Capítulo 6
Eu terminei meu dever com as despensas garantindo que tudo estivesse arrumado nos quartos de hospedes, pedi para Sam buques para dar um toque final e na suíte do Alfa convidado adicionei uma garrafa de champagne. Se essas fossem as últimas coisas que eu faria, queria que elas deixassem alguém feliz.

Eram quase uma e meia da manhã quando eu finalmente cai na cama exausta, tinha sido um dia de merda e se dependesse de Luna Caroline seria meu último. Lex também estava exausta, ela não para de ficar emburrada por me dizer que eu preciso me transformar, mas eu não posso, não tenho tempo ou energia, então continuo prometendo a ela que eu vou, mas sinto que vou quebrar essa promessa. Eu flutuo para o sono enquanto ela choraminga na minha mente e eu choro no travesseiro.

Para minha surpresa, meu alarme me acorda pela manhã, Lex me faz prometer aguentar por mais um dia e nós seguimos para as tarefas da vida que eu odeio. Enquanto eu me arrumo olho para o espelho e vejo meu cabelo completamente branco-prateado agora, faço um coque para evitar que as pessoas percebam.

A delegação de Rio de Sangue chega no início da tarde, todos eles são altos e intimidadores, musculosos e com tatuagens. Alguns deles tem cicatrizes visíveis em seus braços e rostos. Eles estão vestindo roupas formais em preto e branco ou uniformes pretos de seguranças. Luna Caroline os encaminha até a sala de estar enquanto, em silencio, trago jarras de água e chá gelado para eles beberem. Faço meu melhor para passar despercebida, quando uma das mulheres me chama.

“Você aí, ômega.” Ela diz abruptamente me encarando com seus olhos verdes e cabelos pretos bem presos em um rabo de cavalo.

Olho em volta e percebo que ela está falando comigo.

“Vinho. Vinho para todos.”

“Beta Lenora, claro, agora mesmo.” Luna Caroline diz rapidamente e acena para mim.

Eu corro para a adega, pego duas caixas de vinho, guardanapos e copos, preparando tudo no carrinho de bebidas e voltando para a sala. Abro três garrafas de vinho tinto e três de vinho banco, deixando o resto para eles fazerem o que quiserem e volto a sair da sala para começar a preparar o jantar.

O resto do dia correu sem problemas, os convidados pareciam felizes com o jantar, no fim da tarde passei nas suítes de cada convidados para ter certeza de que estavam felizes com suas acomodações, algumas pessoas me pediram mais sacos de batatinhas ou refrigerante, mas no geral todos estavam satisfeitos.

A última porta é o quarto da Beta Lenora, ela abre a porta usando uma camiseta azul e uma calça jeans, parecendo muito mais relaxada que antes, ela tem uma enorme tatuagem de uma rosa com uma adaga no antebraço. Seu cabelo preto continua preso para trás, mas ela está sem maquiagem e eu posso ver que ela parece apenas alguns anos mais velha que eu. Consigo ouvir seu par falando ao telefone dentro do quarto.

“Obrigada por checar como estamos, tudo está maravilhoso, as flores deram um toque lindo, você tem muito bom gosto.” Ela sorri para mim, faço uma leve reverência e me viro para sair.

“Espera, o que tem de baixo do boné?” A beta pergunta desconfiada, paro e me viro.

“Desculpe, senhora?” Eu pergunto, sinto o sangue sumir do meu rosto e um nó se formar no meu estomago.

“Seu boné, por que está tão baixo? O que você está tentando esconder?” Ela pergunta. “chegue mais perto.”

Eu chego perto e tiro meu boné devagar, mantendo meus olhos no chão enquanto meus cabelos cinzas caem como uma cascada pelas minhas costas, ele estava vergonhosamente oleoso e visivelmente sujo, sinto minhas bochechas corarem.

“Entendi.” ela diz com uma voz surpresa. “Agora, não seja desrespeitosa, sempre me olhe nos olhos quando eu falar com você.”

Oh droga, levanto o olhar para ela, a luz do quarto dela atinge meus olhos, ela olha inexpressivamente para mim por um mmento, tentando processar o que está vendo.

“O que você é? Uma hibrida?”

“Não senhora. O médico da alcateia fez vários testes, mas não sabe o que está acontecendo, ele acredita está transformação esteja relacionada com meu lobo que está acordando.” Quer dizer, isso não é uma mentira... só não é completamente verdade, certo? Como eu deveria falar para uma completa estranha que minha loba diz que eu sou, na verdade, filha da Deusa Lua e por isso tenho cabelos prateados e olhos violetas.

Ela agarra meu queixo e puxa meus rosto perto do dela, inspecionando cuidadosamente. “e o médico da alcateia sabe que alguém quebrou o nariz recentemente? Você ainda tem as marcas.”

“Ele tratou meus machucados no passado.” Não estou tentando acusar ou implicar com ninguém para esta mulher desconhecida.

“Quem está na porta, Lenora?” O Beta de dentro do quarto pergunta para ela.

“Apenas a ômega designada para gente, Milo. Qual é seu nome de novo?”

“É Iokaste, senhora, mas por favor me chama de Kas. No entanto, não sou uma ômega, sou apenas uma serva.”

“O nome dela é Kas, ela que colheu minhas lindas flores.” Ela continua falando com o par dela, mas sem tirar os olhos de mim, como se estivesse tentando me avaliar por algum motivo, ela franze a testa enquanto me encara me fazendo sentir muita vergonha.

“Que legal, pergunte a ela se ela pode por água borbulhante no refrigerador.”

“Sem problemas, senhora.” Nós duas sorrimos com a ‘água borbulhante’. “Vou trazer assim que sair.”

“Obrigada. Oh e Kas, se estes hematomas não tiverem curado até amanhã de manhã, passe um pouco de pó, Alfa Bronx Mason não tolera ver machucados como esse.”

“Si-sim, senhora.”

Eu corro até o depósito, pego quatro garrafas de San Pellegrino e ponho na frente da porta, saindo o mais rápido que posso. Um milhão de perguntas passam pela minha cabeça, o Alfa deles me mataria por ser mais fraca que os outros lobos, mesmo eu não sendo parte de seu alcateia? Ela contaria para Alfa Graham sobre minhas características diferentes? Ela chamaria a atenção dele por deixar alguém quebrar meu nariz? Quer dizer, moça, se você acha que isso é ruim tenho algumas coisas para contar que você não ia gostar e então eu seria morta pelo seu Alfa com certeza.

Mais tarde Alfa Graham desceu para me chicotear por não ter todos os itens que os convidados queriam. Pela manhã Lex ainda não tinha sido capaz de me curar completamente, então vesti uma camiseta preta larga e um shorts de cós alto. Eu estava com tanta dor que fazer qualquer coisa era uma luta, cozinhar, carregar as bandejas de café da manhã, debruçar para limpar a mesa, qualquer movimento fazia os cortes abrirem e sangrar, o que deixou a parte de trás da minha camiseta enxarcada de sangue.

Beta Lenora me olhou várias vezes, ela sabia que algo estava errado, mas não disse nada.

Por alguma razão que ela não sabe explicar, Lex está agitada na minha cabeça durante toda a manhã.

“A Beta é tão legal! Mal posso esperar para conhecer o Alfa e a Luna!”

“Lex, acorda. Nós não vamos conhecer o Alfa e a Luna, nós vamos nos camuflar com o papel de parede e fingir que não existimos.”

“hmf. Eu quero conhecê-los.”

“Ok, bom, odeio desapontar você, mas você com certeza vai se decepcionar.”

Lori aparece enquanto estou preparando o almoço para me avisar que o Alfa chegou e eu vou precisar fazer almoço para ele também. Não tem Luna. Ele não tem um par? E de acordo com Lori, ele é realmente lindo, não que isso importe para mim, pois eu serei o papel de parede, não quero que ele me note de jeito nenhum.

Levo as bandejas para a sala de conferência, Alfa Bronx Mason não está lá, mas tem um lugar na mesa onde ele deveria se sentar, deixo a refeição dele no assento vazio. Todos da alcateia Rio de Sangue me agradecem educadamente enquanto eu ponho os pratos na frente deles, as boas maneiras deles traem suas características intimidantes. Ninguém da alcateia Lua de Prata diz uma palavra enquanto eu os sirvo. Recolho as bandejas e saio em silêncio. Lori me avisa que ela recolherá a louça assim eu posso focar no jantar e na comida para a festa.

Eu vou para a cozinha, mas preciso de um minuto para me recompor e começar o jantar. Eu saio pela porta dos fundos e fico na varanda, a distância vejo um homem fumando, não o reconheço, deve ser o Alfa de Rio de Sangue, porém ele está muito distante para que eu possa ver suas feições, tudo que consigo ver é uma figura alta, de cabelo escuro e terno preto. O vento sopra a fumaça do cigarro dele em minha direção, tem cheiro de cigarro, mas eu juro que também tem cheiro de café... ou chocolate amargo. Esse cara é um apreciador de café mocha? Rio comigo mesma imaginando o grande e mau Alfa do Clã Rio de Sangue bebericando um mochaccino.

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