Capítulo 2: Alguém me salva!

Segunda feira é o pior dia da semana na minha opinião e como sempre a luta de tentar conseguir me manter de pé logo pela manhã é bem difícil.

— Alissa!

É a terceira vez que minha mãe grita... Ou quarta? Não sei ao certo perdi a conta faz tempo. Abraço meu próprio corpo e continuo olhando para a janela que ocupa toda parede desse quarto grande demais na minha opinião.

Nova York é uma cidade agitada bem diferente do que o meu ser esta habituado, prédios altos roubam metade do céu azul que meus olhos enxeram, carros diversificados com a ajuda de altas velocidades roubam o tempo e a estrada.

 Esse lugar é muito grande e isso me intimida um pouco, não vou negar que estou feliz por um lado, eu sei o quanto esperei por isso tudo.

Nem todos dedos das minhas mãos contam os anos de espera.

Mas ao mesmo tempo a felicidade se mistura com o medo de enfrentar novas coisas. Talvez pelo facto de ter vindo de uma cidade pequena e esquecida esteja tão insegura, mas eu só espero puder me encaixar aqui.

— Alissa Beasley!

—  Já vou — Suspiro e me levanto em um pulo da cama.

Não posso ficar no quarto para sempre tenho que encarar a situação de frente.

Chega de medo Alissa é apenas a universidade. Ao menos deve ser melhor que o ensino médio, nada pode ser pior que aquilo nada pode ser pior que eles…

Pego minha mochila azul na cama e dou uma última olhada no espelho.

Minha roupa é causal apenas uma calça jeans clara, um ténis branco e um moletom com o desenho de um gato sorridente tentando apanhar uma borboleta. Tenho vários iguais a esse, algumas pessoas dizem que eu tenho um estilo diferente meio grunge mas sem o rock e outras coisas, outros dizem que é estranho.

Talvez seja verdade, talvez não mas eu gosto isso que é importante.

Chego na sala assim que deixo o último degrau da escada e a vejo mexer no celular esperando.

— Finalmente você apareceu já estava achando que morreu dentro daquele quarto.

Ela está impecável como sempre, eu nunca a vi em outro estado sem ser esse, me lembro da ultima vez que a vi, sempre graciosa, até quando estava correndo, um rosto vistoso mesmo marcado de pretas marcas de suas próprias lagrimas.

O mais bonito foi seu sorriso, grande o suficiente para carregar a tristeza de nós duas, ambas partilhávamos e sabíamos o que sentíamos. Afinal como não saber? Nada supera a conceção de duas pessoas que já foram ligadas por um fio, mesmo que ele tenha sido cortado segundos depois de ser feito.

E como eu senti nossa dor. 

— Você devia sorrir mais querida — Sua mão sustenta meu rosto e seus dedos o erguem para cima.

Seu terno vermelho igual ao seu batom tem a cor forte, seu cabelo está todo corrido para trás e bem fixo graças a enorme quantidade de gel e laca ali aplicada.

— Não é preciso exagerar mãe eu não morri — Forço um sorriso convincente e dou um beijo em seu rosto.

— Bom eu fiz seu café da manhã preferido do mundo inteiro para começar o dia —Declara toda animada e dá um de seus gritos frenéticos agudos.

Como alguém fica tão feliz em plena segunda-feira?

— Você acha que eu esqueci, mas não eu me lembro bem. — Uma expressão orgulhosa a invade enquanto ela faz seu suspense.

Olho para ela surpresa. Agora entendo o cheiro de comida queimada espalhado pelo apartamento, sinal de que minha mãe andou na cozinha.

Mais uma curiosidade sobre ela, Não importa o que ela faça na cozinha tudo queima, tudo mesmo disso eu me lembro muito bem.

— Waffles — Grita animada, se dirigindo a cozinha e logo em seguida exibindo com orgulho seu prato.

Observo o aspeto da comida e um sorriso involuntário nasce em meus lábios. Sim é tudo mesmo.

— Obrigada mãe — fico sem jeito. — Mas eu acho que para comer não terei tempo já estou atrasada. Mas me conta em que você trabalha agora? — procuro sair daquela conversa.

— Seu pai não te contou? Eu sou uma grande estilista e tenho uma marca de roupa própria aqui, nada de mais — Sorri orgulhosa; esse nada de mais quer dizer "sua mãe é incrível eu sei."

— Eu não sabia que você se interessava por esse tipo de coisa — sorrio feliz por ela.

— Eu sempre amei a paixão nasceu quando eu era costureira lá em Riverwood quando vivia com você e seu pai, eu amava fazer vestidos para ti. Você não se lembra?

Balanço a cabeça negativamente.

— Nem quando fazíamos os vestidos das bonecas você não lembra? — faço que não outra vez e ela suspira triste — Parece que já não nos conhecemos como antes, as lembranças não significam nada.

Eu me sinto péssima por isso não gosto de ver ela assim, vá-la Alissa sua mãe está tentando não custa nada você tentar também.

— Não — toco seu ombro — Agora estamos juntas novamente, mãe e filha tal com deve ser, e pudemos nos conhecer novamente e fazer novas lembranças.

— Você tem razão — da um gritinho estridente — Hoje tenho o dia de folga quando você voltar podemos ir ao shopping o que acha? E bem que...você está a precisar.

Ela olha minha roupa e faz uma careta.

— Ótimo, mas agora tenho de ir já estou atrasada.

— Claro o Tyler leva você e cuidado com a universidade cuidado com as pessoas — Me dá um beijo e sai andando para qualquer outro canto do apartamento.

— Mãe é a universidade não uma selva ou algo assim, o que pode dar errado?

[...]

Tudo pode dar errado.

Fico parada em frente a entrada do campus olhando as bandeirolas com o símbolo da universidade já estou aqui a um bom tempo e provavelmente com cara de boba.

Por quê eu tenho de ser tão insegura? Suspiro com força. Bem que eu podia ser aquele tipo de pessoa animada, otimista e que não tem medo de nada. Mas aqui estou eu, totalmente o contrário disso.

— Você vai ficar aí parada todo dia ou vai entrar?

Uma voz masculina soa ao meu lado com certa diversão, meus músculos se tencionam ate o estado de uma pedra. Calma Alissa ele pode não estar falando com você, ou talvez ele…

— Você é bem pior que eu no meu primeiro dia — Olho o moreno que se encosta na parede de pedra do edifício, seu olhar expressa pura diversão. — E sim eu estou falando com você

— Eu ahm... — pensa numa resposta Alissa pensa — Acho que vou ficar aqui mesmo.

Isso mesmo ótima resposta, eu sou muito idiota mesmo.

Olho a volta e em todo momento tem gente entrando e saindo e eu uma estatua no meio do mar de universitários apressados da NYU.

— Eu sei que pode parecer assustador no primeiro dia, uma grande confusão e tudo de pior que você possa imaginar — Ele sorri de lado e se mandem de pé pondo sua mochila às costas — E realmente é.

O que?

Ele dá uma risada e diria ate que ele sorri de uma forma bonita se não fosse carregada de deboche e então sai andando em direção ao campus.

— Espera aí — O sigo apressada e quase acabo tropeçando dando de cara no chão, odeio isso de ser desastrada, mas ou era ir atrás dele ou ficar ali com o letreiro e realmente o letreiro não é uma boa opção.

— Olha só quem decidiu entrar.

Ele sorri assim que o alcanço e acompanho seus passos, caminhando junto com ele.

— Bem-vinda a NYU esses podem vir a ser os melhores anos da sua vida ou os piores.

— Como assim? — fico nervosa.

— Tudo depende do caminho que você vai escolher. Mas como você não se meche acho que não vai acabar seguindo nenhum mesmo

 — Você está mesmo me ajudando a ficar confiante no primeiro dia — Ele não está ajudando coisa nenhuma. — E você sempre faz isso se mete no caminho dos outros?

— Essa me magoou garota estatua, seu comentário me faz parecer enxerido — Seu sorriso se alonga — E eu sou mesmo.

  O garoto vai tagarelando sem parar e me mostra o campus, ele até que é engraçado, fala demais, mas mesmo assim é engraçado. Meus olhos claros passeiam no campus grande com algumas mesas de piquenique espalhadas e algumas árvores, alguns grupos de universitários ficam debaixo delas é conversam animados.

Talvez isso até seja divertido e só seja ele querendo me assustar.

Mas minha atenção vai de um grupo, em que um garoto de cabelos longos tocava uma viola para os amigos até um outro canto onde há uma concentração de pessoas grande, meus olhos se fixam ali por um tempo ate minha atenção ser cortada pela voz do garoto ao meu lado.

— Aí de novo não — ele suspira — Se fosse você me mantinha afastada daquilo, você não vai querer ver é cruel — Uma tenção toma conta de meu corpo e preocupação me invade.

— O que tem ali? — Pergunto já desconfiando do que se trata

— Acredita por favor você não vai querer ver.

Desculpa, mas sim eu quero.

Já estou indo para lá, me meto no meio da confusão de pessoas e me estreito para chegar mais perto, minha caixa torácica está funcionado de forma dolorosa recebendo as imagens que chegam a minha mente e finalmente chego ao centro onde o motivo de toda atenção esta.

Eu já temia que fosse isso, mas aqui fica mais claro aqui fica claro.

— Olha só coitada além de esquistoide é meio cega agora — Fios intensos ruivos entram no meu canto de visão e orbes claras intensas fitam sua presa que estava no chão enquanto seus lábios possuem elevações diabólicas nos cantos.

— Eu já pedi por favor Poppy só devolva meus óculos eu não vejo seus sem eles. — A voz dela sai um fio agudo pelo choro que ela queria dar.

Meu coração logo aperta ao vê-la procurar os óculos no chão sem ver nada, olho com raiva para a ruiva que a olha com desprezo e puro deboche em forma de sorriso.

Mas como é que aqui tem um monte de gente assistindo e não faz nada? Como sempre tem pessoas que adoram assistir o sofrimento dos outros.

— Onde será que os óculos está? — Ela balança sua mão com os óculos na frente da garota no chão, porém ela não enxerga. — Você não enxerga sem eles certo? Ótimo talvez assim você aprenda a olhar direito para os namorados dos outros Cooper.

Ela ri como uma hiena perversa junto com suas amigas que permaneciam a sua trás e atira os óculos em direção a garota no chão.

— É assim que eu queria ver você sua idiota — fala com um sorriso perverso nos seus lábios pintados de vermelho — Rastejando pelo chão igual a cadela que você é.

Sussurros familiares assombram minha mente de uma forma terrivelmente insuportável. Quero os calar, mas não consigo eu sinto as pontadas de dor ainda que vem com seu rosto preso no passado meu coração maltrata mina caixa torácica sem se importar.

E eu enxergo a dor, presa em mim, ela nunca sal de mim ou esteve tao viva como agora. presa naquele rosto tão distante no tempo, minha dor esta presa agora naquela garota

— A única cadela aqui é você — Esbravejo alto com força.

Alto demais até.

Toda atenção agora vai para mim, todos telespectadores do show se surpreendem com a ousadia da desconhecida que acaba de chegar ate eles ou talvez seja só com a sua burrice. Poppy fica tão vermelha como os fios naturais de seu cabelo quase tao vermelha como o sangue em nossos corpos que fervilha a cada segundo que se é estendido.

— O que foi que você me chamou?!

Ela sai de onde estava parada e vem até mim com os punhos cerrados, e músculos tensos completos de seu olhar furioso.

O show tomou um novo foco.

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