Capítulo 8

Theo James

— Ahh meus Deus querido, não sabíamos que você estava as cegas – diz minha mãe preocupada.

— Eu só não consigo acreditar o porquê de vocês fazerem isso comigo, a mãe da Alessa não duvidava que faria isso, mas vocês por que? – pergunto querendo respostas.

— Isso tudo é culpa do seu pai querido, por mim cuidaria dos meus netos com muito carinho. – Se defende rapidamente.

— Lauren! – meu pai exclama - Até parece, foi você que disse que a Alessandra estava certa. Que isso ajudaria nosso filho a amadurecer mais. – Confessa meu pai.

— Eu não quero saber de quem foi a culpa, mas vocês fizeram isso, e não me contaram nada, agora corro o risco daquele infeliz do Mattew tirar meus filhos de mim.

— Não sei porque você está tão preocupado se a culpa é tua, se o Mattew chegou ao ponto de te ameaçar é porque as crianças não estão nada felizes com você – diz minha irmã Sarah se intrometendo aonde não foi chamada, sentada nas escadas da mansão.

Aposto que estava escutando tudo escondida só esperando o momento certo para dá sua opinião. Logo, ela se levanta e vem na nossa direção.

— Por acaso alguém te chamou pra essa conversa? – pergunto olhando para ela.

— Não querido irmãozinho, mas queria saber o motivo da sua visita, já que você nunca aparece. – diz se sentando e colocando as pernas pra cima na poltrona roxa preferida dela.

— Eu vim ter uma conversa séria com nossos pais, já que você não vai sair daqui, então fica quieta. – Digo e volto o olhar para meus pais – Continuando, onde eu estava mesmo? – pergunto perdido.

— Na parte da bronca com nossos pais. – Sarah diz

— Isso! – afirmo – Estou muito decepcionado com vocês, já não bastasse o que a Alessa fez e vocês ajudaram em tudo.

— Meu filho também não foi assim. A Alessandra veio até nós, nos explicou como aconteceria a situação e também perguntamos ao Nathan. – Meu pai diz – Tudo que fizemos foi aceitar um pedido da sua falecida esposa.

— Ela estava com medo bebê, de você não aguentar continuar sozinho com essa perda e as crianças desamparadas com você longe. Ela nos disse várias hipóteses que poderia acontecer, mas nós não acreditamos em todas. Porém sabemos que quando algo o tira do eixo, você se torna outra pessoa e não deixa ninguém entrar e te ajudar, por isso ela achou que talvez um choque de realidade faria você acordar e correr atrás dos seus filhos. – Minha mãe diz e vem me abraçar.

— Não fizemos isso por maldade filho, só queremos te ajudar. Você não está mais sozinho, tem as crianças agora, você tem que pensar nelas em primeiro lugar. – Meu pai diz sério.

— Como? O Mattew já está se aproveitando disso, Nathan disse que se ele achar algumas testemunhas que provam que eu não estou cuidando bem das crianças posso perdê-las. – Digo

— Talvez não, você conhece melhor do que ninguém seu melhor amigo, você acha mesmo que iria ser capaz de fazer isto – minha mãe fala.

— Ele não é meu melhor amigo mãe a muito tempo. – Digo bravo

— Eu não acredito que você ainda está brigado com ele. – Sarah diz revoltada.

— Pois é, só falo com ele o necessário da empresa, e agora não sei se vou conseguir aturar ele mais. – Digo com raiva.

— Você é um idiota sabia, o Mattew te ama, não faria isso com você, quantas vezes ele vai ter que provar o contrário. – A maior defensora dele fala.

— As provas que tenho já me bastam, ele me traiu e ponto final, estamos falando dos meus filhos, podemos continuar – encaro meus pais.

— Sim querido – minha mãe diz não querendo criar mais confusão.

— Quando o Nathan me falou do documento me disse também que a Alessandra tinha deixado uma carta para mim. – Digo

— Carta, e o que dizia bebê? – minha mãe pergunta

— Ela me falou sobre nossos filhos, me deu conselhos, falou sobre ajudar nos sonhos deles e conversar com as crianças. – Falo.

— Oh que bom que ela te escreveu querido, e o que mais? – diz mamãe

— Já previu o que aconteceria comigo com a morte dela, e ela me mandou procurar ajuda se eu queria realmente lutar pelos meus filhos. – Faço uma pausa e tomo coragem e digo – Então, não estou aqui somente para dizer como fiquei em relação a vocês abrirem mão da guarda das crianças, mas vim pedir ajuda, não posso perder meus filhos eu os amos, mesmo sendo duro e tendo me distanciado deles, eu ainda sou o pai deles. – Falo baixando a cabeça e olhando pra minhas mãos.

Vejo minha mãe segurar minha mão e apertar firme, já sabendo que ela está do meu lado, sem eu precisar dizer mais nada.

— Estamos com você meu amor, não é Jack – chama meu pai

— Sim filho, sei que você ficou bravo referente a abrirmos mãos da guarda das crianças, mas isso não quer dizer que não os amamos também, são nossos netos, faremos o que for preciso para os termos por perto. – diz meu pai

— E pode contar comigo também, adoro aqueles pirralhos – diz minha irmã.

— Obrigado – agradeço com sinceridade

— O que você pensa em fazer meu filho? – pergunta meu pai

— Tentar buscar uma maneira de ser o melhor pai pra eles, mas eu não consigo pai. – Respiro frustrado – Quando olho pra eles, eu vejo a Alessandra, e minha vontade é de sumir. – Confesso.

— Você não pode pensar assim meu filho, você já tentou ir ao psicólogo? – meu pai pergunta

— Já fui, as crianças também, mas parece que só piorou. – Informo.

— Você poderia tentar de novo bebê, seria bom descarregar isso que você está sentindo. – Minha mãe diz.

— Até parece que ele fará isso mamãe, depois que aquela cobra destruiu o coração do meu irmão, ele nunca mais voltou a ser como antes – eu encaro minha irmã bravo por ela estar tocando nesse assunto que já está morto pra mim – Nem adianta olha pra mim com essa cara, depois da Alessandra ele até voltou a ser como antes, mas não totalmente, estou errada por acaso? – ela pergunta

— Sarah por favor, não magoe seu irmão – minha mãe fala

— Eu sei muito bem que mudei, e não preciso que você me diga isso Sarah – digo chateado, amo minha irmã, mas as vezes ela extrapola o limite.

— Desculpa. – ela diz, apenas aceno com a cabeça.

— O Mattew aquele imbecil, até me deu um conselho sabiam disso. – Falo

— Está vendo se ele quis te dar um conselho é porque não quer ver você perder as crianças James – meu pai diz e bufo irritado.

— Sério, me casar é uma solução maravilhosa. – Digo irônico

— Casar! Isso seria maravilhoso bebê – minha mãe diz animada.

— Mãe até parece que alguém vai querer casar comigo tendo cinco crianças, só se for pelo dinheiro.

— Verdade, porque sinceramente você não atrai ninguém com esse gênio, sua sorte foi ter encontrado a Alessa – diz Sarah.

— Sarah! – minha mãe chama a atenção dela.

— Que foi, sou estou dizendo a verdade. – diz sorrindo e sorrio pra ela, pior que é verdade.

— Por que você não pensa nisso meu filho? – diz meu pai – Seria uma ótima solução. Encontrar alguém que goste de crianças e que precise de ajuda, você poderia pensar por esse lado, cada um ajuda o outro como pode. – Meu pai é uns dos homens mais sensatos que conheço, sempre pensa no lado positivo e negativo de uma situação, e nunca erra julgando ninguém. Respiro fundo e digo:

— Tudo bem, isso pode até dar certo, mas aonde posso começar a procurar uma mulher confiável para isto.

— Eu posso tentar falar com algumas amigas minhas – mamãe fala

— Melhor não mãe. – Nego já prevendo que tipo de amigas minha mãe poderia arrumar. — Sei lá, prefiro alguém que não seja do nosso meio social.

— Tipo alguém da classe média? – Meu pai pergunta.

— Sim, o senhor mesmo disse que poderia encontrar alguém para me ajudar e em troca eu a ajudo. – Digo mais confiante.

— É, mais cuidado para não arrumar alguém perigoso pra cuidar dos meus netos. – Minha mãe avisa não gostando dessa ideia.

— Não se preocupe, vou m****r fazer uma investigação completa antes de concluir o acordo. – Digo.

— Então é sério isso, vai mesmo casar com alguém que mal conhece para cuidar das crianças – diz minha irmã incrédula.

— Sim, se é uma forma legal e totalmente segura para eu poder ficar com meus filhos, me casarei sem problemas. – Digo sério e ela ri.

— Tomara que ela não se apaixone por você irmãozinho, seria uma tremenda falta de sorte – diz Sarah brincando com a minha cara.

— Obrigado pela parte que me toca irmã – digo falsamente. – Só para constar quero que esse assunto de casamento por contrato fique só entre nós e Nathan é claro. Não posso deixar que Mattew encontre qualquer falha minha para apresentar ao juiz. – Informo.

— Pode deixar filho, da nossa boca ninguém vai ficar sabendo. – Meu pai fala.

— E antes que você anuncie esse casamento quero que você nos apresente ela Theo. – Minha mãe fala seriamente.

— Ok, eu já vou indo pra casa. – Digo me levantando do sofá.

— Mas já querido, fica para o almoço. – Convida.

— Não posso mãe, tenho que ver o que as crianças aprontaram sem a babá.

— Elas estão sem babá de novo James? – Meu pai pergunta.

— Sim pai, já é a décima quinta que vai embora desde a morte da Alessandra. As crianças não são nada fáceis. – Digo e vou abraçar minha mãe – Tchau mãe.

— Tchau bebê – diz e me dá um beijo no rosto – Se cuida, vejo que não anda se alimentando direito porque você está muito magro e faça essa barba. – Manda.

— Eu gosto dela assim mãe. – Digo feito criança e lhe dou outro beijo.

— Tchau pirralha – digo pra minha irmã e a abraço.

— Tchau mal humorado.

— Pai – digo e ele aperta minha mão e me dá um abraço com tapinha nas costas.

— Se cuida filho, qualquer coisa estamos aqui. – diz e eu assinto com a cabeça.

Vou embora para casa mais relaxado depois de ter falado com eles. Espero que essa ideia de casamento resolva tudo mesmo.

Chego em casa e as crianças estão todas espalhadas pela casa uns brincando, lendo e escutando música. Nem percebem minha chegada, melhor assim, vou tomar banho e ligar para Nathan, já que por culpa dele vou ter que entrar nessa encruzilhada.

Já com banho tomado, pego meu celular e disco o número de Nathan.

Ligação On:

- Oii meu amor – ele diz cheio de graça.

- Oi querida, como vai? – resolvo brincar com ele.

- Ahh estou morta, ainda tenho que terminar de enviar uns relatórios e ir pra casa dá comida pro meu homem, sabe como é – diz fingindo ser gay e eu rio com isso.

- Sei, então quer dizer que você não poderá me encontrar hoje – falo

- Queridoooo é lógico que eu não jogaria carne de grife pra outra hora, aguento tu e mais o meu boy magia. – diz e eu caio na risada

- Nathan que porca vergonha é essa – escuto o pai dele e caio na risada

- Pai! Não é nada disso que o senhor está pensando – diz sendo pego no flagra e só fico ouvindo quieto.

- Como não, acabei de ouvir você marcando um encontro com outro homem, Nathan pelo amor de Deus não me diga que você resolveu mudar de time, tua mãe sairia do túmulo se for verdade isso. – Chama a atenção dele.

- Pai eu estou falando com o Theo, fala com ele aqui Theo – Implora ajuda.

- Theo, é você mesmo meu filho? – pergunta senhor Ferraz duvidando do próprio filho.

- Sim. Como vai senhor Richard? – pergunto

- Ahh estava ótimo até agora, acabei de descobrir que o Nathan tem um homem e vi ele marcando encontro com você – diz nervoso.

- Senhor Ferraz não sou o homem de seu filho, mas posso dizer que ele tem sim um boy magia – digo mentindo querendo zoar meu amigo.

- NATHAN SEU INFELIZ – grita senhor Ferraz e fico segurando a risada – Theo está me dizendo que você tem um amante sim. E aí vai me dizer a verdade.

- Theo seu vagabundo, fala a verdade pro meu pai – ele grita pra eu escutar – Pai você sabe que eu curto apenas mulher, tanto que eu peguei a rosinha no banheiro feminino essa tarde pode perguntar pra ela. – Rio ainda mais, Nathan quando fica nervoso acaba falando cada uma.

- Senhor Ferraz, estou brincando com o Nathan, queria ver a cara dele quando o senhor gritou com ele. – Falo no telefone e rio.

- James garoto, não faça mais isso comigo, estou velho rapaz, meu coração não aguenta essas loucuras de vocês não garoto.

- Desculpe senhor, não queria fazer o senhor passar mal. – falo sincero

- Tudo bem, e você Nathan quantas vezes vou ter que dizer pra não ficar com nossas funcionárias. – Chama a atenção de Nathan.

- Desculpa pai, a carne foi fraca, prometo que da próxima vez isso não vai acontecer.

- Vive me prometendo isso, mas nunca cumpre.

- O senhor preferia que eu virasse gay? – Nathan pergunta.

- Claro que não. Tudo bem, se você quer pegar mulher pegue, mas fora da minha empresa e com nenhuma das minhas funcionárias.

- Fechado pai, agora me devolva o celular estava falando com o Theo, esse traíra.

- Traíra não. – Digo. É apenas um aperitivo da minha pequena vingança, só que ele ainda não sabe.

- Tudo bem, vou indo então, e vê se para com essas frescuras Nathan, poderia ter entrado outra pessoa aqui, aí tua fama de garanhão vai tornar-se de égua. – diz senhor Ferraz e eu rio com isso.

- Para com isso pai, sou garanhão até a morte. – diz Nathan indignado – Está satisfeito com isso seu idiota. – Fala.

- Muito – falo dando risada.

- Está com bom humor é, quem tu comeu hoje para estar animado desse jeito? – ele fala.

- Não comi ninguém seu imbecil, apenas estou mais tranquilo em relação a guarda das crianças. – Digo

- Sério, o que você fez?

- Apenas fui conversar com meus pais e pedir uns conselhos.

- Tu foi pedir isso mesmo, que bicho te mordeu? – Ele pergunta

- A carta, eu li a carta da Alessa, e ela abriu meus olhos, mas vamos falar sobre isso pessoalmente, o que vou te pedir, é sigiloso – informo

- Tudo bem então, aonde te encontro?

- Pode vir até minha casa, podemos falar no meu escritório, é mais seguro.

- Ok, vou estar saindo daqui umas sete horas, vou pra minha casa tomar banho e comer algo e passo na tua casa.

- Ok, não tenha pressa, vou ficar a noite toda pensando então não se preocupe.

- Falou então, tchau até daqui a pouco

- Até – E finalizo a ligação.

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