CAPÍTULO 6 SETE ANOS DEPOIS....

Cristiano Eduardo surpreendia cada dia que passava na escolinha em que estudava. Era inteligente nas matérias e muito disciplinado. Embora tímido, não gostava muito de conversar e brincar com outras crianças que gostava de bagunça. Tinha cabelo liso escuro que caia no rosto, pele clara, olhos verdes igual ao da mãe para o orgulho de Rebecca que cada dia que passava mais feliz estava com seu filho.

          E sua tia Tereza que se tornou mais que amiga na vida de Rebecca. A única coisa que deixava contrariada, era quando a sua tia queria que ela saísse para se divertir, e arrumasse um namorado, já que Rebecca era linda e despertava paixões nos homens por onde passava.

         Mas para Rebecca seu único homem que interessava era David que ela não tinha esquecido-se dele. Embora não tenha certeza se ele estava sabendo que era o pai. E sua vida estava mais ligada ao seu filho. Queria dar o melhor para ele e participar de todos os momentos quando pudesse.

           Agora era uma mulher mais madura, dona de si mesma com saudades de sua mãe. Não tinha planos de voltar tão cedo, só quando tivesse a chance de comprar terras e tirar sua família da escravidão de trabalhar nas terras do seu Domingos. Mesmo ela não tendo nada contra ele, e sim sua mágoa era com a mãe de David, dona Cecília. Ela conhecia bem pela arrogância e soberba com mania de grandeza.

          Talvez seu pai não a expulsasse de casa se não fosse por causa dela. Essa mágoa ela carregava. O sonho de Rebecca valia muito mais porque estava investindo em seu filho. E daria maior apoio em tudo que ele quisesse ser. Por enquanto ainda o menino com sete anos de idade sonhava ser jogador de futebol desde que tinha dois anos, era essa paixão. E se fosse ela daria apoio.

         A felicidade dele era o que mais importava mesmo ela não gostando de futebol como seus compadres casados com suas primas. Embora eles fossem torcedores de times diferentes. Um torcia para o São Paulo e outro para o Palmeiras. Mesmo eles sendo paranaenses e torciam para clubes paulistas.

       E o sonho de ver um afiliado jogar num desses clubes seria a glória. Mas o menino ainda não tinha noção do que era torcer. A única coisa que ele amava era jogar futebol. O tempo foi passando aconselhada pelos seus compadres e a tia Tereza. Rebecca matriculou numa escolinha de futebol do Atlético Paranaense. Algum tempo depois estava mais desenvolvido Cristiano Eduardo para orgulho de todos em volta.

         Tereza e suas duas filhas, que estavam casadas e também tinham dois filhos. E principalmente Rebecca que não escondia a alegria de ser mãe, e nunca se arrependeu. Mesmo passando pelo que passou. Estava realizada, embora ainda trabalhava como doméstica e pagava um carnê do INSS para um dia ter direito à aposentadoria.

          Tentou sair de onde trabalhava, mas não conseguiu deixar o casal por motivos de doença. A sua patroa precisava dela mais do que nunca por ter seu marido no hospital por uma doença grave que mais tarde viera a falecer. E como Rebecca se sentia grata por tudo o que eles fizeram não tivera coragem de abandonar.

          E assim foi ficando lá ganhando muito mais do que se estivesse ganhando numa loja como vendedora, ou até mesmo numa fábrica. Além do mais ganhava muitas roupas e presentes e ela fazia questão de enviar pelo correio para sua mãe e seus irmãos e seu pai que mais tarde viera pedir perdão pelo que fizera, mas não queria que ela voltasse pelo menos por enquanto por causa de Cecília que cada dia que passava mais insuportável ficava, porque David há dois anos para dar notícias e ter cortado relações com a mãe pelo fato dela ter discriminado Rebecca.

          E isso ele não conseguia perdoar, embora ainda não soubesse da verdadeira história de que ela deu à luz a um filho dele. E Cecília nem mesmo sabendo que era avó de um lindo menino amoleceu o coração. Que para ela era um bastardo e não queria reconhecer como neto. Ao contrário do seu Domingos que contava os minutos para conhecer seu neto. E toda vez que olhava as fotos do menino ficava emocionado, por ele ter a mesma semelhança de David quando tinha a mesma idade.

         Tinha mais neto de outros dois filhos que estavam casados, mas por ter eles por perto talvez não sentisse tanto. João por ser orgulhoso e rústico não aceitou bem ser avô. Pretendia sair e morar em outro lugar. Cecília culpava Rebecca por David ter se afastado da família. E não queria mais assunto com ela e sim só com a Jussara que também não tinha coragem de falar a verdade com medo de perder o emprego.

            Mas estava cansada de ouvir reclamação todos os dias de Cecília que nem seus filhos estavam mais suportando ela. E nem iam mais a casa dela para almoçar aos domingos. preferiam ir à igreja. Os filhos casados e as noras que também não aguentavam mais ouvir reclamando de tudo. Era do marido que era acomodado que não tomava uma atitude de mandar embora a família de João e Jussara, mesmo que Domingos obedecesse algumas ordens de sua esposa, mas expulsar a família que ele tinha como irmão seu João e dona Jussara jamais faria.

           E se tivesse que fazer isso com certeza ia se separar. Domingos era um homem calmo até demais, mas quando saia do sério era difícil se controlar. Teve uma séria discussão com a sua mulher. 

       — Quando vai ser homem de atitude e mandar esses mortos de fome embora? — Domingos olhou com uma expressão séria sentindo seu sangue subir. E nunca chegou a ponto de gritar com a sua esposa. E deixou que ela tomasse conta de tudo. Só não imaginava que ela pudesse estar por trás da expulsão de Rebecca e queria saber como, e porquê. 

     — Sim. Eu farei isso desde que me fale quais são os motivos que quer expulsar essa família?

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