Capítulo 02

Andy estava jogada em seu sofá quase no finalzinho de seu vinho tinto quando seu telefone tocou.

— Andy Miller. — Ela falou ainda com os olhos vidrados em seu notebook, uma página aberta falava sobre uma nova série que seria lançada da N*****x chamada The Pandemic.

— Está ocupada? Não né? Se ajeita aí que vamos numa festa. — Uma voz feminina falou agitada. 

— Ah não Celly, hoje não! — Andy falou revirando os olhos em sinal de protesto. 

— Hoje, sim! Olhe, você passou tanto tempo longe de mime ainda se recusa a me fazer companhia? Não estou perguntando, se ajeite e meu motorista vai passar aí em vinte minutos. — A garota falou num tom de puxão de orelha e desligou o telefone antes que a amiga retrucasse. 

Andy se sentou e suspirou frustrada por seu momento tão relaxante ter que acabar assim, ela queria dizer não e ficar ali até pegar no sono. Mas Celine era sua melhor amiga de tantos anos que ela já tinha perdido a conta, moravam em países diferentes e não se viam com tanta frequência até Celly - como Andy a chamava - vir de férias para um apartamento a dois quarteirões do seu, geralmente ela vinha todo mês e ficava em torno de cinco dias. 

                Ela se levantou e foi até seu Closet, olhou para todas as suas roupas e suspirou. Nem ao menos sabia para onde iriam então colocou uma meia calça, uma saia preta e curta rodada, um cropped de couro preto e para finalizar colocou seu sobretudo preto por cima. Calçou um sapato preto e simples. Foi até o espelho passou um delineador fazendo o desenho do gatinho nos olhos, um rímel e um batom de cor vermelha. Passou as mãos no cabelo deixando-os soltos e partidos do lado esquerdo e finalmente estava pronta quando o carro de sua amiga buzinou em frente à sua porta. Ela desceu e entrou no carro.

— Boa noite, Marlon. — Ela falou ao entrar no carro, notando que sua amiga já estava a esperando sorridente. 

— Boa noite, Senhorita Miller. — Marlon acenou positivamente com a Cabeça e olhou pelo retrovisor. 

— Ah, sério? Não seja tão formal. — Andy abriu um largo sorriso. 

— Você nos abandonou e agora está exigindo a informalidade do meu motorista? — Celly falou abraçando a amiga dentro do carro. — Como você está Andy? 

— Furiosa; você me liga no meio da noite fazendo exigências e nem ao menos fala aonde vamos? Quanto tempo, Celly! — Ela lança um olhar furiosamente amoroso para a amiga. 

— Pare de choramingar, ainda são nove e meia. Você tem que parar de ser antissocial. — A amiga falou dando de ombros. — Continua linda!

— Obrigada, amiga; tinha que me bajular mesmo por estar me fazendo sair uma hora dessas. — Andy falou mostrando um biquinho de criança birrenta. 

As duas continuaram colocando a conversa em dia, enquanto o motorista seguia um roteiro direto pela Orla da praia. Elas nem sequer perceberam quanto tempo ficaram dentro do carro. 

— Chegaram. — Marlon falou. 

— Obrigada Marlon, foi um prazer te ver novamente. — Andy falou saindo do carro acompanhada da amiga. 

— Avisarei quando for à hora de vim me buscar, Marlon. Vá para casa, coma alguma coisa e descanse! — Celly sorriu para seu motorista e amigo. — Então vamos entrar! — A garota abriu um sorriso animado ao notar o casarão de praia com luzes de várias cores piscando do lado de dentro. 

— Vamos, né? — Andy revirou os olhos e seguiu para dentro da casa. 

As duas entraram na casa, havia certamente mais do que trinta pessoas. Celly abriu um largo sorriso e avançou em direção ao bar do outro lado da sala. Andy revirou os olhos e a seguiu, não gostava de lugares lotados com pessoas completamente suadas e tanto barulho que mal dava para escutarem uma a outra. Lembrou-se de seu confortável sofá, do céu estrelado que deixara para trás e se arrependeu terrivelmente. 

— Vamos dançar? — Celly falou no ouvido de Andy. 

— Ah não; agora não, vou beber primeiro. — Andy gritou notando que a zoada não deixaria a amiga ouvir o que ela tinha dito. 

— Então tá! Me encontre na pista de dança depois. — Celly falou indo para a pista de dança tão animada quanto uma criança. 

— Ok. — Andy falou mais para si do que para a amiga que já estava completamente fora de seu alcance. 

                Andy sentou no banco e esperou que o garçom lhe trouxesse o Uísque que havia acabado de pedir, aquela seria uma longa noite. Bebendo tentava disfarçar sua cara de entediada, definitivamente aquela noite não era dela, nenhuma noite de festa era dela. Ela preferia estar escrevendo; olhando as fofocas, estava focada naquela nova série que estrearia: The Pandemic. Ela queria muito estar vendo a notícia de quais artistas participariam e a sinopse para poder escrever uma resenha criativa sobre suas expectativas de assistir assim que a série começasse.Mas ao invés disso estava ali vendo um aglomerado de pessoas balançando seus corpos suados ao som de ellise 911!

 Ela suspirou fundo e tomou mais um enorme gole de sua bebida, voltou a se perder em seus pensamentos quando sentiu alguém se aproximar. 

— Merda. — Ela sussurrou para si mesmo enquanto desviava o olhar do meticuloso e sexy homem sentado ao seu lado. Endireitou a postura e se virou para o bar pedindo ao garçom mais uma bebida. 

— Ora, Ora! Você por aqui? — Pietro se virou para Andy abrindo um enorme sorriso. 

— Já você não me surpreende tanto. — Andy abriu um sorriso irônico pegando a bebida que o garçom havia acabado de colocar no balcão. 

— Ah! Deveria!Pelo visto você não está se divertindo. —Ele gritou tentando falar mais alto do que a música. 

— Não curto muito lugares em que vou dar de cara com o meu chefe. — Ela falou virando a bebida de uma vez só na garganta e tentando lutar contra a tontura que a atingiu. “Preferia meu vinho.” Ela pensou. 

— Porra; não sou seu chefe aqui. — Ele a encarou. 

— Não mudou meu ânimo. Mas e você? Por que está aqui sentado ao invés de estar se divertindo? — Ela o olhou de soslaio. 

— Não sou um homem festeiro. — Ele sorriu e encarou a multidão dançando a poucos metros de distância dele. 

— Agora me deixou surpresa. — Ela o encarou discretamente, 

— Nem tudo que parece é, meu bem. — Ele sorriu divertidamente. 

— Hum. — Foi tudo que ela conseguiu falar ao ser atingida com aquele doce e gostoso sorriso. “Caramba.” Ele exalava poder. 

— Mas já que estamos aqui por motivos desconhecidos, então por que não nos divertimos um pouco? — Ele falou se colocando à frente dela com uma expressão maliciosa. 

— Não entendi. — Ela o encarou confusa. 

— Vem, vamos dançar. — E antes que ela pudesse fazer alguma coisa ele pegou sua mão e a arrastou pela pista de dança. Ela queria ter recusado ou algo do tipo, mas aquele toque percorreu todo seu corpo como uma onda de eletricidade que a fez vibrar. 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo