Capítulo 5

Sentiu vontade de ser beijada por aquele homem, algo que nunca aconteceu na sua vida. Tivera alguns namoradinhos, mas nunca sentiu algo parecido por qualquer um deles, pois ela não tinha com eles aquela conversa madura que ela amava ter com seu amigo Said Moabit.

Então, por mais que ela pensasse, ela jamais imaginou que pudesse ser Said o homem por detrás daquela máscara. Gostaria que ele nem estivesse vendo, pois temia que a reconhecesse.

Quando ela mal deixou de pensar, de repente faltou luz misteriosamente. Ninguém sabia se faltou em toda a cidade, mas tudo indicava que sim. As pessoas entraram em pânico dentro do salão. Então, ele a segurou pelo braço e disse:

— Vamos sair daqui, venha! — Ele foi levando-a com cuidado e saíram pela porta dos fundos, pois ele conhecia bem aquele ambiente.

Depois que eles saíram do salão, foram a um campo aberto em que havia um gramado.

E os dois se deitaram na grama. Andressa ainda sentia o coração bater forte por estar vivendo uma aventura igual à que constava em seus sonhos.

Era arriscado estar com um homem que nem conhecia, só sabia que ele se chamava Fernando Henrique, mas porque daquela sensação de que ele não era estranho? A voz era muito familiar! Como estava com a cerveja na cabeça não conseguia ter um raciocínio adequado para ter certeza de quem era e não quis estragar o clima. Preferia acreditar que era um estranho. Said Moabit pensava o mesmo:

— "Por que inventei esse nome? Amanhã estarei me casando”.

Enquanto olhava as estrelas, sentindo o doce perfume de Helena, percebeu que aquela mulher misteriosa o fez se sentir traído pelos próprios sentimentos.

Até aquele momento, jurava que a mulher da sua vida era Vanda, e por se casar com ela no dia seguinte, não podia estar tão enganado! Mas ele sentia atração irresistível por Helena.

Aquela vontade de beijá-la. Os dois sentiam os corpos ardendo em um desejo louco, dominando ambos que tremiam com a emoção à flor da pele, um confiava no outro e se sentiam seguros juntos.

Enquanto isso, as pessoas continuavam correndo para todos os lados no salão, sem saberem o que, de fato, aconteceu. Enquanto Fernando Henrique e Helena estavam ali deitados na grama como dois velhos amigos, Said Moabit lembrou de Andressa, e Andressa se lembrou de Said Moabit, que quando crianças costumavam fazer deitar sobre o gramado e olhar as estrelas, perguntando-se quem foi que as criou. Andressa sentiu vontade de comentar esse fato, mas pensou que não era apropriado, pois era melhor curtir aquele momento, não sair de perto dele.

Queria amanhecer naquele lugar e que o mundo a esquecesse naquele momento. Said Moabit tomou a palavra e disse o que estava sentindo, porém, ocultando que se casaria no dia seguinte.

— Sabe Helena, eu preciso falar algo antes que eu enlouqueça! Nunca aconteceu isso comigo, já namorei uma moça e jurava que a amava, mas agora não tenho mais certeza se ainda a amo, depois que te conheci!

— Porque está me dizendo isso?

— Sou um homem prático, mas também sonhador e romântico, mas apenas você sabe desse segredo, embora eu não te conheça, mas sinto que posso confiar em você. Não sei se vamos nos ver um dia novamente, mas o que importa é que nunca senti o que estou sentindo agora. E nem sei se é amor à primeira vista, ou atração, mas coloque a mão aqui no meu peito, e sinta meu coração bater!

Ela colocou a mão no peito dele, e sentiu que realmente batia descompassado igual ao dela. Andressa não entendia por que estava tendo aquela sensação gostosa, pedindo para ser beijada.

Sua deusa íntima implorava por um beijo daqueles que nem em sonhos imaginou ter, os dois movidos por uma atração irresistível.

 Ele a puxou para si, dando um beijo ardente sem a deixar respirar. O corpo reagiu freneticamente. Lábios com lábios, língua enroscando na outra, o calor subindo por entre as pernas, pele enrijecendo lentamente, sentindo um arrepio em cada um dos poros. Os dois estavam perdendo o controle de tudo. Não sabiam quem eram naquele momento! Não queriam saber de mais nada, dois corpos colados um no outro.

A doce sensação de liberdade fazendo-os irem às nuvens. Era bom demais estarem a sós, e apenas as estrelas como testemunhas. Enquanto as pessoas no salão se desesperavam por falta de luz, os dois não estavam se importando. Eram eles e mais ninguém naquele gramado molhado pelo sereno da noite de lua cheia. Tudo conspirava, inclusive o cupido do amor, que estava trabalhando a favor deles dois, que não queriam ser interrompidos por mais ninguém.

Não queriam saber de gritos de pessoas desesperadas no escuro do salão. Para eles dois o amanhã não existia mais.

 Se o mundo acabasse naquele momento, com certeza morreriam felizes, porque ali não estava Andressa, e nem Said Moabit, e sim Helena e Fernando Henrique, pois se fossem Andressa e Said Moabit jamais chegariam àquele ponto, porque estavam impedidos pelos conceitos e princípios éticos, além de colocarem a amizade acima de tudo, e não deixariam que uma noite de prazer estragasse aquele amor tão bonito que existia entre os dois.

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