CAPÍTULO 2

Após a festança, que só foi acabar quando o dia estava amanhecendo, se dirigiram para o hotel mais tradicional na orla da zona sul do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace. Iriam apenas dormir e descansar pelo dia, para que então no dia seguinte tomassem o voo para Los Angeles, de onde partiria o cruzeiro de lua-de-mel para a Polinésia Francesa.

Não tiveram energia para fazer absolutamente nada.

- Queria que alguém me carregasse do carro até o quarto. – Henrique falou com a voz cansada.

- Nem me fala, me prontificaria a te carregar se eu não tivesse tão arrasado quanto você. – deram um beijo suave pouco antes da porta da limusine ser aberta pelo valete do hotel.

- Bom dia, senhores.

- Bom dia. – responderam em coro.

Ainda estavam vestidos com as roupas indianas, porém mais abertas na altura do peito. Mack saiu primeiro e deu a mão para ajudar seu agora marido a sair do veículo.

Uma senhorinha, vestida com roupas brancas, vários colares de contas e uma aparência doce passava por eles caminhando vagarosamente e do nada pegou na mão de Henrique. Seus olhares se fixaram um no outro por alguns instantes.

Sua pele enrugada, queimada de sol e seus olhos escuros permaneciam fixos e sem piscar, sorriu para ele e seus olhinhos ficaram tão apertadinhos, quase fechados.

- Meu fio, vovó tem uma mensage importanti pra vucê. – Henrique a observou com carinho, mesmo tendo levado um baita susto e estando extenuado e com a mente ainda sensivelmente alcoolizada pela noite de festa.

- Bom dia, vovó. Diga então. Que mensagem é essa?

- Os Deuses contaram para vovó que vucê vai sê inda mais feliz. Muito muito mais feliz. Que tem uma surpresa pra vucê, uma surpresa grandiosa. Num vai criditá na hora, mas vai trazê muita filicidade pra vuceis dois.

Ela soltou a mão dele e retomou seu caminho resmungando coisas sem sentido. Henrique ainda ficou um tempo olhando para ela se afastando.

- O que foi isso, Gabe?!

- Essa vovó sempre anda aqui pela orla, tinha me esquecido disso. As pessoas acham que ela é louca, mas é inofensiva. De vez em quando ela para uma pessoa e conta alguma coisa e volta a caminhar como se nada tivesse acontecido.

- E o que foi que ela disse?

- Parte do mito é não revelar o que ela diz para você se for uma coisa boa para não agourar, mas se for uma coisa ruim é melhor falar para se proteger.

- Mas eu sou seu marido.

- Mesmo assim. A mensagem foi muito boa, sinto muito, meu Maxie, mas esse segredo eu vou guardar até acontecer. – Maximus fez carinha de cachorro pidão. – Não adianta! Não vou arriscar, gostei do que ela falou.

- Tá bom, e essa velhinha tem um nome?

- Todo mundo a chama de vovó, e ela só refere a si mesma como vovó, então acho que o nome dela é Vovó. – e riu.

- Ainda tá bêbado?!

- Talvez. – sorriu abobalhado.

Como já tinham feito o check-in no hotel no dia anterior cruzaram o salão da entrada com saudações e congratulações do staff presente.

Subiram até a suíte presidencial transformada em nupcial. Outro presente dos pais de ambos. Entraram juntos na suíte 601 e foram direto para o quarto. Tiraram um a roupa do outro, se aninharam por baixo das cobertas e adormeceram imediatamente.

Henrique acordou sem saber exatamente que horas eram. Maximus ainda dormia ao seu lado.

“Enfim, oficialmente meu marido.” – se impressionou por ainda ser capaz de produzir lágrimas após tanta emoção na noite anterior. Ficou admirando o rosto de Mack. Os contornos, os cabelos clareados apesar de já serem naturalmente loiros, o rosto angulado, a barba por fazer que dava todo o charme pelo qual Henry era enlouquecido. O peitoral descoberto.

Traçou com os dedos a musculatura de Mack, subindo delicadamente até o rosto dele.

- Bom dia, meu Gabe. – falou arrastado, segurou sua mão e a beijou. Depois de espreguiçar-se admirou sua aliança no dedo. – Finalmente.

- Para quem não fazia questão até que se emocionou bastante, hein. – brincou.

- Para de besteira. Eu não entendia a necessidade de ter um papel oficializando e muito menos permitir que nossos pais gastassem uma verdadeira fortuna para essa farra.

- Sabe que o sonho das nossas mãe-zillas sempre foi casar os filhos, como eu sou filho único não podia privá-la de seus sonhos, podia?

- Definitivamente não. – olhou para o relógio na mesa de cabeceira. – Deixa eu corrigir só uma coisa. Boa tarde, Sr. Lopes Fuller.

- Que horas são?

- Quase quatro horas da tarde.

- Meu Deus... ainda bem que ainda temos tempo para descansar. – virou-se para o lado e colocou o tapa olhos fornecido pelo hotel.

Maximus puxou seu marido, virando-o novamente com o rosto em sua direção.

- Eu te amo, meu Gabe. Te amo tanto que sinto que meu peito vai explodir.

- Te amo mais, meu Maxie. – assim como Henrique não permitia que outra pessoa o chamasse de Gabe, Maximus não permitia que outra pessoa o chamasse de Maxie, era a marca registrada do casal. Tirou o tapa olhos e deu uma pausa.

- Que foi?

- É que... é tão bom dizer isso de forma oficial agora.

O beijo que se seguiu foi inicialmente doce. Aproximaram-se um do outro, estavam completamente nus por baixo das cobertas, puderam sentir suas peles se atraírem como imãs. Mack se moveu para cima de Gabe e intensificou o beijo, seu corpo envolvia o de Henrique, se encaixavam como peças de um quebra-cabeças.

Suas mãos acariciavam suavemente cada contorno, cada reentrância, cada pelo corporal. Henry levou seus braços acima de sua cabeça, totalmente entregue às carícias do seu marido. Eles ainda cheiravam seus respectivos perfumes apesar de terem dançado a noite inteira.

Mack beijava seu pescoço, descendo pelo peito até quase chegar no seu destino predileto quando o celular dele começou a tocar.

- Pelo amor de Deus, Maxie. Não para... – sussurrou, mas o telefone continuou e tiveram que interromper.

- Merda. – reclamou Maximus. – Minha mãe.

Henrique olhou para o próprio celular, e como estava no silencioso não viu que tinha mais de trinta ligações perdidas e mais umas sessenta mensagens. Levou as mãos ao rosto e rosnou frustrado. Respirou fundo e falou:

- Teremos tempo... atende logo isso. Vou tomar um banho enquanto isso. – deram um beijo suave quando Henrique saiu debaixo das cobertas revelando todo seu corpo todo esculpido como o do marido. Maximus mordeu o canto da boca. – Pare com isso! Atende logo sua mãe senão daqui a pouco ela tá espancando a porta do quarto, e olha que ela está do outro lado da cidade, na casa dos meus pais.

- Humpf. – Henrique foi beijar seu marido que aproveitou a proximidade e além de inspirar o cheiro de Henry em sua virilha deu um beijo no seu sexo.

- Seu espertinho. Te espero na banheira. – pôs o roupão de linho, cortesia do hotel, e se dirigiu ao banheiro para preparar a banheira.

- Oi mãe.

[É Helena, Mack.]

- Oh! Oi minha sogra predileta. Bom dia.

[Boa tarde, né?] – ela o corrigiu. – [Seu marido não atende mais o celular não?]

- Estávamos dormindo até agora... acho que o celular dele está no silencioso.

[Não sei como ainda me espanto com isso, ele nunca coloca som... não sei pra que ele tem isso.]

- Certo... ainda estávamos na cama, houve alguma coisa? – ele riu.

[Só queríamos saber como estão.] – Mack revirou os olhos. – [Como saímos um pouco antes de vocês, não sabemos até que horas a festa se prolongou.]

- Digamos que o dia já estava amanhecendo quando demos por encerradas as atividades. Ainda tiramos algumas fotos no amanhecer na praia antes de virmos para o hotel.

[O importante é que tenham gostado.]

- Foi tudo perfeito, sogrinha. Obrigado pelo presente. Tenho mais que certeza que meu Gabe amou também.

[As malas de vocês já estão prontas no closet principal, as bolsas que usaram para se hospedarem, deixem na recepção que passamos para pegar depois.]

- Mas o voo não é só amanhã? – Maximus se preocupou.

[Não, querido. Vocês se esqueceram de novo? É hoje à noite, às 20 horas] – Mack olhou novamente o relógio, tinham que estar prontos e no aeroporto em, no máximo, uma hora e meia. – [Estamos indo praí para ajudar vocês]

- Não precisa. Se quiserem, nos encontrem no aeroporto. Vou acelerar as coisas aqui com Gabe.

[Tem certeza?]

- Absoluta. A gente se fala depois.

[Ok. Estamos indo para o Galeão.] – ele parou por um instante e sorriu.

- Vocês já estavam a caminho do aeroporto, não estavam?

[O que você acha?] – Helena deu uma risadinha e desligou.

- GABE! – gritou Mack. – Esquece a banheira. Nosso vôo...

- Esquecemos de novo que mudamos o vôo? Acertei?

Maximus tentou dobrar as roupas do casamento da melhor forma possível e as enfurnou dentro das bolsas de viagem que tinham usado para chegar no hotel no dia anterior ao casamento, enquanto Henrique tomava uma ducha rápida.

- Pena não podermos aproveitar mais esse quarto sensacional. – Mack lamentou.

- Teremos outra oportunidade.

- Depois de ganhar na loteria talvez. – Usou-se de sarcasmo. – Viu a tarifa de balcão da diária dessa suíte no lobby?

- Tarifa de balcão é sempre mais que o dobro do valor real, meu amor. Nem que a gente tenha que economizar as cuecas para poder vir e, além do mais, receberemos nosso salário em dólar dentro de alguns dias. – falou já enfiando uma calça jeans e calçando os tênis, ao mesmo tempo tentando enxugar o máximo possível os cabelos, não teria tempo para usar o secador. Ligou para a recepção e solicitou um carro para levá-los ao aeroporto com urgência.

Enquanto Mack tomava um banho rápido, Henrique levou as malas para a entrada do quarto, deixando apenas em cima da cama as roupas que o seu Maxie utilizaria para a viagem.

Conferiu a mochila com as documentações e passagens necessárias para a viagem e checou a bagagem de mão se tinha tudo o que poderiam precisar em caso de emergência: mudas extras de roupa, itens de higiene pessoal básico sem líquidos para evitar problemas com os agentes dos aeroportos.

- Tudo pronto?

- Tudo. – beijou suavemente Mack e desceram para o lobby do hotel e realizaram o check-out. Entregaram as chaves eletrônicas do quarto e receberam uma sacola elegante com itens de presente do hotel e do restaurante. Tinha desde a essência do hotel até uma garrafa do espumante marca da casa. Deixaram a bolsa extra como instruídos por Helena e depois de pagar a gorjeta ao valete, entraram no carro e o motorista se pôs a caminho do aeroporto internacional Tom Jobim.

Maximus pegou o celular e os tickets das passagens e adiantou o check-in pelo aplicativo da companhia aérea, só precisariam despachar as malas.

- Adivinha só.

- Eles fizeram o upgrade nas passagens. – Henrique falou sem energia na voz.

- Incrível, não é? Eles não conseguem se conter.

- A gente tinha dito que iria pagar a lua-de-mel com nossas economias, pelo visto não adiantou nada. Que triste. – riram.

- Eu não diria isso... foi um senhor upgrade.

- Não me diz que eles mudaram a gente para a...

- Executiva? Sim.

- É, nossos pais não têm limites.

- Tudo bem, estamos tendo o casamento dos sonhos, a viagem de lua-de-mel dos sonhos,... não podemos reclamar. Voltar pra realidade vai ser complicado, hein.

- Nem me fala, então temos que curtir os próximos vinte dias o máximo que pudermos.

- Definitivamente.

Deram as mãos e olharam cada um por sua janela.

- Já se deu conta de que essa provavelmente é a última vez que estamos vendo o Rio de Janeiro antes de nos mudarmos em definitivo para Illinois?

- A ficha ainda não caiu. Ainda me peguei pensando em quão terrível vai ser desfazer as malas no nosso apartamento quando chegarmos da lua-de-mel.

- Não se iluda, meu Maxie... isso ainda vai acontecer, só que em outra casa.

- Será que você vai se acostumar com essa realidade tão diferente?

- Olha quem fala! Mora no Brasil desde os quinze anos de idade e tá se achando.

- Antes disso eu morava em Nova Iorque com meus pais, espertinho. E eu ainda morei alguns meses de novo quando a empresa precisou de mim na sede.

- Verdade. – Chegou mais perto do marido e olhou no fundo de seus olhos. – Com você do meu lado, eu passo por qualquer coisa.

Se beijaram e Henrique apoiou a cabeça no ombro de Mack, tirando um cochilo instantâneo.

Acordou com o carro parando na área de embarque do terminal 1. Faltavam ainda pouco mais de duas horas para o voo para Los Angeles. Enquanto Henry pegava um carrinho para colocar as malas, Mack acertava o pagamento ao motorista, posteriormente se dirigindo para os guichês da companhia aérea para despachar as malas.

O aeroporto não estava cheio como o de costume, mas ainda assim tinha uma grande movimentação. Seus pais já esperavam por eles na entrada da fila para clientes com benefícios especiais.

- Oi mãe. – Henrique abraçou a mãe e em seguida o pai. – Obrigado mais uma vez pelos presentes maravilhosos. Não precisava tanto.

- Você é nosso filho único, se souber de uma tática para não o mimar é só nos dizer. – ele parou fingindo pensar em algo.

- Melhor não. Está ótimo assim. Justie, Will... vocês também, obrigado. Principalmente por me aceitar na família.

- Henry, você já é da família há quinze anos, não é nada. O bom é que vamos morar mais perto agora. – Mack revirou os olhos.

- Não tão perto, não é mamãe? Vocês ainda moram em Nova Iorque, nós vamos morar perto de Chicago.

- Ainda assim é mais perto que Rio de Janeiro.

- Isso é. – Henry olhou para seu par concordando com sua sogra. Os rapazes foram despachar as malas e marcaram de encontrar os pais no café Kopenhagem para um chocolate quente, bombons e biscoitos amanteigados.

- Só queria poder terminar o que começamos no hotel. – reclamou Maximus.

- Nem me fala. Com eles aqui, nem dá pra dar uma escapada no hotel do aeroporto.

- Demoraríamos tanto só para fazer o check-in que teríamos que fazer o check-out depois de assinar a ficha de hospedagem.

- Verdade.

Só se dirigiram ao portão de embarque depois que começaram a chamar pelos passageiros do voo. Se despediram dos pais, e caminharam de mãos dadas até o portão de embarque, cada um com uma mochila e uma bagagem de mão.

O procedimento foi rápido, como estavam na classe executiva e eram clientes preferenciais entrariam primeiro na aeronave. Se acomodaram nos assentos escolhidos e aguardaram o restante.

A estadia em Los Angeles seria muito rápida, chegaram no final do dia seguinte e já voariam para Papeete no dia seguinte. Saíram rapidamente para comer algo em um fast-food qualquer, precisavam de um pouco de realidade, apesar de serem profissionais bem sucedidos, só com seus respectivos salários teria sido impossível bancar a festa e ainda a lua-de-mel que tinham escolhido.

Muito embora tenham, ao menos, pago pela viagem de lua-de-mel com todos os adicionais que seus orçamentos combinados poderiam suportar e ainda adicionando quatro dias a mais em um resort na ilha principal, exclusivo da companhia do cruzeiro – ainda assim seus pais fizeram upgrade tanto nos vôos, quanto na cabine que ficariam durante os quatorze dias de viagem pela Polinésia Francesa. Tudo do bom e do melhor para o filho único de um deles, e para o caçula do outro casal.

Justine e William tinham feito o mesmo para os filhos mais velhos em seus respectivos casamentos, mas com a injeção do capital dos pais de Henrique, tudo alcançou um status ainda maior, comparável a casamentos de estrelas e celebridades.

No momento que abriram a porta da casa que tinham alugado para pernoitar, Maximus não conseguiu mais se conter. Henrique usava uma camisa de botões, ele simplesmente a abriu em um gesto rápido e rude, arrancando alguns dos botões com a força. O corpo dele era um pouco mais esguio, porém tão definido quanto de seu parceiro, outra diferença estava nos poucos pelos corporais que possuía no peito, e mesmo assim os mantinha aparados, bem como a ‘trilha-da-felicidade’ que ia de seu umbigo até seu pênis.

Henry não protestou e seus lábios se encontraram com desejo. Mack traçou o caminho do seus lábios dando mordidinhas até chegar aos mamilos, arrancando suspiros de prazer do seu Gabe.

- Maxie... – foi o máximo que conseguiu dizer entre suspiros. Com as pernas trêmulas se entregou as carícias e provocações. Dezesseis anos juntos eram suficientes para que soubessem todos os pontos sensíveis de seus corpos. Mack já tinha tirado seu casaco, mas Henrique queria devolver o favor, agarrou a camisa de malha branca lisa e a rasgou pelo colarinho, revelando o corpo escultural de seu marido.

Seus lábios se encontraram novamente enquanto suas mãos faziam o trabalho de desafivelar os cintos, desabotoar as calças, baixar os respectivos zíperes. Cada um já tinha arrancado seus calçados com os pés mesmo. Deixaram suas calças simplesmente caírem até seus tornozelos.

Isso tudo feito no caminho da porta de entrada até a cama.

Tombaram na cama, somente de cueca. Mack usava uma boxer de tecido finíssimo e bem justa ao corpo, parecia até uma segunda pele, enquanto o outro usava, para provocar, um jockstrap[1].

Mack estava por cima, desceu traçando com a língua o caminho todo até o umbigo de Henry, indo sensualmente com beijinhos suaves até a base do seu mastro já tão excitado o que indicava que, caso não reduzissem o ritmo provavelmente o primeiro sexo pós-casamento não duraria muito mais que dez minutos, sendo muito otimista.

Contudo, controle era algo que não precisavam naquele momento. Depois de terem sido interrompidos na manhã anterior no hotel, precisavam soltar toda a tensão acumulada.

Henry suspirou alto no momento que seu marido ao mesmo tempo deslizou suas mãos pelo seu corpo até dar beliscões suaves em seus mamilos e abocanhar completamente seu pênis até a base, proferindo como um mantra e entre sua respiração vacilante o apelido de Maximus repetidas vezes.

- Maxie... para ou não vou conseguir me segurar...

- Não podemos deixar isso acontecer, não é? – Se livrou da sua boxer. Ele já tinha deixado estrategicamente escondido o lubrificante íntimo perto de onde estavam, e passou no pênis de Henry, agachou-se nele, encaixando-se perfeitamente pelos anos de prática.

Ambos suspiraram enquanto Mack acelerava os movimentos. Não tiveram tempo nem de anunciar que estavam próximos de atingir o clímax, gozaram ao mesmo tempo.

- Estamos parecendo dois adolescentes, sem qualquer controle. – Henrique riu.

- Isso que dá ficar com tesão acumulado desde o momento que te vi no altar. Você estava lindo com aquela roupa indiana.

- Sabe que a maioria das pessoas sentem mais tesão quando as pessoas estão nuas, né?

- Você falando isso?! Quer que quem acredite nisso? Tanto eu quanto você ficamos alucinados quando vimos um ao outro vestido de terno.

- Nossa... pode parar por aí. Só de lembrar... voltando ao assunto: você também estava uma coisa de louco naquela roupa. Preferiu escolher as cores da festa?

- Sabe que sempre gostei dessa combinação. Só não foi totalmente preto com dourado porque minha mãe insistiu muito para não ficar parecido com meu pai. Mas você de azul estava irresistível.

- Que bom que gostou. Escolhi porque é sua...

- Cor favorita?

- A intimidade é uma merda.

- Até que a Sophie tem boas ideias de vez em quando, essa de não sabermos como seriam nossos trajes foi muito legal. Uma surpresa e tanto.

- Não vejo a hora de estarmos no navio. Três hospedagens diferentes até chegar ao destino é cruel. Não estou sentindo ser eu mesmo desde o final da festa.

- Meu Gabe, nenhum dos ainda presentes eram remotamente a mesma pessoa no final da festa, estávamos todos acabados. Eu já tinha ido à festas de Hektor, mas ele se superou.

- Esperava algo diferente dele? Hek gosta muito da gente, vive falando que somos a inspiração e a esperança dele na humanidade de um dia conseguir alguém que o olhe como nós nos olhamos.

- Tenho pena dele. A maioria das pessoas só se aproxima dele por causa do status e da fama. Esquecem que ele é um ser humano e que merece ser tratado como tal.

- Sabia que ele tocou todo o novo álbum dele na nossa festa.

- O que ainda não foi lançado? – Henrique confirmou com a cabeça.

- Disse que foi o presente especial dele para nós. – Estendeu o celular para o marido mostrando uma pasta com as doze músicas do novo trabalho dele, fazendo questão de apontar para uma específica.

- H&M?! Nossas iniciais...?! Nós?!

- Aham.

- Ele realmente fez uma música para nós?! E eu nem sabia disso! Que máximo!

- Pediu para que eu te contasse só depois. – imediatamente Mack pegou seu celular e mandou uma mensagem para o DJ.

Mack

[Amei a surpresa! Obrigado pelo presente maravilhoso!] – não esperou pela resposta. Henry estava aninhado no peito dele, já adormecido.

- Te amo, meu Gabe. – sussurrou e adormeceu em seguida.

Acordaram cedo, tomaram café da manhã e já chamaram um Lyft para o aeroporto. O voo seria no final da manhã, chegariam em Papeete no início da noite e embarcariam no cruzeiro somente no dia seguinte no meio da tarde.

Tudo ocorreu conforme o programado. Sem grandes problemas. Como ficariam ainda 4 dias na ilha de partida ao retornar no final do cruzeiro, decidiram tirar a diária para ficarem trancados no quarto do hotel e descansarem para o dia mais esperado da lua-de-mel.

Ficaram na Owner’s Suite 7002 no intimista e luxuoso cruzeiro Paul Gauguin. A cabine era a maior e melhor da embarcação. Tinham um mordomo exclusivo, e ao entrarem no quarto receberam como presente de núpcias um prato com morangos envoltos em chocolate, um balde com Veuve Clicquot Rich Blanc e duas fatias generosas de torta de massa folheada chamada trois chocolats com corações decorando os pratos feitos de calda de chocolate e salpicados com glitter comestível dourado.

E um cartão que continha a mensagem escrita à mão com uma caligrafia impecável: “Wishing you a lifetime of love and happiness.” (Desejamos a vocês uma vida inteira de amor e felicidade), assinado pelo Capitão da embarcação.

Pétalas de Rainbow rose com as sete cores do arco íris enfeitavam a cama. Essa adição era claramente uma dica das mães-zillas para o staff do navio.

- Eu bem que poderia me acostumar com essa vidinha mais ou menos. – comentou Henrique se abancando na poltrona próxima da varanda com a vista maravilhosa do mar. – Isso é o que eu chamo de recepção.

- É muito melhor do que eu esperava, e olha que ainda nem zarpamos. Que horas mesmo está programado para começar a viagem?

- Perto de meia noite. Parece que vai ter queima de fogos.

Mack o puxou para a varanda e ficaram admirando a visão do lado externo enquanto ainda estava claro, o abraçou e fitou seus olhos apaixonado.

- Estou muito feliz por ter aceitado celebrar o casamento. Até agora tudo está muito mágico... cansativo, mas não por isso menos mágico. Pena não termos podido fazer isso antes.

- Sempre pudemos, mas você não queria.

- Não é isso...

- Eu sei. Entendo seu ponto de vista, meu amor. O importante é que agora nós somos casados oficialmente e temos os mesmos direitos dos outros casais, mas pra mim o simbolismo ainda é mais importante que isso.

- Esse simbolismo cresceu em mim ao longo dos anos. Via sua animação, e frustração, quando íamos nas celebrações e festas dos nossos familiares, amigos e conhecidos.

- Quando foi que achou que era a hora?

- No casamento do Rayaan ano passado. Me sinto plagiando o casamento dele...

- Para com isso, existe uma diferença bem grande entre o dele e o nosso. Por ser indiano ele fez um casamento tradicional, o nosso foi um casamento civil, no Brasil, com roupas indianas e celebração celta.

- Verdade. – riram e Maximus o abraçou forte. – Nossa criatividade não conhece limites.

- Nossa ou das nossas mães.

- Elas só extrapolaram as nossas ideias.

- Só extrapolaram? Imagina se tivessem mergulhado então com tudo. Por falar em Rayaan, ele e a esposa estavam lindos na festa também, principalmente Nayantara com aquele barrigão lindo.

- É verdade.

- Vamos explorar o quarto e nos arrumar para o jantar de boas-vindas.

Preferiram jantar na primeira noite no restaurante que tinha a melhor vista para as ilhas e o mar. Depois de passar por hotel, seguido do casamento, retorno ao hotel, voo em duas escalas, mais hotel, outro voo, outro hotel, enfim estavam instalados pelos próximos 14 dias em um cruzeiro que embora fosse de luxo era totalmente low-key, nada espalhafatoso ou cheio de regras e pompas.

O itinerário seria pelas principais ilhas dos arquipélagos da Sociedade e das Marquesas. Iniciando e terminando na capital do Taiti, Papeete.

Caminharam de braços dados pelo navio, calmamente. O staff simpático e sorridente o tempo todo. Pareciam estar em uma realidade alternativa e com um dos cenários mais lindos do oceano pacífico.

Escolheram uma mesa para duas pessoas, queriam ter tempo apenas para os dois, nada de socializar, essa era a única regra deles para a lua-de-mel. Acomodaram-se no deck do restaurante no deck superior, um de frente para o outro, mãos dadas por cima da mesa.

Henrique olhava para a ilha, emocionado com aquilo tudo. Nem nos seus sonhos mais selvagens havia se imaginado realizando esse sonho de conhecer o Taiti, muito menos casado com o homem da sua vida. Apesar dos pais terem uma vida financeira abastada, sempre fizeram questão de educá-lo para conseguir tudo com seu próprio esforço. O casamento e as melhorias da lua-de-mel tinham sido um presente em celebração não apenas do casamento, mas também um prêmio por ter conseguido trilhar uma carreira profissional estável e segura, de ser um homem de índole incontestável e de coração generoso e puro.

Passou um filme de toda sua trajetória, desde quando conheceu Mack até aquele momento. Dezesseis anos juntos, ele agora com trinta e um anos de idade e Mack com trinta e dois. Lágrimas silenciosas começaram a descer pelo seu rosto.

- Meu amor... o que foi?

- Oh!... – enxugou as lágrimas com o guardanapo. – Nada... só estou me sentindo tão realizado, tão feliz. E estar realizando isso tudo ao seu lado, é tudo tão surreal.

- Também me peguei pensando nisso agora.

Não conversaram sobre mais nada durante todo o jantar, só absorveram tudo o que aconteceu até ali e ficaram admirando tanto a refeição, quanto o cenário.

Caminharam pelo longo deck, passaram por diversas pessoas, solteiros e casais de diversas idades, com e sem crianças. Todos despojados e excitados pelo início da viagem, mesmo os que visivelmente eram veteranos no navio, por já serem passageiros/hóspedes de outras viagens.

A noite estava com céu claro, estrelado e a lua no alto parecia ter o dobro do tamanho, Mack abraçou Henry no meio do caminho à estibordo, com vista para o mar. Ficaram ali, balançando seus corpos no ritmo da música ambiente admirando a beleza única da Polinésia Francesa.

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