CAPÍTULO 1

Dentro de um ônibus lotado sentada numa poltrona número 37 que ficava na janela olhando as belas paisagens do interior. Ela escondia seu rosto enquanto admirava as belas matas verdes do lugar.

          Não queria que ninguém visse suas lágrimas descendo do seu rosto enquanto lembrava o que deixou para trás. Carregando mágoas no coração e tristeza no rosto, e um fruto dentro do ventre. Com suas mãos acariciava sua barriga de cinco meses de gravidez fruto de um relacionamento conturbado, e até mesmo proibido.

         Sem ninguém no mundo tentava sua sorte na cidade grande sem saber o que esperar do futuro. Durante a viagem, olhava as belas paisagens que amenizava um pouco a sua dor de ser rejeitada pela sua própria família, e do seu único e verdadeiro amor.

           Um amor impossível de ser vivido devido às diferenças sociais. Já que ela era filha de uma família de agricultores de origem humilde. Engravidou- se de um dos filhos mais novo da família rica da qual eram os patrões de seus pais.

          Os mais ricos da região. A viagem seria longa até chegar ao seu destino, a cidade de Curitiba/PR. Muita coisa deixou para trás. E pensava que nunca mais voltaria à sua terra onde nasceu e cresceu. Levava com ela dolorosas lembranças de ser rejeitada pelo próprio pai.

          E também algumas vezes que foi feliz ainda quando criança. Seus melhores momentos foi quando vivia brincando com seu amigo de infância e adolescência. Bons tempos aqueles pensava ela entre soluços sentada na poltrona número 37 do ônibus que viajava.

         E quando anoiteceu conseguiu dormir um pouco. Dominada pelo cansaço da longa viagem e saudade de sua mãe que foi obrigada a deixar para trás. Mas estava magoada com seu pai que a expulsou de casa quando soubera que estava esperando um filho de um pai desconhecido por uma razão especial.

         Não queria dizer o nome do pai da criança. A pedido de sua mãe que temia que ele perdesse o emprego na fazenda em que trabalhava. Caso ele soubesse certamente haveria uma guerra entre as famílias. E sua mãe tinha motivos para aconselhar sua filha a não falar a verdade. Deu todas suas economias para sua filha ficar longe por uns tempos até que as coisas voltassem ao normal.

          Rebecca com seu coração partido por ter que deixar para trás algumas pessoas que ela mais amava. Sua mãe, sua melhor amiga Clarissa parceira de todas as horas, e cúmplice do seu namoro com David seu grande e único amor, assim pensava ela. Sem poder dar a notícia a ele que estava esperando um filho dele. Que por ser filho de pais ricos estava estudando fora do País Estados Unidos. E nem sabia o que estava acontecendo com a sua amada que ele jurou amar eternamente. Só não sabia qual seria a sua reação quando soubesse que Rebecca estivesse esperando um filho dele.

        Ele tinha sérias divergências com sua família. Sua mãe Cecília uma mulher arrogante e preconceituosa que não via com bons olhos a relação do seu filho com a filha dos empregados. E fazia de tudo para afastar um do outro, e lutou para que o filho estudasse fora do País com esse propósito. Já o pai de David era mais sensível, e nunca gostou de se envolver nos relacionamentos dos filhos. E para não se estressar com a sua mulher a deixava tomar conta de tudo.

         E até estudar fora do País para ele não tinha nenhuma relevância desde que fosse feliz com as escolhas que fizeste. Quanto a quem seu filho estava apaixonado via com bons olhos por ser uma jovem linda e determinada. De alguma forma, por ele não ter filha mulher tinha um carinho especial, e até torcia para que fosse ser sua nora no futuro.

         E Rebecca sentiu isso e levou com ela essa doce lembrança. Depois de passar a viagem entre lágrimas por ter sido expulsa pelo seu próprio pai, Rebecca estava se sentindo em casa com suas primas e sua tia, e madrinha. Foi uma festa com a chegada. E pela primeira vez ela estava se sentindo amada por uma família unida. Sentiu inveja ao lembrar que na sua família não era assim. Principalmente lembrando-se do seu pai sempre reclamando de tudo e todos sempre de mau humor. Parecia o tempo nublado em dia de inverno de cara amarrada.

         Ela ficou com pena de sua mãe, que estava casada há quase 30 anos, sofrendo maus tratos e até agressão quando ele bebia. Rebecca tinha dois irmãos mais velhos que também não aceitavam o fato da Irmã ter engravidado do filho do patrão. Porque temiam perder os empregos. Já que trabalhavam nas fazendas e nas lavouras.

          Tereza e suas filhas embora espantadas com a novidade de que a sobrinha estivesse grávida jovem ainda com 18 anos de idade, mas que estava disposta a ajudar a sua sobrinha predileta em tudo caso fosse preciso. As primas de Rebecca que se chamavam Ana e Luiza estavam adorando a ideia de terem um sobrinho já que elas gostariam de serem madrinhas. Decisão difícil para Rebecca escolher quem seria a madrinha do seu filho. Ainda não sabia o sexo do bebê. Mas não tinha preferência desde que nascesse com saúde.

Estava feliz, embora com saudades de sua mãe e seu amado David, que desde então ela nunca mais soube dele desde que foi para Estados Unidos estudar. Ele foi praticamente forçado pela mãe que tinha um propósito de deixar ele o mais longe possível da filha da empregada.

        E sabia que ele nunca iria abrir mão dela por nada desse mundo, e sabendo que ele era apaixonado desde a infância e que era muito assediado por outras garotas do local, mas que para ele só importava Rebecca. E quando Cecília soube que ela estava esperando um filho, ameaçou demitir toda a família se não afastasse Rebecca da fazenda.

E sem saída o pai de Rebecca expulsou a filha de casa só com a roupa do corpo, não dando nem dinheiro para pegar um ônibus até a cidade. E além de ouvir insultos como! “Você nunca mais volte aqui nessa casa, e não é mais minha filha!”.

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