CAPÍTULO III - PRIMEIRO CONTATO

No dia seguinte pela manhã, antes que o sol aparecesse trataram logo de entrar em ação. Com muito cuidado e expectativa deram início a aproximação.

Desceram até as margens do rio Águas Clara que dava de frente a propriedade e aguardaram um instante. Cuidadosamente atravessaram para o outro lado e ficaram de prontidão perto da casa esperando até que alguém aparecesse do lado de fora e com isso poder se aproximarem.

Assim que a luz do sol começou a bater na frente da casa e as pessoas começaram a transitarem-se do lado de fora, eles apareceram sutilmente.

Assustados e amedrontados, correram todos para dentro da casa e fecharam as portas. Passaram-se alguns minutos em silêncio, mas logo o homem abriu a porta para dar ruma espiada.

— De repente ouviu uma voz que disse: Humanos! Humanos!

− O que é isto que estou vendo. Macacos me mordam! Macacos falantes? Essa não!

— Fique calmo irmão; viemos em missão de paz. Não se assuste. Só queremos falar com vocês.

— Irmão? Como assim!  Eu parente de macacos, nada disso.

— Logo em seguida um deles apartou do bando, aproximou-se do homem, estendendo-lhe a mão para cumprimentá-lo.

— Calisto – era seu nome.  Com um gesto de delicadeza e acolhimento, deu-lhe também a mão e ambos se cumprimentaram. E disse aos visitantes: mas...afinal o que fazem aqui — o que querem vocês com a gente?

— Estamos aqui cumprindo uma ordem de nossos superiores que nos confiaram esta missão para trazer até vocês um convite verbal.

Isto significa que acreditamos numa possível aceitação de vossa parte.

— Está bem; mas.... Qual é o assunto.  De que se trata!

— E o que temos nós, os humanos, a ver com isso?

— É aí que está o quê da questão!

Estávamos reunidos em assembleia, quando alguém do auditório surgiu com a ideia de convidarmos vocês a participarem do nosso evento.

Houve um consenso por unanimidade e é por isso que estamos aqui.

— Esperamos que aceite nosso convite. É muito importante para a nossa raça, realizar esse sonho que vem atravessando séculos, sem nunca ter sido realizado.

— Tamanha surpresa para mim! Como é que pode, macacos falando como nós? É inacreditável!

— Nada disso senhor Calisto! Nós acreditamos na possibilidade de um contato amigável e proveitoso com os humanos. Por isso é que estamos aqui cumprindo uma ordem de nossos superiores, na esperança de levar conosco alguns de vocês, para tomar parte de nossa Assembleia na realização de nosso projeto — o recenseamento.

— Muito bem; aguarde alguns dias até que falarei com meus amigos. Se concordarem, daremos a vocês uma resposta concreta. Posso lhes afirmar que no máximo em uma semana darei a vocês uma resposta definitiva.

— Aguardaremos o tempo que for preciso, senhor Calisto! Não temos pressa, mas, torcemos para que nos traga uma decisão afirmativa.

— Quanto a mim tudo bem!

— Acreditamos em suas palavras, senhor Calisto!

— Quanto a vocês; não sei como hospedá-los em minha humilde residência.

— Não se preocupe conosco, humano!  Disseram eles: ficaremos muito bem ali na floresta do outro lado do riacho. Quanto à comida, sabemos como arranjar. Faz parte do nosso dia a dia.

Saiu então Calisto, ao encontro de seus amigos levando consigo a honrosa novidade. Assim que os encontrou, contou-lhes o motivo de sua visita e fizeram-lhes o convite formal.

Surpresos com a fantástica notícia, dissera-lhe que iriam pensar e em breve dar-lhe-iam seu parecer. Acataram com muita honra a recente novidade que os deixou de certa forma, bastante emocionados e envaidecidos.

 Na manhã seguinte, vieram ao encontro de Calisto e, depois de uma longa conversa, firmaram-se o compromisso de que iriam mesmo participarem do evento.

Talvez por curiosidade, ou até mesmo algum interesse em conhecer melhor a Raça dos Primatas.

Os amigosque vieram na companhia de Calisto eram três:

— DrCaloni—Médico e Clínico Geral.

— Dr Umberto - Médico Cirurgião Dentista.

— Hortense, Professor de História e Biólogo.Em seguida levou até o bando, a excelente notícia que os deixaram extremamente orgulhosos e bastantes felizes.

Na próxima semana, depois de tudo preparado para uma longa viagem, sem data certa de regresso, partiram com o bando, deixando para trás, família e trabalho. Mesmo assim, abraçaram esse venturoso desafio.

Na comitiva foram eles levando seus pertences de uso pessoal e alguns objetos de suma necessidade para a viagem.

Como transportes usaram para a jornada, cavalos selados e bem traquejados naquela região. Era na verdade, o único meio para embrenharem-se naquela espeça floresta.

Naquele mundo sombrio de incomparável aconchego e aromática vegetação, usufruíam das belezas e encantos jamais vistos e vividos pelo homem.

       Para eles não era nenhuma surpresa, pois, ambos foram criados no campo assim como Calisto. Conheciam muito bem os costumes e hábitos dos camponeses. Acataram de bom grado essa aventura misteriosa e alucinante.

Cavalgando em meio à floresta, iam eles, e pulando sobre as árvores iam o bando de Primatas. Na frente ia o bando e logo atrás, montados vinham os humanos.

Depois de alguns dias, numa exaustiva jornada, chega o bando com os nobres visitantes, que foram recebidos com muito carinho e apreço.

 Era o fim de uma tão sonhada espera da parte dos primatas. E sem dúvida, o início de uma nova batalha diplomática, em prol de um entendimento recíproco.

Assim que apearam dos cavalos, foram recepcionados com grande euforia por todos os que se encontravam ali presentes.

Felizes com a chegada dos ilustres convidados, empenharam-se em transformar aquele recinto num ambiente completamente festivo.

Os primeiros a cumprimentá-los foi o casal mais idoso entre eles. Eram da espécie Orangotango. Os receberamcom fortes abraços num gesto de boas-vindas. Responderam os visitantes, com acenos, maneando a cabeça em sinal de gratidão e cordialidade.

Sentindo-se em casa e aceitando o convite dos primatasa sentar-se em um dos lugares mais nobres daquele plenário, se acomodaram. Foram, em seguida, cumprimentados por todos que se aproximavam.Cada um com um aperto de mão, desejando-lhes boas-vindas.

Ali sentados e recepcionados pelos anfitriões, forram apresentados aos grupos de outras espécies que se encontravam no recinto a espera dos humanos. Foram grandes a honra e a admiração por todos os demais animais e aves da floresta.

Depois de serem apresentados e ficarem à vontade num relacionamento de igual para igual, tiveram uma grande surpresa que os deixou bastante honrados e agradecidos.

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