

— Ela é inocente. — Grito em desespero.

Brendo rasga sua roupa enquanto desfere tapas pesados em seu corpo a fazendo gritar em desespero e dor, sem piedade segura seu pequeno corpo com força o forçando contra o chão sujo apertando seus seios com força até marcá-los.

— Fique paradinha ou vai doer muito. — Eles riem.

— Parem... parem... façam o que quiserem comigo, mas não toquem nela. — Grito e recebo um chute no maxilar que por pouco não se quebra.

Não importa o quanto eu grite, implore ou tente me soltar, nada está a meu favor.

Eles a machucam sem piedade, investem em minha mulher como uma boneca de pano, seu corpo pequeno se desfaz com seus gritos de dor e agonia diante dos meus olhos. As lágrimas escorrem de seus olhos enquanto ela tenta com todas as suas forças se soltar das mãos deles, mas eles a enforcam obrigando ela a ficar parada.

Ver aquilo diante dos meus olhos me despedaça, acaba comigo. E sou obrigado a assisti-la sem poder me soltar das algemas que me prendem.

Assistir aquele ato horrível diante dos meus olhos acaba comigo, ver minha mulher, minha amada, minha única e preciosa menina sendo estuprada diante dos meus olhos.

Eles batem em seu rosto e cabeça, enquanto investem em sua intimidade de todas as maneiras possíveis a machucando sem piedade.

***

Acordo sentindo algo pinicar meu corpo, meu olho esquerdo dói assim como cada parte do meu corpo, toco meu rosto sentindo o sangue seco e a ferida profunda ali.

Tento abrir o olho, mas sou forçado a fechá-lo pela a dor intensa que sinto, algo pesado e gelado está sobre mim me sufocando.

Resmungo tentando me mexer, mas era difícil. Era difícil com a dor latente em meu corpo, ainda mais com algo me impedindo de levantar. Com muito custo abro o olho direito e me assusto ao ver Lana pálida e gelada diante dos meus olhos.

Seu corpo está depositado milimetricamente em meus braços, seus cabelos negros se espalham pelo meu peito como se ela estivesse dormindo serenamente, mas seus lábios arroxeados, sua pele fria e pálida, seus olhos entreabertos opacos e sem vida me fazem perceber que não foi um pesadelo. A realidade recobra minha mente e um grito de dor rompe minha garganta.

— Nããããão... — As lágrimas escorrem copiosamente pelo meu rosto enquanto acaricio seus cabelos.

Seguro seu corpo em meus braços a apertando com força, encosto minha testa na sua.

— Não, meu amor... — Acaricio seu rosto. — Não.

Tenho vontade de continuar gritando para liberar essa dor na minha alma, mas não tenho energia, só consigo balançar meu corpo para frente e para trás a apertando contra meu peito.

— Lana... — Sussurro seu nome incontáveis vezes, mas nada faz com que ela acorde.

Nada, não importa o quanto a chame ou acaricie seus cabelos, ela não me olha com seus lindos olhos azuis celeste cheios de vida. Não responde ao meu chamado e nem mesmo briga comigo com sua voz brava e mandona.

Por incontáveis horas fiquei ajoelhado no quintal dos fundos da nossa casa — onde fomos deixados — abraçando aquele corpo sem vida enquanto lamentava e chorava todas as minhas dores me culpando pela morte da minha mulher.

Sim, eles fizeram questão de me jogar no quintal da minha casa junto a seu corpo sem vida.

— Eu prometo que vingarei sua morte. — Sussurro próximo ao seu ouvido sendo forte o suficiente para segurá-la em meus braços e caminhar até meu carro.

— Com certeza vingarei. — Aperto meus braços em volta do seu corpo rígido.

Sabendo que teria que explicar todo o ocorrido para as pessoas à minha volta e principalmente a Diones, o meu chefe traidor, crio meus próprios meios de vingança e simulo um acidente de carro, pois nada que eu invente justificará tantas lesões de diferentes tipos em seu corpo.

Por mais que me despedace, friamente simulo um acidente de carro e ateio fogo, vendo tudo se desfazer diante dos meus olhos. Apesar da imensa dor que sinto e da grande vontade de lhe dar um enterro digno, isso não caberia a mim, mas a sua vingança sim, essa é inteiramente minha.

Sendo policial as histórias que invento depois do inesperado acidente caem como luva aos ouvidos dos meus "amigos" que dizem ser a justiça da cidade e do país.

Encobri qualquer rastro que leve os policiais a Jacob Smith antes de mim, pois eu o mataria com minhas próprias mãos, sem nenhuma piedade, além de Brendo, Bernardo e Diones.

Eu com certeza os matarei lenta e friamente, pois o pequeno resquício de sanidade que eu tinha em mim, foi queimado junto ao corpo da minha esposa.

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