Azrael: Em busca da Morte
Azrael: Em busca da Morte
Por: Maicon dos Santos
Prólogo

No princípio, tudo era vazio e sem forma. De repente uma voz disse: Faça-se! E tudo se fez. Cada planeta e galáxia então surgiu em seu determinado tempo e momento. O universo acabou povoado por miríades de miríades de espécies e raças. Algumas humanóides, outras nem tanto.

Todas foram criadas iguais em propósitos. E para cada uma, foi dada uma galáxia. E também foram criadas originalmente em número de dois. Um macho e uma fêmea.

Enquanto cada raça aumentava, era dada a chance de se tornarem anjos. Mas quando foi anunciada a criação de novos seres, houve guerra no céu.

Um Serafin, de nome Samael, vindo da espécie humana, se opôs a criação do seu povo. Ele surgiu antes dos seus, porque ao ser chamado para ser anjo, todos são enviados para o início do tempo e assim podem participar de cada ato da criação. Em outras palavras, cada anjo assiste o nascimento da própria espécie. Mas quando chegou a vez da humanidade, Samael lutou contra.

A razão se deu porque de todas as raças, a humana foi a única a se afastar de seu criador e trazer o mal para toda uma galáxia. Samael sabia que toda a Via Láctea seria proibida para outras espécies, uma vez que a própria raça humana, ficaria presa no seu mundo por causa da sua maldade. 

Ele defendeu a criação de algo superior. Como membro dos Serafins, ele era avançado espiritualmente e assim sabia como deveria ser uma raça perfeita e superiora.

Com a recusa de Deus, Samael conseguiu convencer um terço dos anjos a se rebelarem contra o seu criador. Como o novo líder, Samael adotou o nome de Lúcifer, aquele que trás a luz ou a brilhante estrela da manhã. Samael acreditava ser o salvador do universo.

Com Lúcifer se considerando o novo Deus, o próprio Deus, se denominou Miguel, ou seja, "Quem é como Deus?" Com isso, o inimigo mandou suas hostes atacarem, porém todas foram derrotadas por meros anjos da guarda, o nível mais baixo entre os anjos. Lúcifer foi o único que aguentou e assim passou pelo grupo considerado o mais fraco entre o exército de Deus. Os demais temeram perante a fúria do inimigo e se acovardaram. Mas um arcanjo, nível superior apenas aos anjos da guarda, se opôs a Samael e o enfrentou. Seu nome era Uriel. Vindo também da raça humana, Uriel, sempre esteve próximo de Deus e agiu conforme acreditava ser o certo. Ele lutou e derrotou Lúcifer e o baniu.

Samael então buscou exílio em todas as galáxias, mas foi expulso de cada uma. Suas ideias de raça superior, não encontraram apoio em quase nenhum lugar do universo. Porém, ele conseguiu em um único lugar. Entre todas as espécies, só uma deu ouvidos a Lúcifer. A humana.

O tempo passou e mundos surgiram, outros mundos caíram. No início, acreditava-se que apenas dois entre os humanos foram dada a chance de serem anjos. Mas se descobriu que Rafael, Gabriel, Haniel e Fanuel eram da raça humana. Quando parecia não ter mais ninguém, Azrael também foi descoberta como terráquea. Assim, dos sete príncipes, seis eram humanos. Exceto Miguel, que era o próprio Deus e que assumiu a proteção dos caídos.

Como arcanjos estão mais associados ao equilíbrio do universo, eles surgem da necessidade. Gabriel é o arcanjo da guerra. Rafael da cura, Haniel do amor, Fanuel da justiça, Uriel é da proteção e vingança e Azrael é da morte.

Em um dia que parecia ser o prenúncio da evolução tecnológica humana, a balança do universo clamou pelo último entre os humanos.

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Amanda e Zoé são duas meninas de 11 e 10 anos respectivamente. Elas estão sozinhas na casa da Amanda. A mãe da garota tinha saído para o trabalho noturno em um bar. Nesses momentos, Amanda ficava sozinha no local. E Naquela noite convidou Zoé para assistir um filme. Zoé que vivia com o pai, teve a permissão do mesmo. Mas nada preparou os pais das meninas para o que ocorreu naquela noite.

— Eu sei que estão sozinhas aí. Deixa eu entrar para nós três brincarmos um pouco.

— Não. Vai embora. — Amanda gritou com toda a força. Ela estava chorando de medo, Zoé estava encolhida em um canto e mal olhava. O medo e o pavor tomavam conta das duas.

O homem então pegou um machado e começou bater na porta.

— Eu vou entrar e vou me divertir com as duas. — O homem ria enquanto batia na porta. A força fez o resto e a porta veio abaixo. Nenhum vizinho ouviria os gritos de pavor. Isso que dava morar num local isolado da cidade. 

Uma correria se iniciou, as meninas tentavam salvar as suas vidas correndo em busca de algum lugar. O homem não se importava. Com passos lentos e devagar, ia atrás das garotas. E as alcançou no banheiro. Agora encurraladas, nenhuma delas tinham para onde se esconder. 

Zoé chorava em desespero. Amanda abraçou a amiga e escondeu o rosto quando a porta do banheiro veio abaixo.

— O que estão fazendo? Estão assistindo filme de terror? — Uma mulher de cabelos pretos amarrado em um rabo de cavalo e usando um uniforme de garçonete, estava na porta da sala. — Amanda, o que falei sobre filmes? — A mulher disse ao desligar a TV.

— Ah, mãe! Justo na parte boa? O cara ia estuprar a duas e depois iria matar e comer a carne delas.

Ellen era uma mulher que trabalhava duro para dar um sustento para a filha. Separada, o pai da Amanda só aparecia no final do mês com o dinheiro da pensão. Uma pensão que era depositada numa poupança feita para a garota.

— Pelo jeito não é a primeira vez que vê esse filme.

— Só vi algumas vezes. É sinistro...

— Pode ser sinistro, mas não quero te pegar vendo esse tipo de filme novamente... E as duas já deveriam estar na cama.

— Tá bom, mãe! — Amanda falou. — Vamos Zoé.

— Esse filme é fraco. Nem senti medo. — Zoé falou com desdém. Amanda riu como nunca.

— "Quero a minha mãe..." — Amanda falou imitando a voz da amiga.

— Eu não chamei a minha mãe. — Zoé protestou.

— Claro que não. Foi minha imaginação.

Zoé fez uma cara de emburrada. Sabia que seria alvo do bullying da amiga por um bom tempo.

Já Ellen, se jogou no sofá e ligou a TV. Estava morta de cansada. Iria dormir no sofá mesmo, enquanto o filme passava na TV. Um terror macabro onde o vilão saia impune no final. Ela não entendia como podiam fazer um filme onde o único personagem vivo no final era o vilão. Mas pelo menos relaxava.

Ela não sabia, mas naquele dia uma história de terror se iniciou. Uma história onde ela, a filha, a amiga da filha e todos que ela conhecia, seriam vítimas de um serial killer. Um serial killer invisível, porém extremamente cruel. No passar dos dias, ela iria lamentar não ter tido a mesma sorte que as meninas do filme. Pelo menos o vilão era bonzinho.

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