Sete

Desligo o alarme e vou para o banheiro. Passei a tarde e à noite passada, com Gabei e Zion. Vimos vários filmes, conversamos sobre o bebê. Ela inclusive, já havia aceito se mudar para nosso apartamento.

A pior parte da noite, foi não ter ligado para Nate e ter escutado a voz dele antes de dormir. Mas não dei e nem darei o braço a torcer. Não tive culpa nenhuma.

Depois de tomar um banho rápido, escovo os dentes e vou para o closet, enrolada na toalha.

Visto a lingerie, antes de vestir uma calça jeans e uma blusa maior que meu tamanho, com estampas coloridas. Após calçar os tênis, volto para o quarto.

Penteio o cabelo e faço uma trança lateral. Depois de uma maquiagem básica, pego na minha bolsa e celular, saindo do quarto.

— Bom dia. — Gabei diz, mordendo uma maçã. — Vamos?

Pego em uma maçã.

— Vamos.

Saímos do apartamento e descemos. Já no táxi, ela fala:

— Eu adorei a ideia de ir para o apartamento de vocês.

— Seu também. — digo. — E eu adorei mais ainda essa ideia.

— Sabe, outro dia, um repórter foi até o meu trabalho, me perguntar se eu era algo do Zion. Eu não sabia o que responder.

— Mas agora sabe. Já foi combinado. Ele vai dizer, na entrevista de hoje. De você e do bebê.

— Eu sei. — ela esfrega as mãos.

— Está assustada?

— Um pouco. Eu não quero que elas sejam agressivas.

— É... eu te entendo. Mas ninguém vai te agredir nem nada.

— Não. Eu sei. Mas sei lá... tenho um pouco de receio.

— Relaxa. — pego sua mão. — Vai dar tudo certo. Eu estarei com você.

— Obrigada... — ela me abraça — cunhada.

Solto uma risada.

— Falando nisso, já falou com as meninas? Com a minha tia?

— Não. Parece que Zion vai avisar a elas e pedir para que elas venham me conhecer.

— Elas são legais.

— Ainda não se falam?

— Não falo nem com os meus pais. — digo. — E olha que eles me ligaram depois da morte do Zack. Mas eu dei um corte neles e pedi para que não me ligassem.

— Não sente falta deles?

— Sinto. — olho para minhas mãos. — Mas eles me deixaram quando eu mais precisei. Ai agora que minha vida está certinha, que Zion me ajuda a viver bem, eles surgem e parecem preocupados comigo? Eles que me desculpem, mas não quero papo tão cedo.

— Olha Cat, eu sei que você tem seus motivos para não querer assunto com seus pais, mas deve deixar todas as diferenças para trás. Pois, Deus que te livre, um dia pode acontecer algo com um deles e você acabar se culpando por ter ficado afastada deles.

A olho.

— Por que fala isso?

— Meu pai morreu quando eu tinha dezesseis anos. E tínhamos um relacionamento complicado. Quando ele se foi, morte natural, eu me senti péssima, por ter passado os últimos meses da vida dele, as brigas.

— Eu sinto muito.

Ela sorri de lado.

— Não se preocupe. Só não quero que você sofra, com mais isso. Você já passou por muita coisa, em muito pouco tempo.

Balanço a cabeça afirmativamente.

— É. Obrigada.

Minutos depois, o táxi estaciona em frente ao seu trabalho. Ela mexe na bolsa, mas eu me antecipo e pago a corrida.

Ela me fuzila com o olhar.

— Era minha vez de pagar! — exclama.

— Jura? Eu não lembrava.

Saímos do carro.

— Almoça comigo? — pergunta.

— Claro. Mas Justin e Claude com certeza irão.

— Sem problema. Adoro aqueles dois.

Beijo seu rosto.

— Então até depois.

Atravesso a rua e entro no prédio. Cumprimento o porteiro e subo as escadas.

— Catssyn! — Jessica pula da cadeira ao me ver. — Tudo bem?

— Sim e você?

— Bem... posso perguntar uma coisa?

— Sim.

— Zion vai ser pai?

Ela e essa fixação em Zion.

— Bem, a Fivers vai dar uma entrevista hoje às duas da tarde. Assista!

Sorrio pra ela e entro na minha sala. Todos os olhares se voltam para mim.

Justin sorri largamente e bate no banco ao seu lado.

Louco pra saber das novidades.

— Oi.

— Conta tudo! — diz. — Como sei que sobre sua noite foi muuuuuuito longa, fale-me sobre a foto que Zion postou.

— Ué, não entendeu?

— Sim. — ele revira os olhos. — Alguém está grávida. É Gabrielly?

— Claro né!

Ele arregala os olhos e coloca a mão na boca.

— Não grita! Eu imploro.

Ele balança a cabeça e respira fundo.

— Tudo bem. — diz. — Agora me fala sobre sua noite.

— BOM DIA! — Martha entra na sala.

— Acho que vai ficar pra depois. — sussurro para Justin, que revira os olhos.

[...]

— Muito bom! — Martha diz para nós. — Adorei esse mousse. Parabéns.

Ela pisca para gente e se afasta.

— Somos um arraso. — Justin diz.

Apenas solto uma risada.

Batem à porta e Martha pede pra entrar.

— Licença. — Jessica entra, com um enorme buque de rosas brancas nas mãos.

As meninas se entreolham e apostam para quem seria aquele buque.

— Deixaram para a Cat!

— Para mim? — me levanto.

— Algo me diz, que foi um certo loiro de olhos azuis. — Justin diz.

— Algo me diz que Justin está certo. — Jessica brinca e estica o buque para mim.

— Obrigada, Jess. Pode ir. — Martha diz.

Olho para as rosas e abro um sorriso.

— Tem um cartão. — Justin diz. — Leia-o.

Tiro o cartão do meio das rosas e o abro. Justin se estica e eu abaixo o papel.

— Deixa de ser fofoqueiro. — digo e ele faz biquinho. — Depois deixo você ler.

Ele sorri.

Volto minha atenção para o bilhete.

“Eu fui tão idiota com você. E por um motivo muito mais idiota. Me desculpa? Se você puder e quiser me perdoar, vai ao meu apartamento hoje, as oito.

Eu te amo, Nate.”

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