Foda com candele

Até que enfim o verme entendeu que eu tenho que trabalhar. Pensei! Olhei para a escrivaninha e vi minha caríssima garrafa do antigo bourbon quase seca.

Viado! — Eu disse.

Porra, eu não mexia nas porcarias dele, por que ele não poderia se dar ao respeito de não mexer nas minhas? Que se foda! Terminei o uísque que ainda sobrou. Ao lado estava cheio de papéis. Percebi que o merda havia voltado a escrever. Aquele palhaço, pensei.

Precisava imediatamente de um banho pra tirar aquele cheiro de fracasso e derrota do meu corpo. Dei um trato nas minhas bolas, deixei-as lisinhas, ficou até brilhando como um diamante.

Ah… meu pau, meu belo pau, aquele dia teríamos trabalho a fazer.

A cliente daquela noite era uma italiana, ela gostava de fantasias. Fantasias não, ela amava um sadomasoquismo leve.

Caminhei pelado pelo apartamento, a vizinha do prédio ao lado — Casada — ficava de olho na janela sempre no mesmo horário, e eu para provocá-la, abria a cortina e ficava desfilando pelado pela casa, comia alguma coisa, checava a agenda e os e-mails, tudo isso com os badalos de fora. Ela ficava louquinha.

Em seguida abri a tranca do meu quarto, peguei um blazer marrom e minha tradicional camisa preta, coloquei também a minha calça jeans torelli e deixava ela cair alguns centímetros pelo calcanhar do sapato. Dica: Não se deixa a bainha muito acima da linha do calcanhar e nem muito baixo, ela deve estar sempre na medida certa. Elegância, os dogmas de um grande e fudelão homem.

Sai pelo saguão, dei um alô pro Inácio, e rasguei com o meu Audi. Enquanto dirigia, ia tragando o meu cigarro, avancei o primeiro sinal vermelho, levei uma alta buzinada de algum cuzão que estava passando na hora, eu simplesmente coloquei o braço pra fora e mostrei o dedo do meio.

Cheguei na mansão da dona Marília Antonielliin, se pronuncia Antonielan. Era uma senhora de sessenta e poucos, viúva, que imigrou da Itália pra cá, na década de oitenta. O marido brasileiro, era dono de um dos maiores vinhedos do país, infartou há cinco anos, deixando tudo pra a decente senhora.

Dinheiro que ela aplicava em prostitutos e na educação da neta deficiente Auditiva que estava cursando administração em Stanford.

Sua pele enrugada e branca não era um problema, o grande problema era que ela tinha um fetiche por “candele”, como ela dizia; Ou melhor, velas. Descobri na primeira vez que fui oferecer meus serviços. Ela tinha uma caixa de velas vermelhas de quase trinta centímetros. Pra que ela usava isso? Vamos lá.

Ela tirava a roupa, seus vesgos e caídos peitos ficavam a mostra, não era uma bela visão. Mas pra eu ficar duro ela tinha uma técnica maravilhosa de boquete. Deveria ser coisa de italianos, nem parecia que ela tinha dentes, a boca dela excitava meu pau, e ele parecia que estava dentro de um orifício bem macio, morno e bem lubrificado. Em seguida ela se virava e falava:

Ta na hora.

Dona Marília ficava de quatro enquanto eu acendia uma das velas, apesar da idade, ela estava bem molhada, e quando ela já começava a gemer, era por que estava na hora de colocar a fantasia em ação.

A parafina derretida ia caindo em cima da bunda dela, ao mesmo tempo que eu a penetrava. A velha gemia, enquanto pedia mais.

Depois ela se virava novamente e eu começava a comer ela pela frente, da mesma forma anterior, nesse meio-tempo em que eu a fodia, ia também derramando parafina um pouco acima da vagina cabeluda dela. As vezes eu deixava cair um pouco na cabeça da minha rola, e doía pra caramba. Mas ela adorava ser queimada de vela. O que eu poderia fazer? Meu trabalho era dar prazer, se ela sentia, então estava fazendo certo.

No fim, ela já começava a bocejar. Ficava deitada e me apontava uma gaveta numa mesa arcaica de madeira. Era lá que ficava meu pagamento, ela é das antigas mesmo, as outras ou me davam um cheque, ou transferia o pagamento para a minha conta pay pal, ou simplesmente passavam o cartão, eu tinha a maquininha. Ora, eu era um rufião de luxo e não de porta de brega.

Sabe quando eu sabia que havia feito um bom trabalho? Era quando ela dizia:

Semana que vem, mesmo horário, meu querido.

Saí com um belo sorriso no rosto, com o pensamento de mais um trabalho bem-sucedido, precisava me controlar para não sair cantando Frank Sinatra pelo corredor daquela casa. Saio pela porta me balançando com uma música que estava apenas na minha cabeça. Entrei no Audi e rasguei. Objetivo, Clemer’s Bar.

Ainda estava cedo, daria tempo de eu tomar um drink e procurar alguém para foder, seria por dinheiro ou não. As vezes eu gostava de trepar de graça, dando apenas um pouco do meu verdadeiro eu, como uma pessoa normal. Infelizmente no bar de Clemer não tinha esse tipo de pessoa.

Liguei pra Rick pra perguntar se havia algum evento legal na cidade. Infelizmente o melânico bem-dotado não atendeu, ele deveria está em algum dos seus serviços.

Então decidi ir para o bar de Clemer mesmo, tomar um bom conhaque. Ao chegar lá ainda estava vazio. Fiquei irritado, ora, era noite de terça, os michês e acompanhantes só chegavam lá depois das 23 h, eram quase 22 h quando eu cheguei.

Fiquei lá bebendo, enquanto esperava Rick e Grasi. Foi quando eu percebi um grupo de quatro garotas chegando no submundo da putaria. Estranhei! Não era o tipo de frequentadoras que miravam naquele bar, então perguntei Clemer quem eram. Ele me disse que uma das garotas se casaria na quinta e que estavam comemorando a despedida de solteiro. Sorri! Eu tinha me esquecido que até pessoas decentes procuravam putaria, um dia ou outro. Perguntei qual era a noiva para Clemer, ele me apontou com o dedo. Logo saí do balcão e fui em direção a elas.

Com licença, com licença — Eu disse enquanto passava no meio delas.

Me sentei ao lado da garota que iria se casar.

Me contrataram pra dar uma boa noite pra essa mocinha aqui. — Eu disse — Que tal sairmos todos e irmos para o meu apartamento?

Quem te contratou? — Perguntou uma negra gostosa, com os cabelos black power.

Mocinha, se eu te disser, vai perder a graça. — Eu disse — E tipo, essa pessoa está aqui, e me pediu para não dizer o nome.

Todas ficaram olhando umas para as outras, elas ficaram desconfiadas, a dúvida de quem havia contratado deu a elas a confiança de entrar no meu Audi e deixar eu as levar até o meu apartamento.

Elas se sentaram no meu sofá, fui até meu quarto e coloquei uma jaqueta de couro, fiquei sem camisa, e uma cueca string fio dental, com um chapéu de caubói, liguei o som com meu celular antes de entrar na sala, apaguei as luzes e deixei apenas algumas luminárias acesas.

Caminhei até lá, subi na mesa de centro e comecei a dançar. Quem disse que só mulheres fazem stripe-tease? Apesar de eu já está meio pelado enquanto dançava. Comecei a tirar a jaqueta, ficando apenas com o chapéu e a cueca. Elas adoraram a minha bunda, elas batiam nela e colocavam notas de pequeno valor. Então a música mudou, eu rasguei a cueca ficando só com o pau pra fora. Elas gritaram euforicamente. Eu disse:

Vamos fazer um jogo. — Elas ficaram curiosas, balancei o pau e falei — Quem me fizer gozar vai pra cama comigo.

Então cada uma dava uma chupada, e depois passava pra outra e depois pra outra, o ciclo se repetiu três vezes e meia, na próxima eu gozei, incrivelmente, ou por sorte, era bem a que casaria. A peguei nos braços e levei para o quarto do Théo. As outras ficaram lá escutando músicas, dançando e comendo da porcaria que Théo chamava de comida, e claro, bebendo das cervejas vagabundas que ele comprava no mercado da esquina. Minha vingança por ele ter bebido o meu turfado. Além claro, de deixar uma bela bagunça pra ele arrumar durante o dia, já que ele é todo certinho e odeia sujeira.

Depois de quase duas horas fodendo a noiva, — Não foi só rola e buceta. Ninguém aguenta duas horas de rola e buceta, teve preliminares e outros tipos de sexo. — eu me virei de frente e ela ficou na lateral, pegou no sono. Parecia que a festa na sala também havia acabado.

Me virei, fui na gaveta de Théo ao lado da cabeceira e peguei o cigarro vagabundo que ele gostava de fumar, eu não odiava aquele cigarro — Como o resto das coisas que odiava em Théo — mas era um vício que não controlava. Após a foda eu sempre, sempre, sem nenhuma exceção, precisava fumar.

Fiquei ali, segurando na cabeceira com a mão esquerda, de barriga pra frente, tragando o cigarro. Durante o ato da tabaqueação, fiquei pensando em milhares de coisas, coisas sem sentido vinham na minha mente. Coisas como:

E se eu tivesse comido ela num 69 em pé? Será que ela gostaria?” ou “Eu deveria ter comido as amigas dela também, ora, meu pau dava pra todo mundo.”

Pensei até em por que eu não arrisquei a penetração que Rick havia me ensinado. Coisa de louco.

O cigarro estava acabando e quando eu menos esperava, já estava fumando o filtro e queimando os meus dedos, que já estão amarelos de nicotina.

Fui na cozinha, peguei um comprimido e virei com um copo cheio de água. Quando estava voltando para o quarto Isabelle chegou, olhou para as garotas peladas jogadas uma em cima da outra, dormindo em cima do tapete, se inclinou e viu a outra com a bunda pra cima na cama.

Hoje você passou do limite — Ela disse — pagaram quanto?

Coisa pouca.

Caminhei até o quarto e junto da cueca em cima da mesinha de cabeceira havia várias notas miúdas. Contei.

— Só tem $133,00 — Eu disse

Bem menos do que você costuma receber.

Muito menos.

Então por que você fez isso?

Olhe para o seu lado. — Eu disse — Veja a bagunça. Amanhã quando aquele puto acordar vai ter um surto.

Ai Ulisses… — Ela suspirou e num tom decepcionante novamente perguntou — Por que você fez isso, cara?

O cretino bebeu meu turfado. — Eu respondi — Eu precisava dar um jeito nele.

Já disse pra você assumir de vez o controle. Ele é um fracassado, quando olham pra ele vão ver você e associar com a imagem de um perdedor.

O contrário também vale.

Eu sei, mas ninguém do nicho dele conhece você, entretanto muitos do seu nicho tem rotinas durante o dia podem procurar os seus serviços e vão se decepcionar.

Fiquei em silêncio, ela saiu, eu voltei para o quarto e ao lado daquela moça fui dormir.

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